"LUTAR pela sustentabilidade do Planeta, desencadeando junto à base do SEMAPI e do Movimento Social, processos que oportunizem uma reflexão crítica sobre o modelo de desenvolvimento hegemônico, construindo uma ponte para a adoção de práticas cotidianas capazes de inverter a lógica estabelecida e de constituir as bases para um modelo de desenvolvimento sustentável".
Esta é a missão do Coletivo Desenvolvimento Sustentável do SEMAPI Sindicato.
A produção das Sementes Agroecológicas de Hortaliças BioNatur começou a ser desenvolvida em 1997, por assentados da reforma agrária e agricultores familiares, mais especificamente nos municípios de Hulha Negra e Candiota, localizados na região sul do Rio Grande do Sul. Coordenada pela COOPERAL (Cooperativa Regional dos Agricultores Assentados Ltda) a qual buscou construir alternativas ao processo de integração industrial promovido pelas empresas de sementes localizadas nesta região e ao modelo tecnológico baseado em pacotes agroquímicos.
A estratégia foi, além de criar autonomia na produção e comercialização de sementes, buscou o resgate das sementes como patrimônio da humanidade,valorizando a cultura dos agricultores e a sua sabedoria. Este projeto aos poucos foi ganhando a simpatia e a confiança dos agricultores.
Hoje a BioNatur, se constitui em uma importante rede nacional de produção e comercialização de sementes agroecológicas, graças ao desafio do qual centenas de famílias de agricultores assentados se desafiaram a protagonizar. Matéria retirada do site http://loja.daterraecos.com.br
Iara Borges Aragonez Coletivo Desenvolvimento Sustentável SEMAPI Cooperativa de Comércio Justo e Consumo Consciente GiraSol
Aconteceu em Santa Maria/RS, nos dias 22, 23 e 24 de janeiro o 1º Fórum Social e a 1ª Feira Mundial de Economia Solidária.
A Irmã Lourdes, do Projeto Esperança/Cooesperança, mobilizadora e articuladora da economia solidária em Santa Maria e todos(as) que deram vida a iniciativa, já podem comemorar o êxito dessa atividade que joga para o mundo não apenas a idéia, mas práticas que nos permitem afirmar que OUTRA ECONOMIA E OUTRO MUNDO SÃO POSSÍVEIS.
Entretanto, somando-me as várias posições que pautaram os debates, reafirmo que o novo apenas será possível se a luta for persistente e orientada pelo conhecimento e pela troca dos saberes acumulados no processo de reprodução social e econômica daqueles que trabalham e produzem para sua subsistência.
Nessa perspectiva, é necessário fazer uma releitura da história e desvendar com os diferentes grupos sociais as diversas formas de dominação sofrida pelos povos e os processos de “desenvolvimento” estabelecidos de fora para dentro que primaram pela exclusão social e pela devastação ambiental. Constituir mídias alternativas que dêem vez e voz aos que pensam diferente do pensamento hegemônico, criar espaços de formação que permitam fluir a versão dos fatos não comprometida com as elites, articular em rede os diferentes atores sociais para pensar e adotar novas práticas políticas, ambientais, culturais, sociais, econômicas, baseadas em outra ética, são alguns dos caminhos identificados como possíveis de percorrer.
Quero destacar alguns seminários e oficinas dos quais tive a oportunidade de participar: Comércio Justo e Solidário nos Mercados Nacionais; A Crise Mundial de Alimentos: balanço, experiências e agendas na perspectiva da construção da soberania alimentar dos povos e nações; Oficina Internacional de Troca de Saberes e Sementes; e, Biodiversidade e Transgênicos, Coexistência Impossível.
Em relação ao Comércio Justo, foi debatida a importância da constituição de um Sistema Nacional que atue na perspectiva do fortalecimento dos empreendimentos econômicos solidários no território nacional e na afirmação dos princípios que o caracterizam, como a promoção de condições dignas de trabalho e de remuneração; a prática autogestionária; a prática do preço justo para quem produz e consome; a sustentabilidade sócio-ambiental das redes de produção e comercialização; o respeito e a preservação do meio-ambiente; e a valorização, nas relações comerciais, da diversidade étnica e cultural e do conhecimento das comunidades tradicionais.
A Oficina Internacional de Troca de Saberes e Sementes, foi organizada pelo Grupo de Agroecologia Terra Sul da Universidade Federal de Santa Maria e pela Cáritas. A dinâmica utilizada propiciou que produtores (as) apresentassem o seu trabalho relacionado ao resgate e preservação de sementes crioulas e também a projeção de algumas ações conjuntas, como a constituição de uma Rede com o objetivo de fortalecer as iniciativas existentes e criar novas estratégias para avançar no desenvolvimento de bancos de sementes e preservar a nossa agrobiodiversidade. Foram facilitadores da Oficina, Altair Pozzebon pela Cáritas e Izabel Cristina Lourenço da Silva do Grupo de Agroecologia Terra Sul. Um dos encaminhamentos da Oficina foi a elaboração de uma CARTA EM DEFESA DA AGROBIODIVERSIDADE.
O Seminário Soberania Alimentar dos Povos e Nações, coordenado pela presidente do CONSEA/RS, Regina Miranda, destacou a importância da agrobiodiversidade para a soberania de uma nação. Julian Perez, representante da Articulação Nacional de Agroecologia – ANA e do Fórum Brasileiro de Segurança Alimentar – FBSA, discorreu sobre a concentração corporativa na produção, processamento, distribuição dos alimentos e de sementes, assim como os efeitos dessa concentração nas economias locais, nas culturas alimentares, na saúde humana e no ambiente natural. Destacou a homogeneização do padrão alimentar e a necessidade de um redesenho agroalimentar. Segundo Juan, é falsa a idéia de que temos liberdade de escolha dos nossos alimentos, pois o padrão é definido fora de nós e restrito à meia dúzia de produtos, sendo que consumimos a partir de uma forte indução por parte da mídia, a serviço das corporações.
A representante da Via Campesina, Ana, destacou que segurança alimentar sem soberania alimentar é desprovido de significado político e social. Esclarece a visão da Via de que os povos precisam ter as condições para produzir os seus alimentos e alimentar plenamente a sua população, de forma autônoma e respeitando as culturas locais. Enfatizou a importância e o valor do trabalho das mulheres que garantem a produção diversa de alimentos, possibilitando que a agricultura familiar responda por 70%, dado do IBGE, da produção dos alimentos no Brasil. Fala ainda das duas grandes campanhas mundiais da Via Campesina: Campanha Mundial das Sementes e Campanha Mundial pela Reforma Agrária. Participaram ainda da mesa o representante do Governo Federal, Silvino Heck e do Fórum Brasileiro de Economia Solidária.
Por fim, o Seminário Biodiversidade e Transgênicos, Coexistência Impossível teve a coordenação de Izabel Cristina Lourenço da Silva do Grupo de Agroecologia Terra Sul e a participação como palestrante de Antônio Inácio Andrioli, Doutor em Ciências Econômicas e Sociais. A temática de sua tese é Tecnologia e agricultura familiar com estudo de caso sobre a soja transgênica e orgânica no Brasil. Foi debatedor desta mesa o Deputado Estadual Elvino Bohn Gass, coordenador da Frente Parlamentar de Apoio à Economia Solidária e da Frente Parlamentar em Defesa da Extensão Rural.
Alguns destaques da fala do Dr.Andrioli: a imunodeficiência gerada pelo consumo de sementes transgênicas; a monopolização pelas corporações da cadeia produtiva de alimentos; a apropriação privada da natureza/refeudalização da agricultura; a transgenia como geradora de novos problemas técnicos, justificando a adoção de novas ou falsas soluções, fomentando assim a indústria química. Como exemplo, a pressão objetiva dos fatos: a necessidade de substituir o Glifosato aplicado na soja, frente à geração de superervas resistentes ao herbicida; a falta de provas consistentes quanto à maior produtividade das sementes transgênicas, uma vez que as metodologias utilizadas para comparar são viciadas; efeitos como a redução de fixação de nitrogênio no solo e dos índices de proteína dos alimentos; a contradição da construção do Banco de Sementes na Noruega e a destruição da agrobiodiversidade como política corrente das corporações; a “ciência” a serviço das corporações, legitimando as suas decisões e suas “certezas”, dentre elas a de que os transgênicos não causam mal a saúde, uma vez que há ausência de evidências. Segundo o Dr. Andriolo “ausência de evidências não é igual a evidência de ausência”.
Como enfatizei inicialmente, a densidade da organização social e a consistência da luta para a construção de um outro mundo e de outra economia exigem compreender os processos pelos quais o modelo hegemônico se organiza. Os painéis e oficinas realizadas no 1º Fórum Social e na 1ª Feira Mundial de Economia Solidária, cumpriram esse papel. Foram mobilizadores para as transformações necessárias.
Mas, Avançar é Preciso!
