segunda-feira, 31 de maio de 2010
Entidades lançam Rede pela sustentabilidade nas cidades nesta terça
Atividades de mobilização iniciam em 1º de junho, na Casa dos Bancários, em Porto Alegre.
Mostra de vídeos, exposições, debates. Essas e outras atividades estão previstas para acontecer em Porto Alegre a partir do dia 1º de junho, antecedendo a Semana do Meio Ambiente. Os eventos devem ser realizados durante o ano, através da série de encontros Ciclo 21, organizado por ativistas sociais e ambientais. “Pretendemos formar uma rede permanente de mobilização pela sustentabilidade, discutindo o futuro que queremos para nossas cidades”, revela Paulo Mendes Filho, diretor do Semapi e secretário de Meio Ambiente da CUT/RS.
VEJA MAIS EM: www.semapirs.com.br
Mostra de vídeos, exposições, debates. Essas e outras atividades estão previstas para acontecer em Porto Alegre a partir do dia 1º de junho, antecedendo a Semana do Meio Ambiente. Os eventos devem ser realizados durante o ano, através da série de encontros Ciclo 21, organizado por ativistas sociais e ambientais. “Pretendemos formar uma rede permanente de mobilização pela sustentabilidade, discutindo o futuro que queremos para nossas cidades”, revela Paulo Mendes Filho, diretor do Semapi e secretário de Meio Ambiente da CUT/RS.
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quinta-feira, 27 de maio de 2010
terça-feira, 25 de maio de 2010
Oficina Gastronômica - Rede EcoSindical
Dia 22 de maio de 2010 realizamos no SEMAPI uma “Oficina Gastronômica”, parte das atividades de formação do Projeto Cultura Ambiental, Consumo e Sustentabilidade, as bases para a formação de uma Rede EcoSindical.
A atividade contou com a participação do Ecólogo Felipe Amaral, do Instituto Biofilia, das nutricionistas Regina Miranda, Presidenta do CONSEA – Conselho de Segurança e Soberania Alimentar do RS e Cláudia Lulkin, eco-nutricionista vegana, que vem resistindo a homogenização dos alimentos e lutando por uma agricultura orgânica desde a Cooperativa COLMÉIA, década de 1980.
A primeira fala da Oficina foi de Felipe Amaral. Sua abordagem foi sobre a BIODIVERSIDADE, considerando que no dia 22 de maio comemora-se o seu dia.
Após, Regina Miranda fez a sua intervenção cuja abordagem destacou os aspectos nutricionais dos alimentos industrializados e sobre o seu impacto na saúde humana, além de demonstrar como podemos recolher em nossa cultura alimentar, livre de processamentos e agrotóxicos, os nutrientes necessários para a nossa saúde.
Na sequência, o trabalho transferiu-se para a cozinha do SEMAPI. Cláudia Lulkin, a partir dos alimentos, criteriosamente selecionados, mostrou como podemos cozinhar em nosso cotidiano, atendendo nossas necessidades nutricionais, a baixo custo, ao mesmo tempo em que contribuímos para o desenvolvimento local e para o fortalecimento da agricultura familiar de base ecológica.
Todos (as) com a mão na massa. Deliciosamente ouvimos, interagimos e elaboramos o nosso almoço. Foi um grande momento. Aprendemos que o prazer nas nossas refeições pode ser encontrado nos produtos mais tradicionais e ao nosso alcance. Produtos da época nos quais as nossas avós eram especialistas. E que essa é uma herança que não podemos e não devemos desprezar. Já dizia, e diz, Michael Pollan, jornalista norte-americano, autor do “Dilema do Onívoro”, “não coma nada que sua avó não reconheceria como comida”.
Aprendemos mais. Cozinhar, estarmos à volta da mesa e criarmos situações que envolvam nossos (as) filhos (as), nossos companheiros (as), nossa família na elaboração e degustação de uma boa comida regional, com produtos locais, tem um valor que ainda somos incapazes de dimensionar.
Vamos pensar sobre isso?
Abaixo as fotos que retratam o nosso sábado.
Um grande abraço.
Iara Aragonez.
