domingo, 25 de julho de 2010
Demanda firme eleva área plantada com orgânicos na União Europeia
20/07/2010 - Fonte: Valor Online
Rudy Ruitenberg, Bloomberg
A indústria de produtos orgânicos da União Europeia está ganhando "massa crítica" à medida em que mais consumidores compram esses alimentos sem fertilizantes químicos e pesticidas, segundo um relatório do bloco.
A área com produção orgânica na UE aumentou anualmente, em média, 7,4% entre 2000 e 2008, saindo de 4,3 milhões de hectares para 7,6 milhões de hectares. A agricultura orgânica respondeu por 4,3% das terras agricultáveis em uso em 2008, segundo a UE.
A demanda "tem efeito impulsionador na agricultura orgânica", diz a UE. "Essa expansão deve permitir condições apropriadas para o desenvolvimento da agricultura orgânica no médio prazo e assegurar a manutenção dos prêmios sobre os preços que contribuem para a lucratividade do setor".
A UE tinha 22% da área de agricultura orgânica do mundo em 2008, de acordo com a Switzerland"s Forschungsinstitut fuer Biologischen Landbau. Nos EUA, 1,95 milhão de hectares tinham manejo orgânico, ou 0,6% do total das áreas agrícolas e de pastagem do país, mostra a pesquisa.
"O setor agora se amplia além de uma mera "agricultura de nicho" e alcança uma certa massa crítica", diz firma o documento. A demanda na UE por produtos orgânicos está ultrapassando o crescimento local da oferta. Entre as culturas aráveis, os cereais são a mais importante categoria, com 1,2 milhão de hectares produzidos organicamente em 2007.
A Espanha tinha a maior área com produção orgânica na União Europeia, com 1,13 milhões de hectares. Em percentual, o uso para produção orgânica das terras agrícolas era maior na Áustria, com uma fatia de 16% da área usada para agricultura. O tamanho médio de uma fazenda orgânica na União Europeia excedeu o dos estabelecimentos não orgânicos em 2007, segundo o relatório.
"No setor de pecuária, isso não é surpreendente dados os níveis mais baixos dos estoques e o maior uso de pastagem extensiva", dizem os autores do documento. "Em tais especializações, como lavouras permanentes e produção de vegetais, isso é mais surpreendente".
As fazendas orgânicas usaram menos mão de obra por área, mostram as estatísticas. Isso contraria a percepção de que o segmento emprega mais mão de obra para compensar a ausência de insumos químicos e fertilizantes nitrogenados.
"Contrariamente ao que é frequentemente considerado, os estabelecimentos orgânicos usariam menos mão de obra intensiva do que os convencionais", dizem os autores do relatório.
Rudy Ruitenberg, Bloomberg
A indústria de produtos orgânicos da União Europeia está ganhando "massa crítica" à medida em que mais consumidores compram esses alimentos sem fertilizantes químicos e pesticidas, segundo um relatório do bloco.
A área com produção orgânica na UE aumentou anualmente, em média, 7,4% entre 2000 e 2008, saindo de 4,3 milhões de hectares para 7,6 milhões de hectares. A agricultura orgânica respondeu por 4,3% das terras agricultáveis em uso em 2008, segundo a UE.
A demanda "tem efeito impulsionador na agricultura orgânica", diz a UE. "Essa expansão deve permitir condições apropriadas para o desenvolvimento da agricultura orgânica no médio prazo e assegurar a manutenção dos prêmios sobre os preços que contribuem para a lucratividade do setor".
A UE tinha 22% da área de agricultura orgânica do mundo em 2008, de acordo com a Switzerland"s Forschungsinstitut fuer Biologischen Landbau. Nos EUA, 1,95 milhão de hectares tinham manejo orgânico, ou 0,6% do total das áreas agrícolas e de pastagem do país, mostra a pesquisa.
"O setor agora se amplia além de uma mera "agricultura de nicho" e alcança uma certa massa crítica", diz firma o documento. A demanda na UE por produtos orgânicos está ultrapassando o crescimento local da oferta. Entre as culturas aráveis, os cereais são a mais importante categoria, com 1,2 milhão de hectares produzidos organicamente em 2007.
A Espanha tinha a maior área com produção orgânica na União Europeia, com 1,13 milhões de hectares. Em percentual, o uso para produção orgânica das terras agrícolas era maior na Áustria, com uma fatia de 16% da área usada para agricultura. O tamanho médio de uma fazenda orgânica na União Europeia excedeu o dos estabelecimentos não orgânicos em 2007, segundo o relatório.
"No setor de pecuária, isso não é surpreendente dados os níveis mais baixos dos estoques e o maior uso de pastagem extensiva", dizem os autores do documento. "Em tais especializações, como lavouras permanentes e produção de vegetais, isso é mais surpreendente".