Assumo total responsabilidade por eventuais imprecisões técnicas no relato acima. Outros (as) companheiros (as) que participaram dos painéis podem contribuir qualificando as informações. Para que possam ir direto a fonte informo aqui o site do Dr. Andrioli: http://www.andrioli.com.br/
Nós, participantes dos movimentos sociais, indígenas, quilombolas, agricultores(as), empreendimentos solidários, gestores públicos, estudantes, sociedade civil e demais segmentos, reunidos no 1º Fórum e Feira Mundial de Economia Solidária, em Santa Maria-RS-Brasil, nos dias 22 a 24 de janeiro de 2010 reafirmamos: - a luta em defesa da vida e da preservação dos recursos naturais, como patrimônio coletivo de toda a humanidade; - o resgate, uso e cultivo das sementes crioulas como única forma de garantir a autonomia e soberania dos povos. - o direito à soberania alimentar, energética e ambiental de todos os povos; - a retomada da agroecologia como paradigma para nossas vidas, alicerçada na ética e nos resgates culturais; - a necessidade da pesquisa e ciência serem públicas e independentes, comprometidas com a sustentabilidade socioambiental e a construção do conhecimento, com envolvimento de toda a comunidade; - o direito à autodeterminação dos povos, ao resgate dos saberes tradicionais e cultura popular; - o direito à democratização da informação comprometida com a preservação da vida; - a Economia Solidária como instrumento para a viabilização de relações socioambientais justas, éticas e sustentáveis na afirmação de outra economia possível. Ao mesmo tempo denunciamos: - o monopólio dos recursos naturais, da terra, da água e das sementes. - a privatização do conhecimento, da ciência, da pesquisa e da técnica. - a destruição cultural e socioambiental causada pela industrialização dos processos da agricultura e pelos monocultivos; - a falta de políticas públicas voltadas à integração dos processos socioambientais. - a liberação de cultivos transgênicos sem a prévia realização de estudo de impacto ambiental e a falta de consideração do princípio da precaução; - a ausência de representatividade política e competência técnica em biossegurança e o conflito de interesses na CTNBIO (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança - Brasil). - o monopólio, o controle e a padronização dos alimentos, gerando a insegurança alimentar e a concentração de renda. Propomos: - que o alimento para a mesa do povo seja da agricultura familiar, de base ecológica e que sua comercialização seja orientada para o fortalecimento da economia local, integrando elementos da economia solidária e do comércio justo; - a organização da população para consumir, através de cooperativas de consumo, desenvolvendo mecanismos de atuação responsável nessa esfera, garantindo o acesso a alimentos saudáveis e a preços justos e possibilitando ainda, o estabelecimento de parcerias, ações conjuntas e relações mais próximas com os produtores. - o boicote aos produtos das grandes transnacionais, bem como de empresas degradantes do meio ambiente e sociedade. Assim sendo, convocamos a humanidade a se re-integrar à natureza resgatando valores humanos e se sobrepondo aos interesses do Capital.
Economia solidária é uma forma de produção, consumo e distribuição de riqueza (economia) centrada na valorização do ser humano - e não do capital - de base associativista e cooperativista, voltada para a produção, consumo e comercialização de bens e serviços, de modo autogerido, tendo como finalidade a reprodução ampliada da vida. Assim, nesta economia, o trabalho se transforma num meio de libertação humana dentro de um processo de democratização econômica, criando uma alternativa à dimensão alienante e assalariada das relações do trabalho capitalista.http://fsmecosol.org.br/
Pré-programação do Fórum e Feira de Economia Solidária 22 de janeiro - 7h – Alvorada Festiva. - 7h30 – Organização da 1ª Feira Mundial de Economia Solidária (ECOSOL). - 8h às 21h – Comercialização dos Produtos da Economia Solidária e Agricultura Familiar. Local: Centro de Referência de Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter - 8h – Caminhada Ecumênica e Mundial pela Paz, Não Violência e pela Inclusão Social, com saída da Praça Saldanha Marinho, passando pela Rua do Acampamento, Avenida Medianeira, rua Heitor Campos e chegada no Centro de Referência de Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter. - 9h30 – Ato em favor da Paz Mundial e Justiça Social. Local: Palco da Feira - 10h – Mística de Abertura e Linha do Tempo da Economia Solidária. - 10h30min – Abertura oficial da 1ª Feira Mundial e 1º Fórum Social de Economia Solidária. Local: Palco Central da Feira - 12h – Almoço Local: Colégio Irmão José Otão - 14h às 18h – Assembleia Intercontinental, com tema “Economia Solidária e Fórum Social Mundial: retrospectivas e perspectivas”. - 18h – Encontro do 1º Fórum Social e da 1ª Feira Mundial de ECOSOL. - Apresentações Culturais e Artísticas – durante todo o dia. Local: Palco da Feira 23 de janeiro - 7h – Alvorada Festiva - 8h às 21h – Comercialização dos Produtos da Economia Solidária e Agricultura Familiar. 9h às 18h – Seminários Internacionais – Seminário: Construindo um Sistema Financeiro Solidário. – Seminário: Educação, cultura e economia solidária: perspectivas para um outro modelo de desenvolvimento. - 11h às 13h – Mesa: Educação, Cultura e Economia Solidária: desafios, experiências e agendas futuras. Mutirão 1 – Pesquisa-ação. Mutirão 2 – Cultura e educação: o desafio na construção de valores para uma nova economia. Mutirão 3 – Educação e povos tradicionais. Mutirão 4 – Sistematização. Mutirão 5 – Cultura, autogestão e educação: novas linguagens na construção do conhecimento. Mutirão 6 – O papel da educação na construção dos movimentos sociais. - 15h às 17h – A Educação Popular em Construção – Apresentação da síntese dos mutirões. - 18h – Diálogo de encerramento – Provocadores e público – Seminário: Construindo uma Integração Solidária Internacional. - 11h às 12h – Grupos de trabalho - 14h às 15h – Apresentação das rodas de comercialização sobre estratégias de integração comercial. - 15h às 16h – Apresentação, pela equipe de sistematização das principais propostas elaboradas pelos grupos de trabalho. - 16h às 17h45 – Sistematização final (balanço do período, principais realizações e agendas futuras) e encerramento das Atividades. – Seminário: Construindo produção, comercialização e consumo solidários. - 9h às 11h – A constituição de cadeias produtivas solidárias, numa perspectiva internacional. - 11h às 13h – Trabalho em grupo – sistematização dos grupos. - 14h às 17h – A construção do Sistema Nacional de Comércio Justo e Solidário e a construção do Selo ECOSOL. - 18h – Plenário de construção de um documento conjunto sobre Comércio Justo e Solidário (perspectiva internacional) e Manifesto pela aprovação do Sistema Nacional de Comércio Justo e Solidário (SNCJS). – Seminário: Construindo uma Soberania Alimentar e Nutricional. - 9h às 12h – Painel: A Crise Mundial de Alimentos: balanço, experiências e agendas na perspectiva da construção da soberania alimentar dos povos e nações. - 14h – Oficina Internacional de Troca de Saberes e Sementes. - 17h – Encerramento e leitura da carta final do Seminário. - 9h às 17h – Seminário Estadual dos 11 Colegiados dos Territórios Rurais do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) do Rio Grande do Sul. - 12h – Almoço - 19h – Show Latino Americano dos Artistas da Caminhada da América. Local: Palco da Feira 24 de janeiro - 7h – Alvorada Festiva - 8h às 21h – Comercialização dos Produtos. - 9h às 12h – Seminário Internacional Quilombolas. - 9h às 12h – Seminário Nacional da Campanha da Fraternidade de 2010. - 9h às 12h – Seminário Internacional da biodiversidade e sementes crioulas, patrimônio da humanidade. - 9h às 12h – Oficinas autogestionárias e Espaços de vivência. - 14h às 18h – Assembleia intercontinental: As propostas da economia solidária na nova agenda do FSM. - Seminário Nacional – Desenvolvimento Economia Solidária: Redes de Educação e organização do sistema Financeiro Solidário e Sustentável. - 14h – Assembleia Intercontinental: As propostas da Economia Solidária na nova agenda do Fórum Social Mundial (FSM). - 15h – Lançamento de Livros e Cartilhas. Local: Palco da Feira - Lançamento da 33ª Romaria Estadual da Terra com o Tema: Quilombos: Terra, Trabalho e Inclusão. Local: Palco da Feira - 18h – Atividades Culturais. Local: Palco da Feira
Estudo constata que uma dieta saudável e um regresso à agricultura tradicional podem ajudar a reduzir o consumo de energia e de alimentos nos EUA.
Por Henrique Cortez, do Ecodebate - www.ecodebate.com.br
Estima-se que 19 por cento do total da energia utilizada nos EUA é consumida na produção e distribuição de alimentos. A energia norte-americana é, majoritariamente, de origem fóssil, cada vez mais cara e escassa, além de ser a principal fonte de emissão de carbono nos Estados Unidos.
No estudo “Reducing energy inputs in the US food system“, publicado na revista Human Ecology, David Pimentel e seus colegas da Universidade de Cornell, em Nova York, apresentam uma série de estratégias que poderiam cortar o consumo de energia fóssil utilização na produção e distribuição de alimentos em 50%.
O primeiro argumento é que as pessoas comam menos, especialmente considerando que o americano médio consome um número estimado de 3747 calorias por dia, contra um consumo recomendado de 1200-1500 calorias. A alimentação do americano médio, é, tradicionalmente, baseada em dietas com quantidades elevadas de produtos de origem animal e de alimentos processados, que, pela sua natureza, utilizam mais energia do que a necessária para a produção de alimentos, como a batata, arroz, frutas e legumes.
Só pela redução de consumo de produtos de origem animal já teria um enorme impacto sobre o consumo de combustível, bem resultaria na melhora da sua saúde.
Outras economias são possíveis na produção de alimentos. Os autores sugerem que se produzam no sentido mais tradicional, a agricultura biológica ou agroecológica, métodos mais convencionais, que demandam menos energia. A seleção de culturas mais eficientes também reduziria a utilização de adubos e pesticidas, aumentando da utilização de estrume e observando as rotações de cultura, para a melhoria da eficiência energética.
Por último, as alterações dos métodos de processamento de alimentos, embalagem e distribuição também poderão ajudar a reduzir o consumo de combustível. Um produto processado, do campo ao consumo, percorre uma média de 2400 km antes de ser consumido.
