sábado, 13 de junho de 2009
Nota de apoio e solidariedade à luta dos povos indígenas da Amazônia Peruana*
A COIAB (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira) e as entidades da Campanha "Povos Indígenas na Amazônia: Presente e Futuro da Humanidade" acompanham com extrema preocupação o conflito desencadeado pela violenta repressão governamental contra a mobilização indígena na Amazônia peruana e repudiam veementemente as atrocidades cometidas. Os assassinatos podem passar de 100, entre eles 30 indígenas do povo Awajun.
As reivindicações para um desenvolvimento que respeite a vida humana e atendem a necessidade de uma relação diferenciada com o ambiente integram hoje a pauta dos organismos internacionais quanto à preservação e o futuro do nosso planeta. Motivo pelo qual manifestamos nosso integral apoio a esses povos por tratar-se de uma luta justa e legítima contra o Tratado de Livre Comércio, TLC entre Peru e EUA e os decretos que viabilizam sua implantação, entregando a exploração das riquezas naturais da Amazônia, inclusive nas terras indígenas, a empresas multinacionais.
Acordos bilaterais semelhantes foram firmados com outros países da América do Sul sob protestos das populações tradicionais e fortemente rechaçados em outros, onde os interesses de companhias, sobretudo norte americanas, tentaram se instalar.
A luta contra esses acordos é de todos os povos da Amazônia. Se for consentida a exploração dos recursos naturais na selva peruana no modo como vem sendo imposto, certamente nós também, do lado brasileiro, sofreremos as conseqüências do desmatamento, da poluição e da destruição das nascentes dos cursos d´água e rios que formam a bacia amazônica, além das conseqüências inevitáveis para as mudanças climáticas atualmente debatidas por todos os segmentos preocupados com o futuro do planeta.
Denunciamos o desenvolvimento terrorista que destrói e mata e condenamos todo e qualquer acordo bilateral ou multilateral que não respeite o direito dos povos indígenas de opinar sobre seus territórios e direitos, tal como previsto pela Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), nem aqueles nocivos à soberania de nossos países e potencialmente destruidores dos recursos naturais existentes.
Somamo-nos a todas as organizações indígenas, parceiros do movimento indígena e entidades da sociedade civil que exigem do governo peruano a correta investigação, a apuração dos fatos e a condenação dos culpados pelas ações que resultaram em tantos mortos, feridos e desaparecidos, cuja divulgação oficial não reflete o número real tendo por base as denúncias dos familiares das vítimas dessa violência.
Conclamamos todos a somarem com a luta dos povos indígenas pelo resgate do sentido fundamental da vida (bem viver de todos os seres) para o projeto de futuro da humanidade e do planeta.
Manaus, 10 de junho de 2009.
Coiab - Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira
Cimi - Conselho Indigenista Missionário
Secoya - Serviço de Cooperação com o povo Yanomami.
Sares - Serviço de Ação e Reflexão Social
Dep. Antropologia/Programa de Pós Graduação em Antropologia Social/Museu Amazônico da UFAM.
Equipe Itinerante
Central Única dos Trabalhadores - CUT/AM
Matéria retirada do site www.adital.com.br
As reivindicações para um desenvolvimento que respeite a vida humana e atendem a necessidade de uma relação diferenciada com o ambiente integram hoje a pauta dos organismos internacionais quanto à preservação e o futuro do nosso planeta. Motivo pelo qual manifestamos nosso integral apoio a esses povos por tratar-se de uma luta justa e legítima contra o Tratado de Livre Comércio, TLC entre Peru e EUA e os decretos que viabilizam sua implantação, entregando a exploração das riquezas naturais da Amazônia, inclusive nas terras indígenas, a empresas multinacionais.
Acordos bilaterais semelhantes foram firmados com outros países da América do Sul sob protestos das populações tradicionais e fortemente rechaçados em outros, onde os interesses de companhias, sobretudo norte americanas, tentaram se instalar.
A luta contra esses acordos é de todos os povos da Amazônia. Se for consentida a exploração dos recursos naturais na selva peruana no modo como vem sendo imposto, certamente nós também, do lado brasileiro, sofreremos as conseqüências do desmatamento, da poluição e da destruição das nascentes dos cursos d´água e rios que formam a bacia amazônica, além das conseqüências inevitáveis para as mudanças climáticas atualmente debatidas por todos os segmentos preocupados com o futuro do planeta.
Denunciamos o desenvolvimento terrorista que destrói e mata e condenamos todo e qualquer acordo bilateral ou multilateral que não respeite o direito dos povos indígenas de opinar sobre seus territórios e direitos, tal como previsto pela Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), nem aqueles nocivos à soberania de nossos países e potencialmente destruidores dos recursos naturais existentes.
Somamo-nos a todas as organizações indígenas, parceiros do movimento indígena e entidades da sociedade civil que exigem do governo peruano a correta investigação, a apuração dos fatos e a condenação dos culpados pelas ações que resultaram em tantos mortos, feridos e desaparecidos, cuja divulgação oficial não reflete o número real tendo por base as denúncias dos familiares das vítimas dessa violência.
Conclamamos todos a somarem com a luta dos povos indígenas pelo resgate do sentido fundamental da vida (bem viver de todos os seres) para o projeto de futuro da humanidade e do planeta.
Manaus, 10 de junho de 2009.
Coiab - Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira
Cimi - Conselho Indigenista Missionário
Secoya - Serviço de Cooperação com o povo Yanomami.
Sares - Serviço de Ação e Reflexão Social
Dep. Antropologia/Programa de Pós Graduação em Antropologia Social/Museu Amazônico da UFAM.
Equipe Itinerante
Central Única dos Trabalhadores - CUT/AM
Matéria retirada do site www.adital.com.br
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