As fazendas orgânicas usaram menos mão de obra por área, mostram as estatísticas. Isso contraria a percepção de que o segmento emprega mais mão de obra para compensar a ausência de insumos químicos e fertilizantes nitrogenados.
"Contrariamente ao que é frequentemente considerado, os estabelecimentos orgânicos usariam menos mão de obra intensiva do que os convencionais", dizem os autores do relatório.
quinta-feira, 22 de julho de 2010
PLEBISCITO POPULAR pelo LIMITE DA PROPRIEDADE DA TERRA
Iara Borges Aragonez*
Participei ontem do SEMINÁRIO ESTADUAL SOBRE O LIMITE DA PROPRIEDADE DA TERRA: em defesa da reforma agrária e da soberania territorial e alimentar, cujo propósito foi esclarecer sobre o PLEBISCITO POPULAR pelo LIMITE DA PROPRIEDADE DA TERRA e discutir formas de mobilização para garantir a efetiva participação da sociedade.
O Plebiscito acontecerá entre os dias 01 e 07 de setembro de 2010 e será uma oportunidade ímpar do povo brasileiro manifestar-se contra a concentração de terras no país.
Organizou o Seminário a Comissão Pastoral da Terra e Cáritas/RS. Foram palestrantes o advogado popular e educador, Dr.Jaques Alfonsin e também o representantes do CEBI - Centro de Estudos Bíblicos,Edson Costa, da CPT, Terezinha Ruzzarin, da Cáritas/RS, Loiva de Oliveira e da CUT/RS, o sindicalista Celso Woyciechowski.
A abordagem do representante do CEBI teve como eixo condutor a AGRICULTURA FAMILIAR X AGRICULTURA NÃO FAMILIAR a partir dos aspectos econômicos, sociais e políticos. O Dr. Jaques Alfonsin trabalhou aspectos relacionados a Constituição brasileira no que se refere a posse e uso da terra, bem como em relação a consultas populares como o Plebiscito. Loiva Oliveira, apresentou uma retrospectiva histórica das diferentes edições do Grito dos Excluídos, detendo-se na organização do 16º Grito que ocorrerá no dia 07 de Setembro de 2010 e tem como tema ONDE ESTÃO NOSSOS DIREITOS? VAMOS AS RUAS PARA CONSTRUIR UM PROJETO POPULAR. A representante da CPT, Terezinha Ruzzarin, falou sobre a publicação do CADERNO de CONFLITOS SOCIAIS NO CAMPO, destacando que há 25 anos o Caderno vem revelando a trágica realidade brasileira nessa questão.
Além do Plebiscito, está em curso um abaixo assinado com vistas a pressionar o Congresso Nacional para que seja incluído um novo inciso no artigo 186 da Constituição Brasileira, que trata da Função Social da terra, para limitar o tamanho máximo da propriedade. Acessando este link você pode agora mesmo fazer a sua adesão.
Como encaminhamento do Seminmário destaca-se a realização de seminários temáticos, até a data do Plebiscito, com o objetivo de sensibilizar e mobilizar outras organizações para engajarem-se no processo. Para planejar essas atividades ficou agendada para o dia 27 de Julho, 14h, reunião na CUT/RS.
No link é possível assistir o vídeo da Campanha Nacional que conta um pouco da história da propriedade da terra no Brasil, assim como mais informações acerca do tema.
*Coletivo Desenvolvimento Sustentável SEMAPI e Cooperativa GiraSol - Comércio Justo e Consumo Consciente. Porto Alegre/RS.
Participei ontem do SEMINÁRIO ESTADUAL SOBRE O LIMITE DA PROPRIEDADE DA TERRA: em defesa da reforma agrária e da soberania territorial e alimentar, cujo propósito foi esclarecer sobre o PLEBISCITO POPULAR pelo LIMITE DA PROPRIEDADE DA TERRA e discutir formas de mobilização para garantir a efetiva participação da sociedade.
O Plebiscito acontecerá entre os dias 01 e 07 de setembro de 2010 e será uma oportunidade ímpar do povo brasileiro manifestar-se contra a concentração de terras no país.
Organizou o Seminário a Comissão Pastoral da Terra e Cáritas/RS. Foram palestrantes o advogado popular e educador, Dr.Jaques Alfonsin e também o representantes do CEBI - Centro de Estudos Bíblicos,Edson Costa, da CPT, Terezinha Ruzzarin, da Cáritas/RS, Loiva de Oliveira e da CUT/RS, o sindicalista Celso Woyciechowski.