Este estudo defende veementemente que o consumidor está na posição central para uma redução da utilização de energia. Como indivíduos, ao abraçar um estilo de vida “ecológico” , com a tomada de consciência das suas escolhas alimentares, podemos influenciar os recursos energéticos. Para isto basta comprar produtos locais e evitar alimentos processados, embalados e de qualidade nutricional inferior. Isto levaria a um ambiente mais limpo e a uma saúde melhor.
Estas concluões são verdadeiras para os EUA tanto quanto para o Brasil.
1. Pimentel D, Williamson S, Alexander C E, Gonzelez-Pagan O, Kontak C and Mulkey SE (2008). Reducing energy inputs in the US food system. Human Ecology: DOI 10.1007/s10745-008-9184-3.
Como informação complementar, destacamos que estas conclusões reforçam os conceitos mais recentes incorporados pela FAO à definição de segurança alimentar, neste caso entendida como “o estado existente quando todas as pessoas, em todos os momentos, têm acesso físico e econômico a uma alimentação que seja suficiente, segura, nutritiva e que atenda a necessidades nutricionais e preferências alimentares, de modo a propiciar vida ativa e saudável”
A única coisa imutável no homem é sua vocação para a mudança, por isso a revolução será permanente, contraditória, imprevisível, ou não será. As revoluções-coágulo, as revoluções pré-fabricadas, contêm em si sua própria negação, a Estrutura futura. Julio Cortázar, escritor belgo-argentino (1914-1984), em Ultimo Round.
“Sem liberdade não há socialismo” Entrevista com Paul Singer na Fórum.
"O vídeo mostra um pouco do processo de autogestão que as comunidades de Chiapas no México vêm construindo desde 1994.
Mostra um pouco da forma de produção de alimentos, entre outras coisas.
Um exemplo a servir como inspiração para outros levantes populares".
"Os ricos farão de tudo pelos pobres, menos descer de suas costas". Tolstói.
BioNatur
Um patrimônio a preservar
¿De quién es la naturaleza?
Indico o site http://www.etcgroup.org que contém um acervo muito valioso acerca da biodiversidade e recursos genéticos, concentração corporativa, direitos dos agricultores, propriedade intelectual, etc.
Abaixo, parte da resenha de uma das suas importantes publicações:
"¿De quién es la naturaleza? Informa sobre las agresivas tendencias de la concentración corporativa y la convergencia de tecnologías, pero también señala una realidad que contrasta mucho con el control que ejercen las industrias sobre las ciencias de la vida: aunque una sola empresa —Monsanto— controla casi una cuarta parte de semillas comerciales, tres cuartas partes de los agricultores del mundo conservan rutinariamente la semilla que cosechan y tienen variedades locales. Tal vez Wal-Mart sea el comprador y vendedor de comestibles más grande del mundo pero el 85% de los alimentos del planeta se consumen cerca de donde se producen, es decir, una gran parte está fuera del sistema de marcado".
“Hay una resistencia grande y creciente a la dislocación y la devastación ocasionados por el sistema agroindustrial de producción de alimentos, señala Silvia Ribeiro, del Grupo ETC. “En la lucha global por la Soberanía Alimentaria, el campo de juego no es parejo, pero el alcance de la resistencia es enorme —campesinos, pescadores, pastores y alianzas de movimientos y organizaciones sociales están peleando por sistemas de alimentación y salud controlados locamente y socialmente justos".
Capa do Site ECO - 05/11/2004 - http://www.oeco.com.br
Veja em www.semapirs.com.br mais informações sobre a audiência pública sobre o Código Florestal, incluindo as mudanças no Código anunciadas pelo Ministro Minc.
Audiência Pública sobre o Código Florestal - Quarta-feira, 25 de Junho de 2009
Código Florestal: Ambientalistas dizem que interesses privados não podem prevalecer
O representante do Movimento Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente, Felipe Amaral, dividiu o tempo de manifestação com a representante da Apedema, Conceição Carrion, e leu um manifesto da entidade no qual repudiou “o uso da agricultura familiar como fachada para conquistas de interesse dos grandes latifúndios”.
Amaral salientou que os interesses privados não podem prevalecer sobre o interesse público. “Nosso papel é a ecologização da política e a politização da ecologia”, defendeu.
Fonte: Andrei Fialho/Agência de Notícias da ALERGS Foto: Marcelo Bertani / Ag AL
Vamos assinar!!! Ainda há tempo
O Presidente Lula tem só até esta quinta-feira, 25/06/2009, para vetar partes da MP que irá privatizar a Amazônia. A pressão popular é fundamental nestes momentos decisivos até a MP ser assinada.
Originalmente concebida para regularizar as terras de pequenos agricultores, foi manipulada pelos interesses do agronegócio para expandir os benefícios para empresas e pessoas que não moram nas propriedades.
A pressão popular terá um papel importante na tomada de decisão do Lula que ainda não decidiu o que vetar, portanto ainda há chances de convencê−lo a vetar as partes mais perigosas.
Clique no link para ver uma mensagem pré−escrita para o Lula, depois assine o seu nome. Leva somente 2 minutos para registrar a sua voz e ajudar a proteger a Amazônia!
Minc diz que consumo consciente é saída para conter desmatamento na Amazônia
16/06/2009 - 10h06
Por Thais Leitão, da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, elogiou ontem (15/06) a decisão de algumas redes varejistas de deixar de comprar carnes de agropecuaristas que criam gado em áreas de desmatamento na Amazônia.
“Acho ótimo. O consumo consciente é a chave da questão”, afirmou, ao participar de um debate sobre mudanças climáticas na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Segundo Minc, o ministério do Meio Ambiente já havia firmado acordos semelhantes com produtores de soja e de madeira que trouxeram bons resultados. Ele explicou que o setor agropecuário desistiu de fazer o mesmo logo no início da crise financeira internacional, temendo ter prejuízos.
“Foi uma decisão equivocada, porque no momento da crise a questão ambiental facilitaria, sendo possível mostrar que o setor estava se modernizando.”
O ministro também lembrou que em um ano houve uma redução de 55% nos níveis de desmatamento da Amazônia, garantindo o menor índice dos últimos 20 anos.
(Envolverde/Agência Brasil)
"Jardineiros do Planeta"
A biodiversidade desejada e cultivada por cada um(a) de nós. Um imaginário em construção. E aqui podemos construí-lo juntos.
“Entramos numa época de ilimitação e é nisso que temos o desejo do infinito (..). A sociedade capitalista é uma sociedade que caminha para o abismo, sob todos os pontos de vista, por não saber se autolimitar. E uma sociedade realmente livre, autônoma deve saber se autolimitar, saber que há coisas que não se pode fazer, que não se deve nem tentar fazer, ou que não se deve desejar. Vivemos neste planeta que estamos destruindo (..). Tantas maravilhas em vias de extinção. Penso que deveríamos ser os jardineiros deste planeta. Teríamos que cultivá-lo. Cultivá-lo como ele é e pelo que é. A tarefa é enorme (..) só que isto está muito longe não só do atual sistema quanto da imaginação dominante. O imaginário de nossa época é o da expansão ilimitada(..). Isso que é preciso destruir. É nesse imaginário que o sistema se apóia”.(Castoriadis, 1999).
Consumo de Agrotóxicos no Brasil
27/04/2009
Deu na revista Defesa Vegetal, da Andef, que o consumo de agrotóxicos (eles chamam de defensivos) no Brasil totalizou 733,9 milhões de toneladas, cujas vendas somaram US$ 7,125 bilhões, colocando o Brasil como o maior mercado mundial no consumo de agrotóxicos. Superou os Estados Unidos, que consumiu 646 milhões de toneladas, ou US$ 6 bilhões em vendas. Os números se referem a 2008.
No Brasil, o maior consumo de agrotóxicos se deu na soja, seguida pelo milho, cana de açúcar e algodão. Coincidentemente os cultivos com os maiores investimentos em transgênicos.
En defensa del MAIZ
Mexicanos reivindicam aplicação dos princípios da Convenção sobre Diversidade Biológica e lançam campanha virtual contra o cultivo de transgênicos no México, centro de origem do milho.
Este Kiwi foi desenvolvido na NZ. Tem origem asiatica(China). Segundo os produtores, o solo, de origem vulcanica, e o principal responsavel pela excelente qualidade da producao agricola.
Mount Ruapehu
Um importante centro de esqui na Ilha Norte. Localiza-se no chamado "Anel de Fogo do Pacifico". E um Vulcao Ativo. Em 2007 foi a sua ultima erupcao.
Pisando na neve que ainda resta no Mounte Ruapehu.
Algumas imagens da Nova Zelandia
As imagens abaixo complementam o texto " Um voo alegre, perfumado e Pleno", de 23 de dezembro de 2008.
A flor da POHUTUKAWA
TAMAKETAPUA - Casa de culto dos Maoris
Kauri
A Arvore mais cobicada pelos Ingleses para fazerem os seus barcos. Uma das causas do desmatamento brutal no periodo da colonizacao.
Vista de cima do Mount Maunganui
NOVA ZELANDIA - Mount Maunganui
A pequena morte
Eduardo Galeano
Não nos provoca riso o amor quando chega ao mais profundo de sua viagem, ao mais alto de seu vôo: no mais profundo, no mais alto, nos arranca gemidos e suspiros, vozes de dor, embora seja dor jubilosa, e pensando bem, não há nada de estranho nisso porque nascer é uma alegria que dói. Pequena morte, chamam na França a culminação do abraço, que ao quebrar-nos, faz por juntar-nos, e perdendo-nos faz por encontrar-nos, e acabando conosco nos principia. Pequena morte, dizem; mas grande, muito grande haverá de ser, se ao nos matar nos nasce.