A atividade contou com a participação do Ecólogo Felipe Amaral, do Instituto Biofilia, das nutricionistas Regina Miranda, Presidenta do CONSEA – Conselho de Segurança e Soberania Alimentar do RS e Cláudia Lulkin, eco-nutricionista vegana, que vem resistindo a homogenização dos alimentos e lutando por uma agricultura orgânica desde a Cooperativa COLMÉIA, década de 1980.
A primeira fala da Oficina foi de Felipe Amaral. Sua abordagem foi sobre a BIODIVERSIDADE, considerando que no dia 22 de maio comemora-se o seu dia.
Após, Regina Miranda fez a sua intervenção cuja abordagem destacou os aspectos nutricionais dos alimentos industrializados e sobre o seu impacto na saúde humana, além de demonstrar como podemos recolher em nossa cultura alimentar, livre de processamentos e agrotóxicos, os nutrientes necessários para a nossa saúde.
Na sequência, o trabalho transferiu-se para a cozinha do SEMAPI. Cláudia Lulkin, a partir dos alimentos, criteriosamente selecionados, mostrou como podemos cozinhar em nosso cotidiano, atendendo nossas necessidades nutricionais, a baixo custo, ao mesmo tempo em que contribuímos para o desenvolvimento local e para o fortalecimento da agricultura familiar de base ecológica.
Todos (as) com a mão na massa. Deliciosamente ouvimos, interagimos e elaboramos o nosso almoço. Foi um grande momento. Aprendemos que o prazer nas nossas refeições pode ser encontrado nos produtos mais tradicionais e ao nosso alcance. Produtos da época nos quais as nossas avós eram especialistas. E que essa é uma herança que não podemos e não devemos desprezar. Já dizia, e diz, Michael Pollan, jornalista norte-americano, autor do “Dilema do Onívoro”, “não coma nada que sua avó não reconheceria como comida”.
Aprendemos mais. Cozinhar, estarmos à volta da mesa e criarmos situações que envolvam nossos (as) filhos (as), nossos companheiros (as), nossa família na elaboração e degustação de uma boa comida regional, com produtos locais, tem um valor que ainda somos incapazes de dimensionar.
Vamos pensar sobre isso?
Abaixo as fotos que retratam o nosso sábado.
Um grande abraço.
Iara Aragonez.
terça-feira, 18 de maio de 2010
Um mundo que ninguém viu e nem verá jamais, na RBS…
BRASIL RURAL CONTEMPORÂNEO
Durante quatro dias Porto Alegre foi palco de uma grande festa. A festa dos trabalhadores e trabalhadoras que produzem o alimento nosso de cada dia. Uma festa que representa uma realidade que ninguém viu, ninguém vê e ninguém verá nos meios de comunicação monopolizados.Quem têm alguma dúvida disso é só reler as edições de Zero Hora durante os quatro dias da feira Brasil Rural Contemporâneo, realizado no Cais do Porto. Isso porque esse Brasil Rural Comtemporâneo- titulo que reflete de forma inequívoca a realidade do Brasil que produz- não representa aquele “Brasil Rural Atrasado” baseado no grande latifúndio na monocultura exportadora, no deserto verde, das fumajeiras, da soja, do trabalho escravo e infantil. Modelo promovido como “moderno” pelos defensores dos monopólios privados de qualquer setor econômico, principalmente das comunicações.
Continue a leitura: http://miud.in/4Wv
Durante quatro dias Porto Alegre foi palco de uma grande festa. A festa dos trabalhadores e trabalhadoras que produzem o alimento nosso de cada dia. Uma festa que representa uma realidade que ninguém viu, ninguém vê e ninguém verá nos meios de comunicação monopolizados.Quem têm alguma dúvida disso é só reler as edições de Zero Hora durante os quatro dias da feira Brasil Rural Contemporâneo, realizado no Cais do Porto. Isso porque esse Brasil Rural Comtemporâneo- titulo que reflete de forma inequívoca a realidade do Brasil que produz- não representa aquele “Brasil Rural Atrasado” baseado no grande latifúndio na monocultura exportadora, no deserto verde, das fumajeiras, da soja, do trabalho escravo e infantil. Modelo promovido como “moderno” pelos defensores dos monopólios privados de qualquer setor econômico, principalmente das comunicações.