A abordagem do representante do CEBI teve como eixo condutor a AGRICULTURA FAMILIAR X AGRICULTURA NÃO FAMILIAR a partir dos aspectos econômicos, sociais e políticos. O Dr. Jaques Alfonsin trabalhou aspectos relacionados a Constituição brasileira no que se refere a posse e uso da terra, bem como em relação a consultas populares como o Plebiscito. Loiva Oliveira, apresentou uma retrospectiva histórica das diferentes edições do Grito dos Excluídos, detendo-se na organização do 16º Grito que ocorrerá no dia 07 de Setembro de 2010 e tem como tema ONDE ESTÃO NOSSOS DIREITOS? VAMOS AS RUAS PARA CONSTRUIR UM PROJETO POPULAR. A representante da CPT, Terezinha Ruzzarin, falou sobre a publicação do CADERNO de CONFLITOS SOCIAIS NO CAMPO, destacando que há 25 anos o Caderno vem revelando a trágica realidade brasileira nessa questão.
Além do Plebiscito, está em curso um abaixo assinado com vistas a pressionar o Congresso Nacional para que seja incluído um novo inciso no artigo 186 da Constituição Brasileira, que trata da Função Social da terra, para limitar o tamanho máximo da propriedade. Acessando este link você pode agora mesmo fazer a sua adesão.
Como encaminhamento do Seminmário destaca-se a realização de seminários temáticos, até a data do Plebiscito, com o objetivo de sensibilizar e mobilizar outras organizações para engajarem-se no processo. Para planejar essas atividades ficou agendada para o dia 27 de Julho, 14h, reunião na CUT/RS.
No link é possível assistir o vídeo da Campanha Nacional que conta um pouco da história da propriedade da terra no Brasil, assim como mais informações acerca do tema.
*Coletivo Desenvolvimento Sustentável SEMAPI e Cooperativa GiraSol - Comércio Justo e Consumo Consciente. Porto Alegre/RS.
domingo, 18 de julho de 2010
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Entendendo o vazamento de petróleo nos EUA
Por Redação IHU
Entrevista concedida em 08/07/2010
As informações que chegam à população são de que pelo menos cinco mil litros de óleo vazam diariamente do “buraco” do poço de petróleo que sofreu acidente no Golfo do México. Este volume é cinco vezes maior do que o estimado quando a plataforma que extraia óleo deste poço afundou. A IHU On-Line conversou com o professor de Geologia da Unisinos, Gerson Fauth, sobre as implicações técnicas para conter o vazamento e se há chances de ocorrer algo semelhante no Brasil, que, com o pré-sal, começa a investir pesado na extração de petróleo. A entrevista foi realizada por telefone.
“Nesse final de semana, uma tormenta forte deve chegar à região e empurrará o óleo em direção ao litoral. Esse vazamento deve levar até dois meses para ser estancado, e isso causará uma série de consequências no litoral sul dos Estados Unidos, principalmente para a população da Louisiana. Como essa região é pantanosa, o problema é mais grave ainda. Isso porque, se o óleo entrar nessa região de pântano, será impossível retirá-lo”, disse.
Gerson Fauth é mestre em Geociências pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e doutor em Geologia pela Universitat Heidelberg (Alemanha). Atualmente, é professor do PPG em Geologia da Unisinos, onde ministra as disciplinas de Bioestratigrafia e Ostracodes.
Confira a entrevista.
IHU On-Line – Para entendermos a questão do vazamento do petróleo no Golfo do México. Porque o processo de contenção do óleo é tão demorado?
Gerson Fauth – As condições de onde está sendo retirado esse óleo são de mar profundo. Existe uma série de dificuldades técnicas para se chegar a esse lugar e ter condições para pegar todo esse petróleo que está jorrando do poço. Este óleo, quando sai do “buraco” que se abriu, tende a migrar para a parte mais superficial, mais leve e, na medida em que sai do poço, se espalha bastante, impactando uma área gigantesca. A imprensa tem dito que eram cinco mil barris por dia, mas a conta pode ser muito maior do que essa.
IHU On-Line – Que implicações técnicas são necessárias para a contenção desse vazamento?
Gerson Fauth – A implicação técnica exata ninguém sabe ao certo. Esses tipos de problemas que ocorreram agora não são muito comuns. Ainda assim, há uma série de precauções que devem ser tomadas quando se vai perfurar para extrair o óleo, é preciso ter muitas válvulas e portas que são trancadas caso exista um erro. Comenta-se que uma determinada válvula que precisava ser colocada, não foi. A British Petroleum não tomou certas precauções para evitar problemas que decorreram nessa catástrofe ecológica. Ou seja, houve uma economia que causou esse problema. Quando é uma empresa séria, esse tipo de situação não ocorre.