Marcha dos Sem em Porto Alegre enfrenta a truculência capitaneada pelo governo Yeda Crusius
O Governo Yeda mais uma vez trata os movimentos sociais e sindical como caso de polícia. Se não estivesse lá, me custaria acreditar. Milhares de brigadianos armados acompanharam a manifestação que teve inicio pela manhã do dia 16/10 com um protesto em frente a um super-mercado vinculado a Rede Wal-Mart. Como se fosse enfrentar o inimigo em uma guerra a tropa de choque da brigada militar enfrentou uma marcha pacífica que reunia trabalhadores(as) do campo e da cidade. O único objetivo desses aguerridos trabalhadores era expressar, e, bravamente, expressaram a sua indignação com o alto preço dos alimentos e o domínio pelas transnacionais da cadeia produtiva alimentar, com o desmonte da educação e com a corrupção e a violência que assolam o estado do RS. Bombas foram detonadas e trabalhadores(as) ainda hoje estão hospitalizados. Custa crer, mas essa violência do Estado, contra o povo gaúcho, está acontecendo. Veja mais sobre o assunto em ww.brasildefato.com.brewww.agenciachasque.com.bre abaixo algumas fotos do efetivo mobilizado para reprimir o movimento social. Iara Borges Aragonez Coletivo Desenvolvimento Sustentável SEMAPI
Fotos de Paulo Marques
O SEMAPI "cria raízes" para contribuir com a SUSTENTABILIDADE 03/10/2008
Criação: Benhur Borges da Silva
Quem é e a que vem o NECOSS?
O Coletivo Desenvolvimento Sustentável do SEMAPI, implantado pela gestão 2007-2010, gerou em 2008 um debate interno na perspectiva de enraizar ações e reflexões sobre a temática da SUTENTABILIDADE. Um dos frutos foi a constituição do NECOSS - Núcleo Ecológico Sustentabilidade SEMAPI, composto por trabalhadores(as) do Sindicato. A Direção atual quer que o compromisso com uma sociedade sustentável faça parte, tanto da sua pauta, quanto da pauta daqueles que permanecem enquanto as diretorias passam.
O NECOSS assume para si a responsabilidade de ajudar o Sindicato na adoção de novas práticas cotidianas, assim como, garantir no futuro a sua continuidade. Sabe também que é um árduo e longo processo e que as mudanças passam fundamentalmente pela ampliação de consciências sobre o impacto das nossas ações diárias no meio ambiente e na sociedade.
Estamos a cada dia compreendendo mais que as nossas escolhas,individuais e coletivas, sejam elas relacionadas aos resíduos que produzimos e a sua destinação, ou, a origem dos alimentos que consumimos, têm o poder de construir uma sociedade mais ou menos justa, ambiental e socialmente falando.
Integram o NECOSS:Benhur Borges da Silva, Iolanda Mari Tavares, Luci Ester da Silva, Maria Helena Antunes Neto, Rafael Machado do Amaral e Tânia Regina Feijó. Participam ainda do Núcleo a coordenadora do Coletivo de Administração, Maria Luisa Paixão Prates e do Coletivo Desenvolvimento Sustentável, Iara Borges Aragonez.
Arambaré
Setembro/2008
Manifesto Contra o Tradicionalismo
Em 18 de Setembro de 2008 Um grupo formado por jornalistas, historiadores, produtores culturais, artistas locais, pedagogos e autoridades acadêmicas divulgaram em 2007, na internet, o Manifesto Contra o Tradicionalismo. São reflexões sobre o Movimento Tradicionalista na sociedade gaúcha. “A conclusão fundamental é que o MTG atropela diversas instâncias da vida republicana”, afirma o grupo. O manifesto caracteriza-se como uma representação de um movimento da ilustração contra o fundamentalismo, e a IHU On-Line o publica, na íntegra. Para ler o Manifesto, na íntegra, acessehttp://zurdo-zurdo.blogspot.com/2007/09/manifesto-contra-o-tradicionalismo.html
A semana farroupilha vem sendo comemorada ano a ano sem que paremos para pensar o real significado do processo histórico que dá origem a essa comemoração. O historiador Tau Golin, na década de 80, faz estremecer o Rio Grande do Sul ao publicar um livro intitulado Bento Gonçalves, o Herói Ladrão. Nesse livro, assim descreve o Herói Farroupilha: ... ”Mediante o conhecimento do homem histórico Bento Gonçalves da Silva, delimitado na sua classe – a oligarquia -, não é possível compreendê-lo como um herói popular, digno de ser cristalizado no coração do povo. Entretanto, se Bento totaliza-se como “herói” genérico, devemos atribuir essa realidade ao sucesso estrondoso da ideologia dominante. Bento sempre esteve voltado para a sua própria classe. Todas as suas atitudes buscavam preservar os seus privilégios. Nesse sentido, não retiramos os seus méritos como homem histórico da classe dominante e articulado organicamente com ela: soube elevar integralmente o seu projeto de sociedade, em conseqüência, alienando o povo material e espiritualmente, submetendo-o a exploração e ao espólio”...
Vale a pena repensar a história a partir de outros referenciais!!!
8°. Encontro Diocesano de Sementes Crioulas - Em 06 de agosto de 2008
O Vídeo acima e as Fotos foram apresentados pelo trabalhador da FADERS Paulo Casagrande
O Paulo é o que ABRAÇA (com crachá)
A Agricultura Familiar e a Biodiversidade
Produtor da APEMA - Vilmar Menegat
Políticas Públicas de Meio Ambiente – O desmonte dos órgãos ambientais do Rio Grande do Sul
O Semapi Sindicato e a APEDEMA (entidade que congrega as instituições ambientalistas do RS) convidam Vossa Senhoria para participar do Seminário Políticas Públicas de Meio Ambiente – O desmonte dos órgãos ambientais do Rio Grande do Sul. O evento se realizará na terça-feira, dia 20 de maio, a partir 18h30 no auditório do SEMAPI (Rua Lima e Silva, 280 - Cidade Baixa - Porto Alegre). O objetivo do encontro é estabelecer um espaço de discussão e articulação na sociedade, referente à gestão pública ambiental e a atual situação dos órgãos responsáveis pela sua execução. O seminário contará com a participação como painelistas convidados de Paulo Brack, Ludwig Buckup, Althen Teixeira, Dirce Suertegaray e Najar Tubino.Sua participação é fundamental na construção deste processo de enfrentamento e resistência a atual crise ambiental no nosso Estado. Participando de atividades como esta você poderá contribuir na construção de estratégias na perspectiva de ESTANCAR o desmonte das instituições públicas que garantem que este Estado, o estado do Rio Grande do Sul, preserve a sua biodiversidade e a riqueza cultural que lhe é peculiar.
Participe. Faça a sua parte e venha contagiar-se dessa energia combativa. O companheiro ANTENOR PACHECO, trabalhador da FEPAM, integrante do Coletivo Desenvolvimento Sustentável do SEMAPI Sindicato, em um esforço carregado de muita emoção, compromisso e indignação, assim como os demais palestrantes, irão demonstrar que essa luta VALE A PENA.
O impacto individual
O consumo de cada um deixa marcas de degradação no meio ambiente. Todos os dias, liberamos imensas quantidades de dióxido de carbono, metano e outros gases na atmosfera, intensificando o efeito estufa e aumentando a temperatura média da Terra. Isso provoca as mudanças climáticas que, por sua vez, trarão impactos irreversíveis para nossa vida no planeta.
Mude o consumo para não mudar o clima A forma como usamos produtos eletroeletrônicos, o meio de transporte que escolhemos, o consumo de produtos de madeira e de carne bovina e a nossa produção de lixo estão diretamente relacionados às mudanças climáticas. Mas com pequenas alterações em hábitos diários podemos diminuir consideravelmente nosso efeito negativo sobre o planeta. Veja como é simples.
1. Evite luzes ou equipamentos ligados quando não for necessário. 2. Desligue os equipamentos da tomada, ao invés de desligar apenas no comando. Os aparelhos em modo stand-by continuam consumindo energia. 3. Antes de comprar um novo equipamento, verifique a etiqueta energética e escolha aquele que consome menos energia. 4. Reduza o tempo no banho. Você poupa água e ajuda a diminuir o consumo de energia. 5. Substitua as lâmpadas incandescentes por lâmpadas econômicas. Elas geram a mesma luminosidade, mas poupam 80% de energia elétrica e duram mais. 6. Não ligue a televisão só para servir de companhia, nem adormeça com ela ligada. Programe para que se desligue sozinha. 7. Verifique as borrachas de vedação da geladeira e do forno colocando uma folha de papel entre a borracha e a porta. Se a folha ficar solta, a porta não está fechando de forma eficiente. 8. Ligue a máquina de lavar roupa e louça apenas com carga máxima. Você poupa água, energia e tempo. 9. Na máquina de lavar roupa, evite a pré-lavagem, exceto quando a roupa está muito suja. 10. Procure utilizar os transportes coletivos. E, para distâncias curtas, opte por se deslocar a pé. 11. Programe as definições do seu computador para ele se desligar automaticamente (hibernar) após um tempo sem ser utilizado. 12. Reduza a quantidade de sacolas plásticas nas suas compras utilizando sacola de pano ou caixas plásticas para compras maiores. Recuse embalagens em excesso. 13. Se for comprar um carro, escolha um modelo eficiente no consumo de combustível. Dê preferência aos modelos flex e utilize álcool sempre que possível. 14. Separe os resíduos orgânicos e os recicláveis (plásticos, vidros, latas, papéis) do lixo imprestável, encaminhando para a reciclagem. 15. Compre móveis de madeira e madeira para construção certificadas para garantir que você não está contribuindo com o desmatamento da Amazônia. 16. Pressione o governo para o cumprimento de políticas públicas que promovam a mitigação (diminuição das causas) e a adaptação aos impactos irreversíveis ao clima nos diferentes setores, como energia, transporte, florestas, saneamento,produção agrícola e pecuária. 17. Solicite aos supermercados, restaurantes e fornecedores de alimentos e insumos domésticos que disponibilizem produtos orgânicos ou com certificação de origem ou qualidade de gestão ambiental. 18. Pressione os supermercados que freqüenta para que exijam dos seus fornecedores um sistema de rastreamento que garanta que a carne que compramos não venha de área de desmatamento na Amazônia Legal. 19. Exija desses supermercados a informação sobre a qualidade ambiental dos produtos. 20. Pressione as empresas de produtos eletroeletrônicos das marcas que você consome por produtos mais eficientes no consumo de energia e por informação sobre a eficiência energética deles. 21. Pressione as empresas das marcas que você consome para que criem alternativas para que nós consumidores possamos mudar de forma mais significativa nossos hábitos de consumo.