Continue a leitura: http://miud.in/4Wv
quinta-feira, 13 de maio de 2010
O MORRO É NOSSO
terça-feira, 11 de maio de 2010
Felicity Lawrence denuncia a indústria mundial de alimentos
Substâncias danosas ao organismo geram lucros bilionários.
A indústria mundial de comida nos alimenta mal, cria hábitos pouco saudáveis, nos entope de substâncias danosas ao organismo, enquanto acumula lucros bilionários. Grandes empresas multinacionais dominam o setor e fogem da transparência que revelaria suas práticas nocivas.
O consumidor não tem tempo para fiscalizar o que compra no mercado e depois come, sem perceber quando é manipulado pela má informação nos rótulos e na publicidade. Estas e outras denúncias aparecem no trabalho investigativo da jornalista britânica Felicity Lawrence.
Para assistir vídeo com entrevista completa com Felicity Lawrence, acessar:
http://globonews.globo.com/Jornalismo/GN/0,,MUL1592313-17665,00-FELICITY+LAWRENCE+DENUNCIA+A+INDUSTRIA+MUNDIAL+DE+ALIMENTOS.html
A indústria mundial de comida nos alimenta mal, cria hábitos pouco saudáveis, nos entope de substâncias danosas ao organismo, enquanto acumula lucros bilionários. Grandes empresas multinacionais dominam o setor e fogem da transparência que revelaria suas práticas nocivas.
O consumidor não tem tempo para fiscalizar o que compra no mercado e depois come, sem perceber quando é manipulado pela má informação nos rótulos e na publicidade. Estas e outras denúncias aparecem no trabalho investigativo da jornalista britânica Felicity Lawrence.
Para assistir vídeo com entrevista completa com Felicity Lawrence, acessar:
http://globonews.globo.com/Jornalismo/GN/0,,MUL1592313-17665,00-FELICITY+LAWRENCE+DENUNCIA+A+INDUSTRIA+MUNDIAL+DE+ALIMENTOS.html
terça-feira, 4 de maio de 2010
Os enganosos números da desnutrição
Por Paul Virgo, da IPS
Roma, 3/5/2010 – O fato de haver 1,02 bilhão de famintos em um mundo cheio de alimentos é má notícia. Mas há outra ainda pior: este número conta apenas uma parte da história da insegurança alimentar mundial. Isto não se deve somente ao problema de as estatísticas nunca mostrarem um panorama completo sobre as vítimas que este flagelo causa entre os que não têm comida suficiente. Também obedece ao simples fato de a quantidade de pessoas que sofrem insegurança alimentar, na realidade, ser muito maior do que esses números, por si só escandalosos. Quanto mais, ninguém sabe.
Todo mês de outubro, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) elabora as estatísticas sobre a fome que depois são citadas por líderes internacionais, políticos, organizações não governamentais e meios de comunicação quando falam do assunto. Devido à complexidade da tarefa e dos recursos que representa, não tem rivais nesta área. A FAO adota um enfoque conservador, presumivelmente para evitar ser acusada de exagerar o problema.
Primeiro analisa dados sobre comércio e produção alimentar de Estados individualmente, para avaliar qual a quantidade disponível de alimentos. Depois utiliza padrões de consumo interno para calcular o acesso a eles e que proporção de uma determinada população está desnutrida. O principal grande problema é que as estimativas sobre os alimentos necessários para atender as necessidades mínimas de energia se baseiam nos requisitos para um estilo de vida sedentário. Isto sugere que muitas pessoas não são contadas como desnutridas apesar de não consumirem calorias suficientes para levar uma vida saudável e ativa.
Talvez, um problema ainda maior seja que, embora as cifras da FAO sejam aceitas como representativas da população desnutrida, de todo modo isto não fala de quantos pobres estão mal alimentados por não poderem pagar uma dieta adequada. O provérbio de que “nem só de pão vive o homem” é verdadeiro, tanto literal quanto no sentido figurado. Uma pessoa pode atender suas necessidades de energia enchendo-se de arroz ou batata, mas se não pode realizar variações em sua dieta não obterá micronutrientes importantes como ferro, iodo, vitamina A e zinco, com efeitos dramáticos para sua saúde e capacidade de funcionar.
