sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

QUESTIONAMENTOS SOBRE PROJETO DE IRRIGAÇÃO DA COSTA DOCE.

Audiência Pública em Arambaré,18 de fevereiro de 2009.

Em acordo com a portaria n°078/2007 vimos por meio desse questionar a FEPAM, aspectos que julgamos fundamentais para a preservação do ambiente e que nos preocupam em relação ao projeto apresentado em audiência pública no dia 18 de fevereiro na cidade de Arambaré. Este projeto pretende ampliar a captação de água doce da Laguna dos Patos para irrigação de algumas propriedades rurais que desejam aumentar suas áreas de plantio de arroz irrigado, com fortes mudanças ambientais no sistema lagunar e sem as evidências que assegurem o desenvolvimento sustentável da comunidade.

Primeiro aspecto.

Estranhamos a ausência de publicidade ao projeto e a falta de interesse por parte do gestor municipal em promover o debate. Em nenhum momento foram realizadas reuniões sobre o objetivo do projeto, o que em se tratando de uma comunidade pequena é bastante razoável de ser viabilizado.

Também nos surpreendemos com a data escolhida para a realização da audiência pública, pois sendo às vésperas do feriado de carnaval, fez com que exatamente o prazo de sete dias para manifestação por escrito a respeito do projeto apresentado e detalhado em audiência pública compreendesse exatamente tal período de feriados, dificultando os questionamentos.

Sendo assim entendemos que pela importância do tema e a relevância de sua influência junto ao futuro da comunidade, deveriam os proponentes do projeto, estimular a discussão. Todas as ações anteriormente mencionadas demonstram um interesse urgente em aprovar o projeto a qualquer custo, sem permitir o envolvimento da sociedade.

Dessa forma estamos solicitando que a Fepam considere a influência prejudicial ao debate imposta pelos interessados do projeto permitindo que haja uma nova audiência pública para certificar-se da eficiência e eficácia do projeto a partir da ampliação do debate junto à comunidade.

Segundo aspecto.

Não ficou claro na apresentação do projeto qual a abrangência da análise do EIA/RIMA, pois no município de Arambaré existem atualmente três pontos de captação de água da Laguna localizados no distrito de Santa Rita, ao sul do centro do município: Canal do Jacaré, da Agropecuária Búfalo e da Agropecuária Santa Rita.

O projeto apresentado em audiência pública, resumiu-se em apenas analisar um novo ponto de capitação de água junto ao Arroio Velhaco. Foi desconsiderada na audiência a análise do impacto ambiental da drenagem dos outros pontos de capacitação que esta previsto no Estudo Básico de Concepção, Estudos de Viabilidades Técnica, Econômica e Ambiental do Projeto de Irrigação da Costa Doce nos municípios de Arambaré e Tapes - RS, que foi o projeto original adquirido pela Prefeitura de Arambaré junto ao consórcio ACL e Engeplus em 2006 e que originou o atual projeto em análise.

Assim, se no estudo for considerado apenas um ponto de capacitação de água (Arroio Velhaco) corremos um risco de erro na análise, pois o efeito da drenagem dos outros pontos de capacitação de água é fundamental para a compreensão do impacto ambiental na integralidade do projeto.

Último aspecto:

A realidade da salinização da Laguna dos Patos. Há evidências e os estudos demonstram que existe o aumento da salinização da Laguna. Em observações de agricultores já foi constatado que em determinadas regiões, a Laguna já vem recuando nos últimos 10 anos. Os estudos de cientistas mundiais indicam o aumento do nível do mar. O afundamento do canal portuário de Rio Grande indica a possibilidade do aumento de salinização da Laguna. Na região leste da Laguna a salinização é permanente.

A própria justificativa do Projeto de Irrigação da Costa Doce, que é o de solucionar o problema da estiagem e transferir o bombeamento do distrito de Santa Rita, mais ao sul, deslocando-o mais ao norte, junto ao Arroio Velhaco, pressupõem ali, naquele local, as melhores condições de capitação de água com menor risco de salinização já constatado nos canais existentes.

E exatamente estas premissas de possibilidades de soluções dos problemas de estiagem que apontam as ameaças reais de inviabilidade do projeto por conta exatamente dos riscos de salinização da Laguna. Ora pela estiagem, ora pelo aumento do nível do mar, ora pelo aumento do canal portuário, ora pelas constatações já evidenciadas em outros pontos de capitação ou ainda em obserções de agricultores, é uma questão de tempo, a salinização já é uma realidade. Assim corremos o risco de construirmos, com custos e impactos ambientais, um grande “cavalo de Tróia”.