Comemorando o final da colheita. Mais um momento de profunda energia...
Um dos feixes de arroz que irão formar a MEDA. Uma arte a parte...
O Jantar pós-colheita. Um espetáculo...
Kikumbi - saudação à colheita do dia. Energia contagiante...
1º de Maio
"A todos Que saíram às ruas De corpo-máquina cansado, A todos Que imploram feriado Às costas que a terra extenua –Primeiro de Maio! Meu mundo, em primaveras, Derrete a neve com sol gaio. Sou operário – Este é o meu maio Sou camponês – Este é o meu mês. Sou ferro – Eis o maio que eu quero! Sou terra – O maio é minha era!" (“Meu Maio”, de Vladimir Maiakovski)
No site http://www.semapirs.com.br/ você poderá ler sobre a história do 1º de maio e também um texto homenagem as trabalhadoras e aos trabalhadores que fazem parte da base do SEMAPI Sindicato.
'PRECONCEITO CONTRA ÍNDIOS ESTÁ VOLTANDO EM ONDA CONSERVADORA' .
O preconceito racial contra os índios está passando por uma fase de recrudescimento, segundo o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), o historiador MÁRCIO MEIRA em entrevista ao jornalista Roldao Arruda do jornal O Estado de S.Paulo, 20-04-2008. Para MÁRCIO MEIRA um dos principais fatores para a mudança seria a expansão econômica, especialmente do AGRONEGÓCIO, em direção às regiões do sertão brasileiro, onde vivem os índios. De acordo com Meira, ainda impera no País uma visão de progresso segundo a qual tudo que impede o seu avanço deve ser destruído.
Mano Brown
O Brasil é o país mais inteligente para discriminar os “negros” e os pobres, por isso ele é falso, aqui no Brasil se usa uma estratégia que vem funcionando há mais de 400 anos certo! Que é mentir prá você, que é para mostrar para aos “negros” e para o mundo que o Brasil não é um país racista, e que aqui é o paraíso da integração, e não é isso, há uma máscara que esconde tudo isso, e não temos como provar, você só consegue ver isso no dia-a-dia, nas atitudes das pessoas, na atitude da polícia. Quando você vai arrumar um emprego, nos papéis que os negros fazem nas novelas, nas revistas, nas grandes modelos que aparecem (Mano Brown, Revista Mix: 6 , 40, 1997).
Pânico na Zona Sul (...) Então, quando o dia escurece, só quem é de lá sabe o que acontece. Ao que me parece prevalece a ignorância, e nós... Estamos sós. Ninguém quer ouvir a nossa voz. Cheia de razões, os calibres em punho, dificilmente um testemunho vai aparecer E pode crer, a verdade se omite, pois quem garante o meu dia seguinte? Justiceiros são chamados, por eles mesmos, matam, humilham e dão...Tiros a esmo. E a polícia não demonstra, sequer vontade, de resolver ou apurar a verdade. Pois simplesmente é... conveniente. Porque ajudariam se nos julgam delinqüentes? As ocorrências prosseguem sem problema nenhum. Continua-se o pânico na Zona Sul. (...) (Mano Brown, LP Holocausto Urbano, 1990)
Voz Ativa (...) Precisamos de um líder de crédito popular Como Malcom X em outros tempos foi na América Que seja negro até os ossos, um dos nossos E reconstrua o nosso orgulho que foi feito em destroços Nossos irmãos estão desnorteados Entre o prazer e o dinheiro desorientados Brigando por quase nada, migalhas coisas banais Prestigiando a mentira, as falas, desinformados demais. Chega de festejar a desvantagem e permitir que desgastem a nossa imagem. Descendente negro atual, meu nome é Brown. Não sou complexado e tal, apenas racional. É a verdade mais pura, postura definitiva. A juventude negra agora tem voz ativa (...) (Mano Brown/Edy Rock, LP Escolha seu Caminho, 1992).
Na imagem do nascer do sol desta quarta-feira, 9 de abril, a beleza singular da Costa Doce.
Imagens enviadas por Zelmute Oliveira, Secretário Municipal de Turismo, Indústria e Comércio de São Lourenço do Sul. Créditos: Céres Torres
Paramaribo
Os dois textos abaixo foram retirados do Livro As Caras e as Máscaras de Eduardo Galeano. Este, é o segundo volume da trilogia MEMÓRIA DO FOGO, na qual o autor narra a história da América.
O lugar onde ocorrem os episódios abaixo é Paramaribo. Um distrito do Suriname, cuja capital também chama-se Paramaribo. O ano, 1711.
Elas Levam A Vida Nos Cabelos
Por mais negros que crucifiquem ou pendurem em ganchos de ferro que atravessam suas costelas, são incessantes as fugas nas quatrocentas plantações da costa do Suriname. Selva adentro, um leão negro flameja na bandeira amarela dos cimarrões. Na falta de balas, as armas disparam pedrinhas ou botões de osso; mas a floresta impenetrável é o melhor aliado contra os colonos holandeses.
Antes de escapar, as escravas roubam grãos de arroz e de milho, pepitas de trigo, feijão e sementes de abóbora. Suas enormes cabeleiras viram celeiros. Quando chegam nos refúgios abertos na selva, as mulheres sacodem as cabeças e fecundam, assim, a terra livre.
Elas se Calaram
Os holandeses cortam o tendão de Aquiles do escravo que foge pela primeira vez, e quem insiste fica sem a perna direita; mas não há jeito de evitar que se difunda a peste da liberdade no Suriname.
O capitão Molinay desce pelo rio até Paramaribo. Sua expedição volta com duas cabeças. Foi preciso decapitar as prisioneiras, porque já não podiam se mover inteiras através da selva. Uma se chama Flora, a outra, Sery. Elas ainda têm os olhos pregados no céu. Não abriram a boca apesar dos açoites, do fogo e das tenazes incandescentes, teimosamente mudas como se não tivessem pronunciado palavra alguma desde o remoto dia em que foram engordadas e untadas de óleo e lhe rasparam os cabelos, desenhando-lhes nas cabeças estrelas e meias-luas, para vendê-las no mercado de Paramaribo. Todo o tempo mudas, Flora e Sery, enquanto os soldados lhes perguntavam onde se escondiam os negros fugidos: elas olhavam o céu sem piscar , perseguindo nuvens maciças como montanhas que andavam lá no alto, à deriva.
Apresentamos mais uma integrante do Coletivo Desenvolvimento Sustentável do SEMAPI Sindicato
Ilese Schimidt, trabalhadora da FASE, Diretora do SEMAPI.
Uma Nova Mulher
Que venha essa nova mulher de dentro de mim, com olhos felinos felizes e mãos de cetim. E venha sem medo das sombras, que rondam o meu coração, e ponha nos sonhos dos homens a sede voraz, da paixão. Que venha de dentro de mim, ou de onde vier, com toda malícia e segredos que eu não souber. Que tenha o cio das onças e lute com todas as forças, conquiste o direito de ser uma nova mulher. Livre, livre, livre para o amor....quero ser assim, quero ser assim. Senhora das minhas vontades e dona de mim !Que venha de dentro de mim, ou de onde vier, com toda malícia e segredos que eu não souber. Que tenha o cio das corças e lute com todas as forças, conquiste o direito de ser uma nova mulher! Que venha essa nova mulher de dentro de mim!! PARA TODAS AS AMIGAS , MULHERES, GUERREIRAS, DANDARAS , ACOTIRENES, FILHAS DO VENTO, DAS ÁGUAS , DA TERRA, MÃES, SENHORAS DONAS DO SEU PRÓPRIO DESTINO!!! FELIZ DIA INTERNACIONAL DA MULHER!!!
Enviado pela amiga e companheira ADRIANA PERDOMO. Uma grande mulher!!!!!
Março/2008
Trabalho realizado pelo grupo de Economia Popular Solidária "Mulheres Independentes do Morro da Cruz"
CUBA
No dia 29 de Fevereiro, sexta-feira, faremos uma conversa com Angélica Alonso Console, médica brasileira, formada pela Escola Latina America de Medicina em Cuba. Angélica viveu por seis anos em Havana e vai contar para os (as) trabalhadores (as) e direção do SEMAPI Sindicato, a sua experiência na terra de Fidel e de Che. Angélica, além de conversar conosco, trará material fotográfico acumulado nesse período.
É uma oportunidade de conhecermos outra versão sobre o modelo político e econômico desta Ilha, demonizado por uns e endeusado por outros. De gente como a gente, provavelmente, ouviremos como de fato é: com problemas, dificuldades, mas também com reais possibilidades da sua população viver com dignidade.
Bem, mas vamos ouvi-la, pois assim teremos mais elementos para compreender essa complexa realidade.
Abaixo uma foto do grupo de Angélica em Havana. Para localizá-la es la chica com brincos verdes.