IHU On-Line – Por quanto tempo se sofrerá com as consequências desse vazamento?
Gerson Fauth – Não se sabe ainda ao certo. Nesse final de semana, uma tormenta forte deve chegar à região, e ela deve empurrar o óleo em direção ao litoral. Esse vazamento levará até dois meses para ser estancado, e isso vai causar uma série de consequências no litoral sul dos Estados Unidos, principalmente para a população da Louisiana. Como essa região é pantanosa, o problema é mais grave ainda. Isso porque, se o óleo entrar nessa região de pântano, será impossível retirá-lo. Provavelmente, muitas gerações vão sofrer com as consequências desse desastre.
IHU On-Line – Que danos ambientais, especificamente, esse vazamento pode causar?
Gerson Fauth – Os mais prejudicados são os ambientes pantanosos no sul dos EUA. Dessa forma, o desastre atinge as aves que vivem sobre a água e a própria população ribeirinha que vive da pesca. Imagine um lugar pantanoso, muita água, pouca energia, poucas ondas, que é invadido por um óleo que bate nos troncos e nas folhas. Dificilmente ele vai ser retirado. A mesma coisa aconteceu no Alasca, só que num lugar pedregoso. Lá, as pedras foram “lavadas” e o problema praticamente solucionado. Como lavar um lugar pantanoso? Quando chega na areia é fácil de tirar, mas nos pântanos não.
IHU On-Line – Algo parecido pode acontecer no Brasil?
Gerson Fauth – É pouco provável. Bom, pode acontecer com qualquer sonda, qualquer plataforma no mundo em que não sejam tomadas as devidas precauções. As chances de isso acontecer no Brasil são pequenas, porque as empresas que trabalham aqui são mais sérias. No caso dos EUA, houve uma espécie de “quarteirização”, pois uma empresa cedeu à outra empresa, que cedeu para uma terceira. No final, ninguém se responsabilizou e assumiu a culpa. Mas a BP, que é uma das maiores petroleiras do mundo, está sendo culpada por ser a principal responsável por aquele poço, embora ela não estivesse naquele lugar, naquele momento.
IHU On-Line – O Brasil teria condições de amparar um problema assim?
Gerson Fauth – Nenhum país tem condições. Os EUA são o país mais rico do mundo, com melhor tecnologia, com os profissionais mais capacitados, e não conseguem resolver o problema. O presidente Obama está sendo humilhado por não conseguir contornar a situação. Ninguém está preparado para isso.
IHU On-Line – Esse vazamento no Golfo do México pode mudar de alguma forma a economia do petróleo?
Gerson Fauth – Eu entendo que não, não muda nada. Agora, o que muda é que haverá maiores estudos a respeito de aperfeiçoamento de técnicas para evitar esse tipo de problema no futuro. Na história da extração do petróleo no mundo, existiram vários vazamentos, mas nenhum tão intenso, tenso e catastrófico para o meio ambiente como esse. E também este vazamento no Golfo do México só está na mídia porque é nos EUA. A Nigéria está vivendo o mesmo problema e não está na mídia. O que é lamentável, pois sempre que uma catástrofe como essa acontecesse, a população e o mundo deveriam ser alertados.
Fonte: Envolverde - HU On-Line
Entrevista concedida em 08/07/2010
As informações que chegam à população são de que pelo menos cinco mil litros de óleo vazam diariamente do “buraco” do poço de petróleo que sofreu acidente no Golfo do México. Este volume é cinco vezes maior do que o estimado quando a plataforma que extraia óleo deste poço afundou. A IHU On-Line conversou com o professor de Geologia da Unisinos, Gerson Fauth, sobre as implicações técnicas para conter o vazamento e se há chances de ocorrer algo semelhante no Brasil, que, com o pré-sal, começa a investir pesado na extração de petróleo. A entrevista foi realizada por telefone.
“Nesse final de semana, uma tormenta forte deve chegar à região e empurrará o óleo em direção ao litoral. Esse vazamento deve levar até dois meses para ser estancado, e isso causará uma série de consequências no litoral sul dos Estados Unidos, principalmente para a população da Louisiana. Como essa região é pantanosa, o problema é mais grave ainda. Isso porque, se o óleo entrar nessa região de pântano, será impossível retirá-lo”, disse.
Gerson Fauth é mestre em Geociências pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e doutor em Geologia pela Universitat Heidelberg (Alemanha). Atualmente, é professor do PPG em Geologia da Unisinos, onde ministra as disciplinas de Bioestratigrafia e Ostracodes.
Confira a entrevista.
IHU On-Line – Para entendermos a questão do vazamento do petróleo no Golfo do México. Porque o processo de contenção do óleo é tão demorado?