Este caso se refere especificamente à má nutrição induzida pela pobreza. Mas também se considera mal nutrida a população de países em desenvolvimento que é obesa por ingerir uma quantidade excessiva de calorias. O mesmo também ocorre com as pessoas que sofrem doenças que impedem que seus organismos se nutram adequadamente a partir dos alimentos, apesar de consumidos de maneira satisfatória. Mas estes grupos não são parte desta análise. Dados divulgados no ano passado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) sugerem que a má nutrição causada pela pobreza é um enorme problema.
Às vezes se chama de “fome oculta” e pode ter consequências irreversíveis, especialmente para menores de 2 anos e para fetos de mães mal nutridas. Segundo o Unicef, 129 milhões de crianças com menos de 5 anos nos países em desenvolvimento têm peso inferior ao que deveriam apresentar e, portanto, são mal nutridas. Mas a quantidade desses pequenos que sofrem raquitismo devido a dietas inadequadas é muito superior, situando-se em 195 milhões. “A quantidade estimada de pessoas com deficiências de ferro ou iodo é, na realidade, muito maior do que a de “desnutridas”, no sentido de deficiência energética na dieta”, disse à IPS a especialista em segurança alimentar Doris Wiesmann.
A FAO reconhece que também há outros elementos que não chega a cobrir. “As pessoas que estão adequadamente nutridas hoje, mas correm o risco de não estarem assim no futuro” devido à possibilidade de um desastre natural ou uma crise econômica que derive na perda do emprego também sofrem insegurança alimentar, disse David Dawe, economista da FAO. “Mas, não há estimativas confiáveis de quantas pessoas estão nessa situação”, acrescentou.
A FAO é a primeira a admitir que nenhum número pode representar plenamente a insegurança alimentar. Também tem pouco espaço de manobra porque, se mudar radicalmente seus métodos, suas estatísticas se tornarão inúteis aos efeitos de comparações históricas. Wiesmann ajudou o Instituto Internacional de Pesquisa sobre Políticas Alimentares, com sede em Washington, a desenvolver o Índice Global da Fome, que combina dados da FAO sobre proporção de desnutridos com indicadores sobre má nutrição e mortalidade infantis.
Embora esse sistema chegue a um resultado que fornece um panorama mais amplo sobre a situação da fome em determinado país e seja útil para fazer comparações regionais, nacionais e mundiais, não serve para obter números absolutos sobre indivíduos que sofrem insegurança alimentar. E, mesmo se soubéssemos exatamente quantas são essas pessoas, ou mesmo que duplicam o número atual, há motivos para duvidar de que isso signifique alguma diferença para as vítimas.
Na Cúpula Mundial sobre Segurança Alimentar que a FAO realizou em novembro do ano passado em Roma, a comunidade internacional não chegou a um acordo sobre compromissos vinculantes em matéria de assistência, nem a estabelecer um prazo para erradicar a fome. E isto apesar de poucos dias antes a FAO ter dito que a quantidade de desnutridos havia superado, pela primeira vez, o limite de um bilhão. IPS/Envolverde
(IPS/Envolverde)
Roma, 3/5/2010 – O fato de haver 1,02 bilhão de famintos em um mundo cheio de alimentos é má notícia. Mas há outra ainda pior: este número conta apenas uma parte da história da insegurança alimentar mundial. Isto não se deve somente ao problema de as estatísticas nunca mostrarem um panorama completo sobre as vítimas que este flagelo causa entre os que não têm comida suficiente. Também obedece ao simples fato de a quantidade de pessoas que sofrem insegurança alimentar, na realidade, ser muito maior do que esses números, por si só escandalosos. Quanto mais, ninguém sabe.
Todo mês de outubro, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) elabora as estatísticas sobre a fome que depois são citadas por líderes internacionais, políticos, organizações não governamentais e meios de comunicação quando falam do assunto. Devido à complexidade da tarefa e dos recursos que representa, não tem rivais nesta área. A FAO adota um enfoque conservador, presumivelmente para evitar ser acusada de exagerar o problema.