Até sexta-feira.
Médicos(as) brasileiros(as) formados(as) em Cuba
A função da arte
Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul.
Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando.
Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto o seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza.
E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai:
- Me ajuda a olhar!
Eduardo Galeano O Livro Dos Abraços
Resistiré
Duo Dinamico Cuando pierda todas las partidas Cuando duerma con la soledad Cuando se me cierren las salidas Y la noche no me deje en paz
Cuando sienta miedo del silencio Cuando cueste mantenerse en pie Cuando se rebelen los recuerdos Y me pongan contra la pared
Resistiré, erguido frente a todo Me volveré de hierro para endurecer la piel Y aunque los vientos de la vida soplen fuerte
Soy como el junco que se dobla, Pero siempre sigue en pie Resistiré, para seguir viviendo Soportaré los golpes y jamás me rendiré Y aunque los sueños se me rompan en pedazos Resistiré, resistiré. Cuando el mundo pierda toda magia Cuando mi enemigo sea yo Cuando me apuñale la nostalgia Y no reconozca ni mi voz
Cuando me amenace la locura Cuando en mi moneda salga cruz Cuando el diablo pase la factura, o Se alguna vez me faltas tu Resistiré... O si alguna vez me faltas tú.Resistiré, erguido frente...
A música você encontra no vídeo que inicia com "El Che".
Blog em férias!
E para despedida, “exibo” alguns dos integrantes do Coletivo Desenvolvimento Sustentável do Semapi. A idéia é passar para os nossos (as) visitantes um pouco do que somos na nossa vida no Sindicato. Muita marcha, discursos inflamados e também alegria na rua.
Abro a seção de fotos com um vídeo da cantora Beth Carvalho, madrinha do samba, acompanhada de Mariene de Castro, sambista da nova geração, com a música "Raiz".
É uma tentativa de dar ao fechamento desse ciclo do Blog, um tom bem brasileiro, com gosto de festa, de samba, de carnaval e de FÉRIAS.
Quanto a mim vou ao encontro de AREIA, ÁGUA, SAL, SOL e muita tranqüilidade.
Áqueles que entrarem no Blog nesse período terão muitas alternativas na linha de textos e vídeos postados entre Novembro/2007 e Janeiro/2008. Aproveitem!!!
Antenor Pacheco
Representante no Semapi da base da FEPAM - Fundação Estadual do Meio Ambiente
Paulo Sérgio Mendes Filho e Iara Borges Aragonez
Paulinho, representante da base da EMATER - Assistência Técnica Rural e Iara da FGTAS - Fundação Gaúcha do Trabalho
Lauro Bernardi
Representante da base da EMATER/RS - Empresa de Assistência Técnica Rural
Rafael Amaral, Iara e Kátia Marko
O Rafael é trabalhador do Semapi e AMIGO do Coletivo. Kátia é a jornalista autora das fotos
Greve da Base do Setor Público do SEMAPI - Fundações e Emater/RS
Foto de Kátia Marko - 24 de outubro de 2007
Divórcios
Um sistema de desvínculos: para que os calados não se façam perguntões, para que os opinados não se transformem em opinadores. Para que não se juntem os solitários, nem a alma junte seus pedaços. O sistema divorcia a emoção do pensamento como divorcia o sexo do amor, a vida íntima da vida pública, o passado do presente. Se o passado não tem nada para dizer ao presente, a história pode permanecer adormecida, sem incomodar, no guarda-roupa onde o sistema guarda seus velhos disfarces. O sistema esvazia nossa memória, ou enche a nossa memória de lixo, e assim nos ensina a repetir a história em vez de fazê-la. As tragédias se repetem como farsas, anunciava a célebre profecia. Mas entre nós, é pior: as tragédias se repetem como tragédias. Eduardo Galeano O Livro dos Abraços
Celebração das contradições 1
Como trágica ladainha a memória boba se repete. A memória viva, porém, nasce a cada dia, porque ela vem do que foi e é contra o que foi. Aufheben era o verbo que hegel preferia, entre todos os verbos do idioma alemão. Aufheben significa, ao mesmo tempo, conservar e anular; e assim presta homenagem à história humana, que morrendo nasce e rompendo cria. Eduardo Galeano O Livro dos Abraços
Celebração das contradições 2
Desamarrar as vozes, dessonhar os sonhos: escrevo querendo revelar o real maravilhoso, e descubro o real maravilhoso no exato centro do real horroroso da América. Nestas terras, a cabeça do deus Elegguá leva a morte na nuca e a vida na cara. Cada promessa é uma ameaça; cada perda um encontro. Dos medos nascem as coragens; e das dúvidas, as certezas. Os sonhos anunciam outra realidade possível, e os delírios, outra razão. Somos, enfim, o que fazemos para transformar o que somos. A identidade não é uma peça de museu, quietinha na vitrine, mas a sempre assombrosa síntese das contradições nossas de cada dia. Nessa fé, fugitiva, eu creio. Para mim, é a única fé digna de confiança, porque é parecida com o bicho humano, fodido mas sagrado, e à louca aventura de viver no mundo.
Eduardo Galeano O Livro dos Abraços
A arte e o tempo
Quem são os meus contemporâneos? – pergunta-se Juan Gelman. Juan diz que às vezes encontra homens que têm cheiro de medo em Buenos Aires, em Paris ou em qualquer lugar, e sente que estes homens não são seus contemporâneos. Mas existe um chinês que há milhares de anos escreveu um poema, sobre um pastor de cabras que está longe, muito longe da mulher amada e mesmo assim pode escutar, no meio da noite, no meio da neve, o rumor do pente em seus cabelos; e lendo esse poema remoto, Juan comprova que sim, que eles sim: que esse poeta, esse pastor e essa mulher são seus contemporâneos.
Eduardo Galeano,
O livro dos Abraços
O mundo
Um homem da aldeia de Neguá, no litoral da Colômbia, conseguiu subir aos céus. Quando voltou, contou. Disse que tinha contemplado, lá do alto, a vida humana. E disse que somos um mar de fogueirinhas. - O mundo é isso – revelou. – Um montão de gente, um mar de fogueirinhas. Cada pessoa brilha com luz própria entre todas as outras. Não existem duas fogueiras iguais. Existem fogueiras grandes e fogueiras pequenas e fogueiras de todas as cores. Existe gente de fogo sereno, que nem percebe o vento, e gente de fogo louco, que enche o ar de chispas. Alguns fogos, fogos bobos, não alumiam nem queimam; mas outros incendeiam a vida com tamanha vontade que é impossível olhar para eles sem pestanejar, e quem chegar perto pega fogo.
Eduardo Galeano. O Livro dos Abraços.
Fruto do Mato
A Deliciosa Pitanga
Ecopedagogia e Educação Ambiental
" A ecopedagogia pretende desenvolver um novo olhar para a educação, um olhar global, uma nova maneira de ser, estar no mundo, um jeito de pensar a partir da vida cotidiana, que busca sentido em cada momento, em cada ato, que pensa a prática (Paulo Freire) em cada instante de nossas vidas, evitando a burocratização do olhar e do pensamento." GADOTTI, Pedagogia da Terra "A Educação Ambiental muitas vezes limitou-se ao ambiente externo sem se confrontar com os valores sociais, com os outros, com a solidariedade, não pondo em questão a politicidade da educação e do conhecimento." GADOTTI, Pedagogia da Terra "Enquanto o ambientalismo superficial apenas se interessa por um controle e gestão mais eficazes do ambiente natural em benefício do ‘homem’, o movimento da ecologia fundamentada na ética reconhece que o equilíbrio ecológico exige uma série de mudanças profundas em nossa percepção do papel que deve desempenhar o ser humano no ecossistema planetário" Gutiérrez & Prado,
Um dia no IPEP
Esta Foto foi tirada no Instituto de Permacultura e Ecovilas da Pampa em 2004
Sabores, Cheiros e Cores
"O homem tinha (eu achava) cara mesmo de pescador: faces descarnadas, secas de sol, a barba cinzenta e rala encompridando o bigodão. Enfiados nos braços, os cestos de vime: gingando no passo dele, tampas saltando, os peixes querendo fugir, voltar ao Guaíba, ao Taquari – nadar" Romilda Raeder
Amoreira
Água na boca me dá, lembrar. Não sei quando a descobri. Desde que lembro: a amoreira vivia ali. Nascia do outro lado, verdade. Tão boazinha, que pulava a cerca. Estendendo galhos como abraços. Dizendo: vem. Eu deles embaixo, dentro. Do rosa-roxo. Do roxo-amora. Comendo. Tingindo os dedos. Querendo o roxo. O rosa-roxo das amoras por entre folhas. Rosa. Roxo. Quase negro. Tão doces. De aguar rosa-roxo-negro a boca.
E era cada uma daquele tamanho!
(Amoras, maçãs, caquis, pêssegos, pêras, abacaxis. Tudo encolhe de tamanho, quando a gente cresce. Naquele tempo, não pensava nisto: no inverso, no avesso. No tamanho mesmo das coisas pensava, sim. Pensava e enchia os olhos. E a boca.) Pois: não que as achasse maiores que outras. Não vira outras. O tamanhão daquelas é que: dava o tamanho da vontade. Mesmo sabendo. Da mancha na mão. No rosto. Na roupa. Da bronca. Do banho fora de hora, encolhendo o tempo. De comer amoras. De brincar: de tempo do tempo, de tempo do longe, de longe do longe.
E era quase uma vida. O tempo parava ali. Tudo o que havia: amoras. Doces amoras que eu nunca mais...