Gerson Fauth – As condições de onde está sendo retirado esse óleo são de mar profundo. Existe uma série de dificuldades técnicas para se chegar a esse lugar e ter condições para pegar todo esse petróleo que está jorrando do poço. Este óleo, quando sai do “buraco” que se abriu, tende a migrar para a parte mais superficial, mais leve e, na medida em que sai do poço, se espalha bastante, impactando uma área gigantesca. A imprensa tem dito que eram cinco mil barris por dia, mas a conta pode ser muito maior do que essa.
IHU On-Line – Que implicações técnicas são necessárias para a contenção desse vazamento?
Gerson Fauth – A implicação técnica exata ninguém sabe ao certo. Esses tipos de problemas que ocorreram agora não são muito comuns. Ainda assim, há uma série de precauções que devem ser tomadas quando se vai perfurar para extrair o óleo, é preciso ter muitas válvulas e portas que são trancadas caso exista um erro. Comenta-se que uma determinada válvula que precisava ser colocada, não foi. A British Petroleum não tomou certas precauções para evitar problemas que decorreram nessa catástrofe ecológica. Ou seja, houve uma economia que causou esse problema. Quando é uma empresa séria, esse tipo de situação não ocorre.
IHU On-Line – Por quanto tempo se sofrerá com as consequências desse vazamento?
Gerson Fauth – Não se sabe ainda ao certo. Nesse final de semana, uma tormenta forte deve chegar à região, e ela deve empurrar o óleo em direção ao litoral. Esse vazamento levará até dois meses para ser estancado, e isso vai causar uma série de consequências no litoral sul dos Estados Unidos, principalmente para a população da Louisiana. Como essa região é pantanosa, o problema é mais grave ainda. Isso porque, se o óleo entrar nessa região de pântano, será impossível retirá-lo. Provavelmente, muitas gerações vão sofrer com as consequências desse desastre.
IHU On-Line – Que danos ambientais, especificamente, esse vazamento pode causar?
Gerson Fauth – Os mais prejudicados são os ambientes pantanosos no sul dos EUA. Dessa forma, o desastre atinge as aves que vivem sobre a água e a própria população ribeirinha que vive da pesca. Imagine um lugar pantanoso, muita água, pouca energia, poucas ondas, que é invadido por um óleo que bate nos troncos e nas folhas. Dificilmente ele vai ser retirado. A mesma coisa aconteceu no Alasca, só que num lugar pedregoso. Lá, as pedras foram “lavadas” e o problema praticamente solucionado. Como lavar um lugar pantanoso? Quando chega na areia é fácil de tirar, mas nos pântanos não.
IHU On-Line – Algo parecido pode acontecer no Brasil?
Gerson Fauth – É pouco provável. Bom, pode acontecer com qualquer sonda, qualquer plataforma no mundo em que não sejam tomadas as devidas precauções. As chances de isso acontecer no Brasil são pequenas, porque as empresas que trabalham aqui são mais sérias. No caso dos EUA, houve uma espécie de “quarteirização”, pois uma empresa cedeu à outra empresa, que cedeu para uma terceira. No final, ninguém se responsabilizou e assumiu a culpa. Mas a BP, que é uma das maiores petroleiras do mundo, está sendo culpada por ser a principal responsável por aquele poço, embora ela não estivesse naquele lugar, naquele momento.
IHU On-Line – O Brasil teria condições de amparar um problema assim?
Gerson Fauth – Nenhum país tem condições. Os EUA são o país mais rico do mundo, com melhor tecnologia, com os profissionais mais capacitados, e não conseguem resolver o problema. O presidente Obama está sendo humilhado por não conseguir contornar a situação. Ninguém está preparado para isso.
IHU On-Line – Esse vazamento no Golfo do México pode mudar de alguma forma a economia do petróleo?
Gerson Fauth – Eu entendo que não, não muda nada. Agora, o que muda é que haverá maiores estudos a respeito de aperfeiçoamento de técnicas para evitar esse tipo de problema no futuro. Na história da extração do petróleo no mundo, existiram vários vazamentos, mas nenhum tão intenso, tenso e catastrófico para o meio ambiente como esse. E também este vazamento no Golfo do México só está na mídia porque é nos EUA. A Nigéria está vivendo o mesmo problema e não está na mídia. O que é lamentável, pois sempre que uma catástrofe como essa acontecesse, a população e o mundo deveriam ser alertados.
Fonte: Envolverde - HU On-Line
Projetos podem prejudicar biodiversidade agrícola, dizem especialistas
Por Noéli Nobre e Verônica Lima, da Agência Câmara
Em audiência pública, Nazareno Fonteles defendeu a inconstitucionalidade da proposta (PL 268/07) que permite a alteração genética de sementes, a fim de torná-las estéreis.