Primeiro analisa dados sobre comércio e produção alimentar de Estados individualmente, para avaliar qual a quantidade disponível de alimentos. Depois utiliza padrões de consumo interno para calcular o acesso a eles e que proporção de uma determinada população está desnutrida. O principal grande problema é que as estimativas sobre os alimentos necessários para atender as necessidades mínimas de energia se baseiam nos requisitos para um estilo de vida sedentário. Isto sugere que muitas pessoas não são contadas como desnutridas apesar de não consumirem calorias suficientes para levar uma vida saudável e ativa.
Talvez, um problema ainda maior seja que, embora as cifras da FAO sejam aceitas como representativas da população desnutrida, de todo modo isto não fala de quantos pobres estão mal alimentados por não poderem pagar uma dieta adequada. O provérbio de que “nem só de pão vive o homem” é verdadeiro, tanto literal quanto no sentido figurado. Uma pessoa pode atender suas necessidades de energia enchendo-se de arroz ou batata, mas se não pode realizar variações em sua dieta não obterá micronutrientes importantes como ferro, iodo, vitamina A e zinco, com efeitos dramáticos para sua saúde e capacidade de funcionar.
Este caso se refere especificamente à má nutrição induzida pela pobreza. Mas também se considera mal nutrida a população de países em desenvolvimento que é obesa por ingerir uma quantidade excessiva de calorias. O mesmo também ocorre com as pessoas que sofrem doenças que impedem que seus organismos se nutram adequadamente a partir dos alimentos, apesar de consumidos de maneira satisfatória. Mas estes grupos não são parte desta análise. Dados divulgados no ano passado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) sugerem que a má nutrição causada pela pobreza é um enorme problema.
Às vezes se chama de “fome oculta” e pode ter consequências irreversíveis, especialmente para menores de 2 anos e para fetos de mães mal nutridas. Segundo o Unicef, 129 milhões de crianças com menos de 5 anos nos países em desenvolvimento têm peso inferior ao que deveriam apresentar e, portanto, são mal nutridas. Mas a quantidade desses pequenos que sofrem raquitismo devido a dietas inadequadas é muito superior, situando-se em 195 milhões. “A quantidade estimada de pessoas com deficiências de ferro ou iodo é, na realidade, muito maior do que a de “desnutridas”, no sentido de deficiência energética na dieta”, disse à IPS a especialista em segurança alimentar Doris Wiesmann.
A FAO reconhece que também há outros elementos que não chega a cobrir. “As pessoas que estão adequadamente nutridas hoje, mas correm o risco de não estarem assim no futuro” devido à possibilidade de um desastre natural ou uma crise econômica que derive na perda do emprego também sofrem insegurança alimentar, disse David Dawe, economista da FAO. “Mas, não há estimativas confiáveis de quantas pessoas estão nessa situação”, acrescentou.
A FAO é a primeira a admitir que nenhum número pode representar plenamente a insegurança alimentar. Também tem pouco espaço de manobra porque, se mudar radicalmente seus métodos, suas estatísticas se tornarão inúteis aos efeitos de comparações históricas. Wiesmann ajudou o Instituto Internacional de Pesquisa sobre Políticas Alimentares, com sede em Washington, a desenvolver o Índice Global da Fome, que combina dados da FAO sobre proporção de desnutridos com indicadores sobre má nutrição e mortalidade infantis.
Embora esse sistema chegue a um resultado que fornece um panorama mais amplo sobre a situação da fome em determinado país e seja útil para fazer comparações regionais, nacionais e mundiais, não serve para obter números absolutos sobre indivíduos que sofrem insegurança alimentar. E, mesmo se soubéssemos exatamente quantas são essas pessoas, ou mesmo que duplicam o número atual, há motivos para duvidar de que isso signifique alguma diferença para as vítimas.
Na Cúpula Mundial sobre Segurança Alimentar que a FAO realizou em novembro do ano passado em Roma, a comunidade internacional não chegou a um acordo sobre compromissos vinculantes em matéria de assistência, nem a estabelecer um prazo para erradicar a fome. E isto apesar de poucos dias antes a FAO ter dito que a quantidade de desnutridos havia superado, pela primeira vez, o limite de um bilhão. IPS/Envolverde
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