Verdureiro
...Um outro grito me encantava: o do verdureiro.(Modo de dizer: verdureiro. Modo de se anunciar. Que a carroça tinha de tudo: frutas, verduras, legumes, temperos.)Não que me atraíssem as verduras. Gostava mesmo era de carne. Assada. Frita. Guisada. Melhor ainda: na brasa. (Suculenta, fosse como fosse.) Verdura? Não comia – uma briga!Mas tem que eu gostava das cores. Cores com cheiros. Cheiros com cores.Fechava os olhos.E rimava: amarelo com banana; branco-rosa com goiaba; roxo-palha com cebola; e carmim com beterraba.Verde era mais complicado: o mundo virava em folhas. Largas, compridas, mirradas. Verde-louro-marrom-desbotado-escuro-claro-e-apaga-do-brilhante-verde-enjoado-comido-empurrado-obrigado-verde-de-não-se-acabar. (E um copo d’água pra empurrar!)Agora: que eu gostava da carroça, lá isso eu gostava. setembro de 1996
*Os textos acima integram a obra Doces amoras que eu nunca mais....
Racionalidade e Emoção
“O que somos? O que é o humano? Habitualmente pensamos no humano, no ser humano, como um ser racional, e freqüentemente declaramos em nosso discurso que o que distingue o ser humano dos outros animais é seu ser racional.
Quero chamar a atenção para essas afirmações, que são feitas na suposição implícita de que é absolutamente claro o que dizem. Quero fazer isso porque essas afirmações feitas assim, com tanta liberdade, constituem, realmente, antolhos como os que os cavalos usam para não se assustarem com o trânsito de veículos que os ultrapassam numa velocidade maior que a sua. Hoje, em Santiago, vemos poucos cavalos com antolhos, mas no campo os antolhos ainda são usados. Com que objetivos eles são usados? Para restringir a visão. Se um cavalo vê algo, um veículo, por exemplo, que vem rápido do seu lado, ele se assusta e desanda a correr. Se o vê quando ele já passou, sua reação é diferente.
Todos os conceitos e afirmações sobre os quais não temos refletido, e que aceitamos como se significassem algo simplesmente porque parece que todo mundo os entende, são antolhos.
Dizer que a razão caracteriza o humano é um antolho, porque nos deixa cegos frente à emoção que fica desvalorizada como algo animal ou como algo que nega o racional. Quer dizer, ao nos declararmos seres racionais, vivemos uma cultura que desvaloriza as emoções, e não vemos o entrelaçamento cotidiano entre razão e emoção, que constitui nosso viver humano, e não nos damos conta de que todo sistema racional tem um fundamento emocional.
As emoções não são o que correntemente chamamos de sentimento. Do ponto de vista biológico, o que conotamos quando falamos de emoções são disposições corporais dinâmicas que definem os diferentes domínios de ação em que nos movemos. Quando mudamos de emoção, mudamos de domínio de ação. Na verdade, todos sabemos isso na práxis da vida cotidiana, mas o negamos porque insistimos que o que define nossas condutas como humanas é elas serem racionais. Ao mesmo tempo todos sabemos que, quando estamos sob determinada emoção, há coisas que podemos fazer, e que aceitamos como válidos certos argumentos que não aceitamos sob outra emoção” (...)
Fragmento do livro EMOÇÃO E LINGUAGEM NA EDUCAÇÃO E NA POLÍTICA De Humberto Maturana.
Paulo Freire
"O Grande Mestre"
Teoria da Ação Antidialógica e Dialógica
Vamos examinar aqui fragmentos da teoria desenvolvida na PEDAGOGIA DO OPRIMIDO do Educador Paulo Freire, explicitando duas características: INVASÃO CULTURAL e CO-LABORAÇÃO.
Características da Ação Antidialógica: A CONQUISTA, DIVIDIR PARA MANTER A OPRESSÃO, A MANIPULAÇÃO E A INVASÃO CULTURAL
Características da Ação Dialógica: A CO-LABORAÇÃO, A UNIÃO, A ORGANIZAÇÃO E A SÍNTESE CULTURAL
Invasão Cultural
“Finalmente, surpreendemos na teoria da ação antidialógica, uma outra característica fundamental – a invasão cultural que, como as duas anteriores serve à conquista.
Desrespeitando as potencialidades do ser a que condiciona, a invasão cultural é a penetração que fazem os invasores no contexto cultural dos invadidos, impondo a estes sua visão do mundo, enquanto lhes freiam a criatividade, ao inibirem sua expansão” (...)
(...) É que para haver desenvolvimento, é necessário: 1) que haja um movimento de busca, de criatividade, que tenha no ser mesmo que o faz, o seu ponto de decisão; 2) que esse movimento se dê não só no espaço, mas no tempo próprio do ser, do qual tenha consciência.
Daí que, se todo desenvolvimento é transformação, nem toda transformação é desenvolvimento.
A transformação que se processa no ser de uma semente que, em condições favoráveis, germina e nasce, não é desenvolvimento. Do mesmo modo, a transformação do ser d um animal não é desenvolvimento. Ambos se transformam determinados pela espécie a que pertencem num tempo que não lhes pertence, pois que é tempo dos homens.
Estes como seres inconclusos são os únicos que se desenvolvem. Como seres históricos, como “seres para si”, autobiográficos, sua transformação, que é desenvolvimento, se dá no tempo que é seu, nunca fora dele.
Esta é a razão pela qual, submetidos a condições concretas de opressão em que se alienam, transformados em “seres para outro” do falso “ser para si” de quem dependem, os homens também já não se desenvolvem autenticamente. É que, assim roubados na sua decisão, que se encontra no ser dominador, seguem suas prescrições.
Os oprimidos só começam a desenvolver-se quando, superando a contradição em que se acham, se fazem “seres para si”.
Se, agora, analisamos uma sociedade também como ser, parece-nos concludente que, somente como sociedade “ser para si”, sociedade livre, poderá desenvolver-se.
Não é possível o desenvolvimento de sociedades duais, reflexas, invadidas, dependentes da sociedade metropolitana, pois que são sociedades alienadas, cujo ponto de decisão política, econômica e cultural se encontra fora delas – na sociedade metropolitana. Esta é que decide dos destinos, em última análise, daqueles, que apenas se transformam.
Como “seres para outro”, a sua transformação interessa precisamente à metrópole.
Por tudo isso, é preciso não confundir desenvolvimento com modernização” (...)
Co-laboração
“Enquanto na teoria da ação antidialógica a conquista, como sua primeira característica, implica um sujeito que, conquistando o outro, o transforma em quase “coisa”, na teoria dialógica da ação, os sujeitos se encontram para a transformação do mundo em co-laboração.
O eu antidialógico, dominador, transforma o tu dominado, conquistado num mero “isto”.
O eu dialógico, pelo contrário, sabe que é exatamente o tu que o constitui. Sabe também que constituído por um tu – um não eu – esse tu que o constitui se constitui, por sua vez como eu, ao ter no seu eu um tu. Desta forma, o eu e o tu passam a ser na dialética destas relações constitutivas, dois tu que se fazem dois eu.
Não há portanto na teoria dialógica da ação, um sujeito que domina pela conquista e um objeto determinado. Em lugar disto, há sujeitos que se encontram para a pronúncia do mundo, para a sua transformação”(...)
(...) A co-laboração, como característica da ação dialógica, que não pode dar-se a não ser entre sujeitos, ainda que tenham níveis distintos de função, portanto, de responsabilidade, somente pode realizar-se na comunicação.
O diálogo, que é sempre comunicação, funda a co-laboração. Na teoria da ação dialógica, não há lugar para a conquista das massas aos ideais revolucionários, mas para a sua adesão.
O diálogo não impõe, não maneja, não domestica, não sloganiza” (...).
Para ler a íntegra dessas reflexões você pode acessar o site do MDA/pronaf, que disponibiliza, dentre outros, o livro PEDAGOGIA DO OPRIMIDO de Paulo Freire.
Gira, Gira, Gira Girassol Todo Povo Troca Troca Nesta Rede eu vou que vou O que você precisa Pra completar sua felicidade Eu tenho pra lhe oferecer E o que eu também preciso Neste mesmo tom Você também tem pra me fazer feliz Gira, Gira, Gira Girassol Todo Povo Troca, Troca Nesta Rede eu vou que vou
Música de Ubirajara Rodrigues, Mendes, 11-18/6/2000
Para que educar?
"Para recuperar essa harmonia fundamental que não destrói, que não explora, que não abusa, que não pretende dominar o mundo natural, mas que deseja conhecê-lo na aceitação e respeito para que o bem-estar humano se dê no bem estar da natureza em que se vive. Para isso é preciso olhar e escutar sem medo de deixar de ser, sem medo de deixar o outro ser em harmonia, sem submissão. Quero um mundo em que respeitemos o mundo natural que nos sustenta, um mundo no qual se devolva o que se toma emprestado da natureza para viver. Ao sermos seres vivos, somos seres autônomos, no viver não o somos. Quero um mundo no qual seja abolida a expresão "recurso natural", no qual reconheçamos que todo processo natural é cíclico e que, se interrompemos seu ciclo, se acaba". " (..) o conteúdo do conversar numa comunidade arrasta consigo seus afazeres (...) " Fragmentos do livro "Emoções e Linguagem na Educação e na Política" de Humberto Maturana.