Projetos de lei que tramitam na Câmara podem prejudicar os produtores e a biodiversidade da agricultura brasileira, segundo especialistas do setor. O assunto foi debatido nesta quinta-feira em audiência pública das comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
Entre as proposições criticadas está o PL 2325/07, que condiciona a venda de produtos agrícolas à autorização expressa do detentor da patente da cultivar utilizada para o plantio. Cultivar é a espécie vegetal certificada de acordo com a Lei de Proteção de Cultivares (9.456/97).
Outra medida contestada foi a proposta (substitutivo ao PL 268/07) que libera, em determinadas situações, o plantio, a comercialização e a pesquisa de sementes geneticamente modificadas para serem estéreis. Nesses casos, essas sementes não se reproduzem, impedindo que o agricultor possa utilizá-las em uma safra futura.
Apropriação de sementes
Na reunião, a promotora de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) Juliana Santilli e a representante da Articulação Nacional de Agroecologia Larissa Packer afirmaram que os projetos incentivam a apropriação privada de sementes por grandes empresas multinacionais, impedindo o chamado “uso próprio” por agricultores. Com isso, o País tem de importar cultivares.
Outra consequência, conforme Larissa, é a redução da biodiversidade, uma vez que o agronegócio baseado na tecnologia privilegia a monocultura. “Até 2030, poderemos ter 75% das espécies animais e vegetais ameaçadas de extinção. Hoje, esse número é de 36%”, disse.
Santilli ressaltou que a agrobiodiversidade será essencial no enfrentamento dos efeitos das mudanças climáticas pelo País. “A diversidade permite que as espécies se adaptem às mudanças ambientais”, afirmou. A promotora sugeriu a criação de um fundo de apoio a programas de conservação da biodiversidade agrícola, formado com recursos da venda de sementes.
Pedido de arquivamento
O deputado Nazareno Fonteles (PT-PI), que sugeriu a audiência, pediu o arquivamento dos projetos. Fonteles disse que tem se reunido com autores e relatores para discutir o assunto. Caso as propostas sejam aprovadas pela Câmara, ele cogita apelar para a Justiça contra as medidas.
O parlamentar classificou as propostas como inconstitucionais, pois, segundo ele, qualquer prática que leve à redução do patrimônio genético e da diversidade de espécies está proibida pela Constituição.
Anteprojeto
O Ministério da Agricultura apresentou à Casa Civil um anteprojeto de lei que regula o acesso aos recursos genéticos, a fim de desenvolver novas raças de animais e variedades de plantas. “Esse projeto tem como foco promover o melhoramento genético, indistinto de onde ele ocorra (propriedade, empresa ou instituto de pesquisa), e principalmente resguardar as práticas tradicionais”, explicou o assessor de Propriedade Intelectual e Tecnologia da Agropecuária do ministério, Leontino Taveira.
Para os críticos, no entanto, o anteprojeto, assim como as propostas em análise na Câmara, restringe o direito ao livre uso da agrobiodiversidade.
Edição – Marcelo Oliveira
(Envolverde/Agência Câmara)
Em audiência pública, Nazareno Fonteles defendeu a inconstitucionalidade da proposta (PL 268/07) que permite a alteração genética de sementes, a fim de torná-las estéreis.
Projetos de lei que tramitam na Câmara podem prejudicar os produtores e a biodiversidade da agricultura brasileira, segundo especialistas do setor. O assunto foi debatido nesta quinta-feira em audiência pública das comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
Entre as proposições criticadas está o PL 2325/07, que condiciona a venda de produtos agrícolas à autorização expressa do detentor da patente da cultivar utilizada para o plantio. Cultivar é a espécie vegetal certificada de acordo com a Lei de Proteção de Cultivares (9.456/97).
Outra medida contestada foi a proposta (substitutivo ao PL 268/07) que libera, em determinadas situações, o plantio, a comercialização e a pesquisa de sementes geneticamente modificadas para serem estéreis. Nesses casos, essas sementes não se reproduzem, impedindo que o agricultor possa utilizá-las em uma safra futura.
Apropriação de sementes
Na reunião, a promotora de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) Juliana Santilli e a representante da Articulação Nacional de Agroecologia Larissa Packer afirmaram que os projetos incentivam a apropriação privada de sementes por grandes empresas multinacionais, impedindo o chamado “uso próprio” por agricultores. Com isso, o País tem de importar cultivares.
Outra consequência, conforme Larissa, é a redução da biodiversidade, uma vez que o agronegócio baseado na tecnologia privilegia a monocultura. “Até 2030, poderemos ter 75% das espécies animais e vegetais ameaçadas de extinção. Hoje, esse número é de 36%”, disse.
