domingo, 24 de fevereiro de 2008

“Îvîtu-Yepivu mental”

(Na dificuldade de um título, tomo emprestada essa expressão por achar que traduz um pouco a reflexão/inquietudes abaixo, ou o jeito de manifestá-las. Espero que o autor da mesma – expressão - não se importe...).

Iara Borges Aragonez
pós-férias, o breve parêntese.


De volta!

E a nostalgia do retorno, implacável.
Resta a força das experiências vividas,
embaladas pela magia e grandiosidade das imagens e sensações, cujo poder de imprimir o mesmo tom e cores em todo o resto, forja, no breve tempo, uma “outra” realidade, que, de tão maravilhosa acredita-se eterna e mágica. Sim, eterna e mágica, até o momento em que a “vida como ela é”, com seus reveses, grita mais alto. E eis que me deparo com a fugacidade do belo.

É chegada à hora, após esse breve parêntese, de, novamente misturar-se com aquilo que chamamos, sem vacilar, de REALIDADE, a real realidade. A dureza da vida, esta sim, perene e inexorável.
Resistir, Enfrentar, Lutar, Ceder!!!
Palavras fortes que revelam e traduzem o espírito da dura tarefa de viver nesse mundo que coloca na nossa frente emoção e razão apartadas, atribuindo à capacidade de “endurecer’ a real sabedoria do viver, confundindo assim qual o caminho a seguir, quando às encruzilhadas se apresentam.

Entretanto, descubro o segredo!!!
Manter, manter e manter latente na mente, no coração e na alma, a magia e a grandiosidade do vivido, do maravilhoso, fazendo deste um alimento diário,
tal qual o vento que atea e aviva o fogo, iluminando e nutrindo a nossa existência. Compreender e valorizar no quotidiano o calor das boas emoções, as pequenas e grandes alegrias, as vacilações, os enfrentamentos, a razão e também as transgressões, boas transgressões. Recolhendo deste universo o poder de nos mantermos ternos e flexíveis, porém rígidos e inflexíveis, quando necessário. Mas apenas quando necessário, e somente o necessário.

Recolher o alimento para a Resistência, para o Enfrentamento e para a Luta.
A inspiração para saber a hora de ceder e para fazer com que a aridez da tarefa seja mitigada com toques de ternura, beleza, graça e alegria, pois as sensações farão lembrar que a real REALIDADE também é feita de reais encantamentos. E deixar que também estes definam as escolhas.

Que bom!

Assim, acredito que no quotidiano da vida e da luta nos humanizaremos e nos harmonizaremos mais, pois, o belo, descoberto, redescoberto, vivido e revivido, funcionará como um antídoto para a tristeza, às dores e à dureza da alma. Estas, riscos constantes para aqueles que perseguem a utopia, lutando pela realização dos seus sonhos, individuais e coletivos, e para a superação da fugacidade das coisas que encantam.

Para tanto, precisa-se de muita sabedoria. Que a tenhamos nessa longa trajetória que é a vida!!!

Impossível aqui não lembrar de “El Che”, em particular na atual conjuntura política internacional.

"Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás." (Che Guevara)

E, para homenagear a nostalgia, a força necessária e a vida, selecionei algumas músicas com histórias diferentes, mas todas, na minha opinião, intensas e mobilizadoras. Algumas baladas mais românticas, outras de cunho social e uma em particular totalmente voltada para a emoção de quem busca todas as formas de resistência pessoal. Abaixo um trechinho desta que se chama “Resistiré”. Muy antiga, piegas, pero muy intensa.

“…Me volveré de hierro para endurecer la piel Y aunque los vientos de la vida soplen fuerte soy como el junco que se dobla, pero siempre sigue en pie...”

Clicando no “menu” do vídeo, você pode acessar às diferentes canções selecionadas.

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