Gastronomia, direito humano
O fundador do movimento internacional slow food sustenta: buscar uma alimentação prazerosa e em equilíbrio com a natureza é uma atitude política. O problema é que a velha tradição militante ainda despreza a complexidade e beleza do ato de comerCarlo PetriniMinha tese é simples: a gastronomia pertence ao domínio das ciências, da política e da cultura. Contrariamente ao que se acredita, ela pode constituir uma ferramenta política de afirmação das identidades culturais e um projeto virtuoso de confronto com a globalização em curso.Porque não há nada de mau em apreciar os prazeres da boca, base fundamental do saber gastronômico e elemento essencial da qualidade de vida. O movimento Slow Food foi criado "pela defesa e pelo o direito ao prazer de se alimentar-se. Alguns militantes, freqüentemente os de esquerda, ficam chocados com tais afirmações, que eles associam à "decadência burguesa" ou ao "epicurismo degenerado". Alguns esclarecimentos são, portanto, necessários.Primeiro, quando falamos de gastronomia, não há apenas o prazer. Segundo seu principal teórico, Jean-Antelme Brillat-Savarin (1755-1826), autor de La Physiologie du Goût (1826), a gastronomia é o "conhecimento racional de tudo o que é relativo ao homem enquanto ser que se nutre". A partir desta simples definição, com um pequeno esforço intelectual, podemos compreender que a gastronomia reposiciona a nutrição no centro de interesse de todos.Brillat-Savarin queria, recorrendo às causas e efeitos, fazer da arte culinária uma ciência exata. Ele se dedicou a uma análise bastante criteriosa do mecanismo do gosto. Analisou a magreza e a obesidade, a influência da dieta sobre o sono, a juventude, o envelhecimento e a morte.Um saber interdisciplinarA gastronomia nos conduz a um saber interdisciplinar e complexo. Interessar-se por "tudo aquilo que é relativo ao homem enquanto ser que se nutre" exige conhecimentos nos domínios da antropologia, da sociologia, da economia, a química, a agricultura, a ecologia, a medicina, os saberes tradicionais e as tecnologias modernas.Tal corpus científico amplia enormemente o papel reservado aos gastrônomos. Ao mesmo tempo, aumenta o círculo de pessoas que deveriam estudá-lo para melhor governar, melhor confrontar os problemas atuais ou, ainda mais simplesmente, melhor compreender nosso mundo. Como defende Wendell Berry, o poeta-camponês do Kentucky, "comer é um ato agrícola".Não por acaso que, o movimento altermundialista teve, desde as manifestações de Seattle, contra a Organização Mundial do Comércio (OMC) participação decisiva dos camponeses, e alguns de seus expoentes mais conhecidos (José Bové, Rafael Alegría, Evo Morales etc.) vêm do mundo rural. Também não é por acaso que a qualidade da alimentação industrializada suscita, em várias cidades, uma grande preocupação. E não é à toa que, segundo o relatório das Nações Unidas, Millenium Ecosystem Assestement (2005), a maioria dos problemas ambientais são conseqüência dos métodos aberrantes de produção de alimentos.Mais da metade da população mundial vive ainda em zonas rurais. Se somarmos a eles as pessoas que cuidam da produção ou da elaboração da alimentação nas zonas urbanas, podemos nos arriscar a dizer que a maioria dos habitantes da Terra estão envolvidos no setor da alimentação. Infelizmente, a maioria das técnicas utilizadas não são sustentáveis. O desperdício é enorme, devido aos métodos intensivos e produtivistas, que consomem mais recursos do que produzem.Em alguns países desenvolvidos, os agricultores e operários das fábricas de alimentos representam apenas 2% da população ativa. Tudo foi industrializado. Fabrica-se em série uma alimentação sem sabor, padronizada, anti-ecológica e freqüentemente perigosa para a saúde pública (vários escândalos o provam, entre os quais o da “vaca louca”).Pesquisar o bom produto, não o que vende maisO futuro estará garantido apenas para homens e mulheres que produzam a comida por meio de técnicas compatíveis com os ritmos do planeta, revalorizando as técnicas antigas, respeitando a biodiversidade e as tradições gastronômicas estritamente ligadas à cultura e à economia de cada lugar do mundo. A ciência gastronômica – com seu conhecimento, seu respeito pela qualidade de vida e as diferenças culturais – deveria voltar-se a domínios compatíveis com as novas exigências ecológicas.Colocar a ciência do prazer alimentar ao serviço de uma natureza preservada conduzirá o homem à produção da melhor alimentação possível. É uma aspiração tão legítima quanto natural. Mas não é levada em conta. Criamos uma produção que não pesquisa mais o bom produto, mas o mais comercializável. As características organolépticas dos alimentos foram degradadas, a variedade e a biodiversidade foram reduzidas. Emporcalhamos tudo, matando o solo, poluindo o ar, recorrendo demais aos transportes poluentes. Em lugar de acabar com o drama da fome no mundo, instalamos um sistema global desrespeitoso do trabalho de milhares de pessoas e socialmente criminoso.Restabelecer os critérios de uma agricultura camponesa, a mais local possível, sazonal, natural, tradicional, constitui o começo de uma solução. Os seres humanos certamente devem nutrir-se, mas não às custas do equilíbrio do planeta. O gastrônomo e o consumidor não podem mais ignorar: mesmo que isso pareça engraçado, a escolha do que comemos orienta o mundo.O movimento Slow Food baseou suas convicções na filosofia e abriu caminho para a construção de uma nova gastronomia. Propôs um programa de reeducação alimentar do gosto, com novos métodos, adaptados a todas as idades, na escola e no lazer. Organizou manifestações internacionais como o Salão do Gosto [1] de Turim, que luta contra a uniformização da alimentação e apresenta produtores de qualidade. Elaborou cerca de 300 projetos particulares de proteção à biodiversidade e às antigas tradições de produção pelo mundo. Contribuiu, em 2004, na criação da primeira Universidade das Ciências Gastronômicas, situada em Pollenzo e Colorno, na Itália.Esta nova concepção da gastronomia não é apenas uma idéia. Tornou-se um movimento social, que se associa ao protesto universal contra todas as formas de uniformização induzidas pela globalização e participa de todas as "reivindicações verdes" em prol de um meio-ambiente e uma ecologia preservados.O verdadeiro motor do movimento são os quase 100 mil adeptos da Slow Food ligados aos produtores, camponeses, artesãos e pescadores que partilham dessas idéias e que trabalham e trocam conhecimentos por um futuro melhor.Parte de uma nova cultura políticaMuitos militantes políticos continuam até agora insensíveis aos conceitos da nova gastronomia. Exceto em eventos como o Fórum Social Mundial, onde os camponeses desempenham um papel crucial, a política em geral insiste em ignorar a complexidade do ato de comer. No entanto, por trás de cada alimento tradicional, saboroso e ecologicamente sustentável, há séculos de saber, de inteligência e de criatividade. Por que correr o risco de apagar tudo isso em nome do produtivismo?Felizmente, a esperança vem das campanhas. Essa foi a razão da criação da "Terra Madre – encontro mundial de comunidades de alimentação", uma reunião que aconteceu pela primeira vez em Turim em outubro de 2004. Mais de 5 mil pessoas – entre camponeses, pescadores, nômades e artesãos – participaram, representando 1200 comunidades de alimentação de 130 países do mundo [2]. Uma nova reunião acontecerá de 24 a 26 de outubro de 2006, novamente em Turim.As comunidades de alimentação são grupos de indivíduos que trabalham em conjunto para produzir comida boa, ecologicamente limpa e respeitosa da justiça social. Sem "militantismo" ou apoio sindical ou partidário: os trabalhadores, portadores de uma experiência de lutas quotidianas, cooperam para sobreviver. A maioria pagou sua própria viagem, e o Slow Food garantiu a hospedagem dos "intelectuais da terra", que dão um senso novo à produção de comida. Sua reivindicação é extremamente política uma vez que ela remete ao mesmo tempo à dignidade, ao direito à soberania alimentar, e à liberdade de fazer seu próprio trabalho.O projeto, para outubro de 2006, é de reafirmar estes objetivos. Os "intelectuais da terra" se reunirão com chefs de cozinha, homens e mulheres vindos dos quatro cantos do mundo, decididos a adotar produtos das comunidades de alimentação. Professores e universidades que tratam de assuntos ligados à alimentação, à revalorização dos saberes ancestrais, estarão amplamente representados, numa perspectiva de diálogo com os conhecimentos científicos modernos. A finalidade é valorizar todos os conhecimentos gastronômicos, no seu sentido mais amplo.Uma vasta rede de produtores, pesquisadores, comerciantes, chefs de cozinha, camponeses e consumidores está prestes a nascer, graças a esta nova gastronomia, que concebe o ato de se alimentar como parte da produção. O consumidor torna-se um co-produtor. Porque de sua exigência gastronômica depende a qualidade do produto camponês.Com "Terra Madre 2006", será criado um grupo transversal formado por "gastrônomos de um novo tipo", vindos de grandes e pequenas comunidades de alimentação, que se situam à margem das organizações políticas tradicionais. Trata-se de uma democracia dos humildes, afirmando-se pela maneira pela qual se alimentam, e que também pensam que um novo desenvolvimento é possível.Longe de continuar sendo uma prática elitista, a gastronomia pode tornar-se uma ciência mais democrática. Por que a possibilidade de nutrir-se com produtos de qualidade, o prazer de saborear uma boa comida e a defesa da soberania alimentar devem ser direitos de todos.Tradução: Patrícia Andrade
POLÍTICAS PÚBLICAS E DESENVOLVIMENTO RURAL NO CONESUL workshop internacional
Promovido pelo PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO RURAL Em Porto Alegre, de 20 a 23 de novembro de 2007 no Auditório da Faculdade de Ciências Econômicas/UFRGS - Av. João Pessoa, 52 – Porto Alegre – RS – Brasil
INFORMAÇÕES: Fone/Fax: 55 51 3308 3281 www.ufrgs.br/pgdr INSCRIÇÕES GRATUITAS até 12h do dia 19/11/2007 e-mail para pgdr@ufrgs.br informando: nome completo; formação e; instituição, a qual está vinculado.