Santilli ressaltou que a agrobiodiversidade será essencial no enfrentamento dos efeitos das mudanças climáticas pelo País. “A diversidade permite que as espécies se adaptem às mudanças ambientais”, afirmou. A promotora sugeriu a criação de um fundo de apoio a programas de conservação da biodiversidade agrícola, formado com recursos da venda de sementes.
Pedido de arquivamento
O deputado Nazareno Fonteles (PT-PI), que sugeriu a audiência, pediu o arquivamento dos projetos. Fonteles disse que tem se reunido com autores e relatores para discutir o assunto. Caso as propostas sejam aprovadas pela Câmara, ele cogita apelar para a Justiça contra as medidas.
O parlamentar classificou as propostas como inconstitucionais, pois, segundo ele, qualquer prática que leve à redução do patrimônio genético e da diversidade de espécies está proibida pela Constituição.
Anteprojeto
O Ministério da Agricultura apresentou à Casa Civil um anteprojeto de lei que regula o acesso aos recursos genéticos, a fim de desenvolver novas raças de animais e variedades de plantas. “Esse projeto tem como foco promover o melhoramento genético, indistinto de onde ele ocorra (propriedade, empresa ou instituto de pesquisa), e principalmente resguardar as práticas tradicionais”, explicou o assessor de Propriedade Intelectual e Tecnologia da Agropecuária do ministério, Leontino Taveira.
Para os críticos, no entanto, o anteprojeto, assim como as propostas em análise na Câmara, restringe o direito ao livre uso da agrobiodiversidade.
Edição – Marcelo Oliveira
(Envolverde/Agência Câmara)
quinta-feira, 8 de julho de 2010
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Candidatos assumem compromissos em defesa da Emater/RS
A Frente de Defesa da Extensão Rural realizou nesta quinta-feira (1º) o Seminário Estadual SOS Emater – O presente e o futuro da Extensão Rural em Debate. Os trabalhadores da Casa atenderam ao chamado das entidades e lotaram o Teatro Dante Barone.
Entidades defendem maior investimento
Na abertura do seminário, os representantes das entidades que compõem a Frente de Defesa da Extensão Rural (ASAE, SEMAPI, SENGE, SINTARGS, FAZER, ASAPAS, AESR, AGC) destacaram a urgência de um plano de fortalecimento da empresa e a importância da união de todos em prol deste objetivo.
Também participaram da mesa de abertura o diretor da Emater Romeu Rodhi, o delegado do MDA/RS, Nilton Pinho de Bem, e o presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo, deputado Edson Brum.
Depoimentos de agricultores emocionam
No início da tarde, após a entrega de alimentos trazidos pelos trabalhadores ao Banco de Alimentos, o seminário foi retomado com depoimentos de agricultores familiares. O produtor Eronito Vencato, de Tapes, ressaltou que sem a extensão rural os agricultores não sobreviveriam no campo. “Estamos vendo a falta de profissionais em muitos municípios. Os técnicos têm que se desdobrar. Muitas vezes deixam suas famílias de lado para estar lá nos atendendo. A Emater faz parte da família do produtor”.
Veja matéria na íntegra e fotos no site do SEMAPI: www.semapirs.com.br
Abaixo, reveja vídeo que registra a já incansável luta dos(as) trabalhadores(as) da EMATER/RS, em 2007, em defesa da extensão rural e da agricultura familiar. Belo trabalho feito pela Engenho Comunicação e Arte. Meu destaque para a escolha da música.
quinta-feira, 1 de julho de 2010
Cooperativa opera pequenas centrais hidrelétricas com baixo impacto ambiental
Um sistema de geração de energia instalado no norte do Estado virou exemplo de prática sustentável para o mundo. O modelo de represas para abastecimento de hidrelétricas da Cooperativa de Distribuição de Energia (Creluz), de Pinhal, foi reconhecida por uma ONG britânica pelo uso adequado dos recursos naturais.
A cerimônia de premiação será amanhã, em Londres, com o anúncio do projeto vencedor. A cooperativa gaúcha é a única finalista que produz energia por meio de usinas hidrelétricas, em um sistema que não necessita de grandes represas. São seis Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), movidas pela água dos rios, evitando alagar grandes áreas e retirar famílias de suas propriedades.
– Quando se fala em usinas hidrelétricas, as pessoas imaginam um ecossistema que se perde e famílias que precisam ir embora. Mas não é o que acontece aqui. A água do rio é aproveitada com o menor impacto possível – ressalta Joviano Perotti, assessor de gestão ambiental da cooperativa.
