quinta-feira, 16 de abril de 2009
Camponeses solicitam a Obama renegociação de TLCAN
16.04.09 - MÉXICO
Adital
O presidente estadunidense Barack Obama iniciou hoje (16) sua primeira visita ao México desde sua posse em fevereiro passado. Obama vai reunir-se com o presidente mexicano, Felipe Calderón, para discutir temas de interesse bilateral, como a segurança fronteiriça, o combate ao narcotráfico e a venda ilegal de armas procedentes dos Estados Unidos.
Por ocasião da visita presidencial, a Campanha Nacional "Sem milho não há país" divulgou uma carta aberta ao presidente dos EUA solicitando uma renegociação do Tratado de Livre Comércio da América do Norte, em busca de proteção ao milho mexicano e aos empregos de milhões de camponeses.
"A esperança do povo estadunidense na mudança e sua valente decisão para terminar com o regime de Bush e eleger o Senhor como presidente dos Estados Unidos representa também para o povo do México uma esperança em acabar com a era do neoliberalismo e da democracia simulada das corporações em nossos países e avançar em direção a um modelo de cooperação entre nossos povos tendo como propósito central o desenvolvimento humano sustentável e os direitos das pessoas", afirmam na carta.
A Campanha alerta ao presidente estadunidense que Calderón não representa legitimamente o povo mexicano e que não lhe falará a verdade acerca do TLCAN e seus dramáticos impactos negativos econômicos, sociais e ambientais no campo e na alimentação de toda a população. "O presidente Calderón, pelo contrário, representa os interesses das grandes corporações", apontam.
Como Obama não terá a oportunidade de reunir-se com a sociedade civil, a Campanha lista na carta os impactos negativos do TLCAN no campo mexicano. O primeiro é o aumento da emigração de mexicanos para os EUA durante os 15 anos de vigência do Tratado, quando emigraram seis milhões de mexicanos, o triplo da média anual antes do TLCAN, alcançando a cifra de 500 mil mexicanos por ano.
Denunciam ainda que no campo mexicano não há oportunidades de emprego para milhões de camponeses por causa das importações dumping dos EUA, do controle das grandes corporações e da ausência de uma política de produção agroalimentar e de desenvolvimento rural sustentável do governo mexicano: "Desde a entrada em vigor do TLCAN, o México perdeu sua autossuficiência alimentar. Atualmente nosso país importa 42% dos alimentos que consome, com um valor de 22,5 bilhões de dólares (2008): importa alimentos e exporta milhões de camponeses e moradores rurais".
Mencionam também os preços da cesta alimentar que se multiplicou por 109 nos 15 anos de TLCAN. Atualmente, cerca de 20 milhões de mexicanos sofrem de desnutrição e anemia, principalmente crianças menores de cinco anos e que vivem na zona rural e pertencem a comunidades indígenas.
Entre as propostas para impulsionar o desenvolvimento humano sustentável e a vigência plena dos direitos humanos, a Campanha aponta: renegociar o TLCAN para recuperar a soberania e segurança alimentar; estabelecer um acordo trinacional de cooperação; promover um processo trinacional de debate público; impulsionar uma reforma migratória nos Estados Unidos; declarar uma moratória ao ASPAN (Aliança para a Segurança e Prosperidade da América do Norte) e à Iniciativa Mérida (programa de cooperação contra o narcotráfico).
Adital
O presidente estadunidense Barack Obama iniciou hoje (16) sua primeira visita ao México desde sua posse em fevereiro passado. Obama vai reunir-se com o presidente mexicano, Felipe Calderón, para discutir temas de interesse bilateral, como a segurança fronteiriça, o combate ao narcotráfico e a venda ilegal de armas procedentes dos Estados Unidos.
Por ocasião da visita presidencial, a Campanha Nacional "Sem milho não há país" divulgou uma carta aberta ao presidente dos EUA solicitando uma renegociação do Tratado de Livre Comércio da América do Norte, em busca de proteção ao milho mexicano e aos empregos de milhões de camponeses.
"A esperança do povo estadunidense na mudança e sua valente decisão para terminar com o regime de Bush e eleger o Senhor como presidente dos Estados Unidos representa também para o povo do México uma esperança em acabar com a era do neoliberalismo e da democracia simulada das corporações em nossos países e avançar em direção a um modelo de cooperação entre nossos povos tendo como propósito central o desenvolvimento humano sustentável e os direitos das pessoas", afirmam na carta.
A Campanha alerta ao presidente estadunidense que Calderón não representa legitimamente o povo mexicano e que não lhe falará a verdade acerca do TLCAN e seus dramáticos impactos negativos econômicos, sociais e ambientais no campo e na alimentação de toda a população. "O presidente Calderón, pelo contrário, representa os interesses das grandes corporações", apontam.
Como Obama não terá a oportunidade de reunir-se com a sociedade civil, a Campanha lista na carta os impactos negativos do TLCAN no campo mexicano. O primeiro é o aumento da emigração de mexicanos para os EUA durante os 15 anos de vigência do Tratado, quando emigraram seis milhões de mexicanos, o triplo da média anual antes do TLCAN, alcançando a cifra de 500 mil mexicanos por ano.
Denunciam ainda que no campo mexicano não há oportunidades de emprego para milhões de camponeses por causa das importações dumping dos EUA, do controle das grandes corporações e da ausência de uma política de produção agroalimentar e de desenvolvimento rural sustentável do governo mexicano: "Desde a entrada em vigor do TLCAN, o México perdeu sua autossuficiência alimentar. Atualmente nosso país importa 42% dos alimentos que consome, com um valor de 22,5 bilhões de dólares (2008): importa alimentos e exporta milhões de camponeses e moradores rurais".
Mencionam também os preços da cesta alimentar que se multiplicou por 109 nos 15 anos de TLCAN. Atualmente, cerca de 20 milhões de mexicanos sofrem de desnutrição e anemia, principalmente crianças menores de cinco anos e que vivem na zona rural e pertencem a comunidades indígenas.
Entre as propostas para impulsionar o desenvolvimento humano sustentável e a vigência plena dos direitos humanos, a Campanha aponta: renegociar o TLCAN para recuperar a soberania e segurança alimentar; estabelecer um acordo trinacional de cooperação; promover um processo trinacional de debate público; impulsionar uma reforma migratória nos Estados Unidos; declarar uma moratória ao ASPAN (Aliança para a Segurança e Prosperidade da América do Norte) e à Iniciativa Mérida (programa de cooperação contra o narcotráfico).
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