domingo, 13 de janeiro de 2008

3ª Feira Binacional de Economia Popular Solidária





Iara Borges Aragonez
Coletivo Desenvolvimento Sustentável Semapi e
Cooperativa GiraSol – Comércio Justo e Consumo e Consciente

Aconteceu em Santa Vitória do Palmar, na praia do Hermenegildo, nos dias 10,11, 12 e 13 de Janeiro de 2008, a 3ª Feira Binacional de Economia Popular Solidária.

A Feira Binacional foi promovida pela Senaes, Marcha Mundial das Mulheres, Fórum Estadual de Economia Solidária e Associação do Trabalho e Economia Solidária (Ates), com apoio de grupos produtivos do segmento.

Foram três dias de intensa atividade.

Além da comercialização de produtos da economia popular solidária, debates, oficinas e momentos lúdicos, foi realizada a plenária do Fórum Gaúcho de Economia Popular Solidária, preparatória à plenária do Fórum Brasileiro www.fbes.org.br/ que acontecerá em março de 2008 e definirá a estratégia de desenvolvimento e organização do movimento de economia solidária no Brasil.

Dentre as oficinas realizadas, a de Consumo Consciente, coordenada pela Cooperativa GiraSol, provocou nos participantes a reflexão sobre o ato cotidiano de consumir, partindo da posição ocupada na sociedade por cada um (a). Nesse sentido, o debate ocorreu considerando o consumo que praticamos enquanto indivíduos, no âmbito familiar e social; enquanto produtores, consumidores de insumos para a produção de produtos, e, enquanto integrantes de organizações, sejam elas governamentais ou não governamentais. Neste último caso, foi compreendido que, participantes de ONGs, sindicatos, universidades, órgãos públicos, etc. que consomem tanto para a execução de suas tarefas como na oportunidade em que realizam seus eventos e festividades, podem e devem interferir nas decisões internas quanto a compra de produtos.

O foco central do debate foi a conseqüência nefasta de determinados processos produtivos para o ambiente natural, para a dignidade dos (as) trabalhadores (as) e para a sociedade em geral. Falou-se sobre a possibilidade concreta de, pelo consumo, contribuirmos para a preservação ambiental e para uma maior distribuição de renda. Foi compreendido que isto é possível se decidirmos investir os nossos salários/remunerações na compra de produtos de empreendimentos econômicos do campo popular solidário, reduzindo cada vez mais a compra dos grandes empreendimentos que exploram o trabalho, degradam o ambiente e concentram a renda. E que esta escolha é diária, seja enquanto indivíduos, produtores ou participantes de organizações.

A oficina concluiu que podemos incidir nessa realidade. E você, pensa que podemos?

Esta é mais uma iniciativa no Estado do RS que contribui para o avanço na construção de uma outra economia, cuja perspectiva é o desenvolvimento sustentável. Trabalhadoras e trabalhadores organizados (as) de forma coletiva e autogestionária, sem exploração do homem pelo homem, com respeito ao ambiente natural, são algumas das características dessa forma de organização produtiva que vem sendo construída com muita garra e diariamente nessas últimas (quase) duas décadas por trabalhadores(as) expulsos(as) do mercado formal do trabalho, ou historicamente excluídos.

Você concorda que esta outra economia é possível?
Faça o seu comentário sobre o tema no Blog e contribua com essa costrução.


A partir das políticas públicas implementadas no âmbito do Governo Federal, no site www.mte.gov.br/ecosolidaria/prog_default.asp você pode saber mais sobre como anda a economia solidária no Brasil.

Saudações solidárias.

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