Com o sistema, a Creluz gera e distribui energia para cerca de 20 mil famílias em 36 cidades da Região Norte. Cerca de 70% dos associados da Creluz são agricultores, e o grupo também atende a reservas indígenas em Liberato Salzano e Iraí, em parceria com o programa federal Luz Para Todos.
– Além do mínimo impacto ambiental, chamou a atenção da ONG o preço da energia, que não é reajustado há seis anos para o associado e até teve redução – explica Elemar Battisti, presidente do Grupo Creluz.
Modelo para o mundo
O PRÊMIO
- A distinção é concedida pela Ashden Awards, ONG fundada em 2001 que incentiva a geração de energia limpa, renovável e sustentável em países da América Latina, África e Ásia, além do Reino Unido. Nesta edição do prêmio, concorreram 104 projetos de 49 países.
- Em fevereiro, um juiz do prêmio visitou as seis usinas e entrevistou associados. Em março, a ONG anunciou que a cooperativa gaúcha havia sido selecionada como uma entre as seis finalistas.
- Em maio, um documentarista da BBC de Londres esteve na região para gravar um documentário de cinco minutos, que será apresentado amanhã, durante a cerimônia de premiação.
OS OUTROS FINALISTAS
- Índia, D. Light Design: projeto de lanternas solares com preço acessível.
- Nicarágua, Tecnosol: energia solar em estabelecimentos médicos.
- Vietnã,Ministério da Agricultura e do Desenvolvimento Rural: distribuição em larga escala da tecnologia de produção de biogás.
- Quênia, Sky Link Innovators: popularização do uso de biogás para cozinha
- África Sub-saariana (Uganda), Rural Energy Foundation: projeto de estimulo à prática sustentável para produção de energia solar.
A CRELUZ
- É uma cooperativa fundada em 1966, com sede em Pinhal, no norte gaúcho.
- Até o ano 2000, operava apenas com a distribuição de energia de outras empresas.
- Atualmente, tem seis usinas em Taquaruçu do Sul, Seberi, Palmeira das Missões, Erval Seco, Cristal do Sul e Novo Tiradentes.
A cerimônia de premiação será amanhã, em Londres, com o anúncio do projeto vencedor. A cooperativa gaúcha é a única finalista que produz energia por meio de usinas hidrelétricas, em um sistema que não necessita de grandes represas. São seis Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), movidas pela água dos rios, evitando alagar grandes áreas e retirar famílias de suas propriedades.
– Quando se fala em usinas hidrelétricas, as pessoas imaginam um ecossistema que se perde e famílias que precisam ir embora. Mas não é o que acontece aqui. A água do rio é aproveitada com o menor impacto possível – ressalta Joviano Perotti, assessor de gestão ambiental da cooperativa.
Com o sistema, a Creluz gera e distribui energia para cerca de 20 mil famílias em 36 cidades da Região Norte. Cerca de 70% dos associados da Creluz são agricultores, e o grupo também atende a reservas indígenas em Liberato Salzano e Iraí, em parceria com o programa federal Luz Para Todos.
– Além do mínimo impacto ambiental, chamou a atenção da ONG o preço da energia, que não é reajustado há seis anos para o associado e até teve redução – explica Elemar Battisti, presidente do Grupo Creluz.
Modelo para o mundo
O PRÊMIO
- A distinção é concedida pela Ashden Awards, ONG fundada em 2001 que incentiva a geração de energia limpa, renovável e sustentável em países da América Latina, África e Ásia, além do Reino Unido. Nesta edição do prêmio, concorreram 104 projetos de 49 países.
- Em fevereiro, um juiz do prêmio visitou as seis usinas e entrevistou associados. Em março, a ONG anunciou que a cooperativa gaúcha havia sido selecionada como uma entre as seis finalistas.
- Em maio, um documentarista da BBC de Londres esteve na região para gravar um documentário de cinco minutos, que será apresentado amanhã, durante a cerimônia de premiação.
OS OUTROS FINALISTAS
- Índia, D. Light Design: projeto de lanternas solares com preço acessível.
- Nicarágua, Tecnosol: energia solar em estabelecimentos médicos.
- Vietnã,Ministério da Agricultura e do Desenvolvimento Rural: distribuição em larga escala da tecnologia de produção de biogás.
- Quênia, Sky Link Innovators: popularização do uso de biogás para cozinha
- África Sub-saariana (Uganda), Rural Energy Foundation: projeto de estimulo à prática sustentável para produção de energia solar.
A CRELUZ
- É uma cooperativa fundada em 1966, com sede em Pinhal, no norte gaúcho.
- Até o ano 2000, operava apenas com a distribuição de energia de outras empresas.
- Atualmente, tem seis usinas em Taquaruçu do Sul, Seberi, Palmeira das Missões, Erval Seco, Cristal do Sul e Novo Tiradentes.
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