Neste sentindo torna-se arriscável e desnecessário prosseguir em um projeto de alto custo que poderá induzir a um repaisagismo regional e posicionamento econômico de novos arrozeiros sem antes encontrar uma alternativa viável, se é que existe, para a possibilidade de salinização da Laguna.

Considerações finais:

Verificamos com indignação de que na cidade de Arambaré não existe saneamento básico.

O distrito de Santa Rita, a maior área de arroz do município, o esgoto é a céu aberto e o índice de pobreza é absoluto.

Na zona rural não há água potável e o lixo sequer é recolhido.

A Lagoa do Graxaim foi assoreada pelo barro, produto da má sistematização do solo da lavoura de arroz.

A barra da Laguna junto ao Arroio Velhaco, uma antiga briga entre os pescadores e a Fepam para que seja aberta no momento de estiagem a fim de permitir a saída dos barcos do Arroio Velhaco, com o bombeamento tende ficar sempre aberta.

A utilização de venenos agrícolas já são ameaças à fauna e à flora consequência da atual área plantada, aumentando a área plantada, aumentará o problema e com isso a possibilidade de terminar com o fluxo de turismo da região.

O estimulo à monocultura do arroz, indicado pelo projeto, é contraditório ao desenvolvimento sustentável.

Investir mais de 60 milhões e beneficiar menos de 50 produtores em detrimento a uma grande maioria miserável é contestável sobre o ponto de vista humanitário e ético.

Portanto, é fundamental que qualquer estudo de análise de impacto ambiental se faça por conta de aprofundar e identificar estas inúmeras variáveis que serão afetadas por conta do modelo de desenvolvimento que se pretende implantar.

Na certeza da responsabilidade ambiental, imparcialidade e alto nível técnico da FEPAM apresentamos nossas contribuições para reflexão, aprofundamento e investigação a fim de garantir para o presente e futuro a preservação da maior Laguna do Brasil, o maior patrimônio ambiental do Rio Grande do Sul.

Associação Ambientalista Biguá
Arambaré, 25 de fevereiro de 2009

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

VAMOS SALVAR O PLANETA - tudo começa com sua ação

53 DICAS PRA VC ECONOMIZAR ENERGIA E SALVAR O PLANETA

1. Tampe suas panelas enquanto cozinha
Parece obvio, não é? E é mesmo! Ao tampar as panelas enquanto cozinha você aproveita o calor que simplesmente se perderia no ar.

2. Use uma garrafa térmica com água gelada
Compre daquelas garrafas térmicas de acampamento, de 2 ou 5 litros. Abasteça-a de água bem gelada com uma bandeja de cubos de gelo pela manhã. Você terá água gelada até a noite e evitará o abre-fecha da geladeira toda vez que alguém quiser beber um copo dágua

3. Aprenda a cozinhar em panela de pressão
Acredite... dá pra cozinhar tudo em panela de pressão: Feijão, arroz, macarrão, carne, peixe etc... Muito mais rápido e economizando 70% de gás.

4. Cozinhe com fogo mínimo
Se você não faltou às aulas de física no 2º grau você sabe: Não adianta, por mais que você aumente o fogo, sua comida não vai cozinhar mais depressa, pois a água não ultrapassa 100ºC em uma panela comum. Com o fogo alto, você vai é queimar sua comida.

5. Antes de cozinhar, retire da geladeira todos os ingredientes de uma só vez
Evite o o abre-fecha da geladeira toda vez que seu cozido precisar de uma cebola, uma cenoura, etc...

6. Coma menos carne vermelha
A criação de bovinos é um dos maiores responsáveis pelo efeito estufa. Não é piada. Você já sentiu aquele cheiro pavoroso quando você se aproximou de alguma fazenda/criação de gado? Pois é: É metano, um gás inflamável, poluente, e megafedorento. Além disso, a produção de carne vermelha demanda uma quantidade enorme de água. Para você ter uma idéia: Para produzir 1kg de carne vermelha é necessário 200 litros de água potável. O mesmo quilo de frango só consome 10 litros.

7. Não troque o seu celular
Já foi tempo que celular era sinal de status. Hoje em dia qualquer zé mané tem. Trocar por um mais moderno para tirar onda? Ninguém se importa. Fique com o antigo pelo menos enquanto estiver funcionando perfeitamente ou em bom estado. Se o problema é a bateria, considere o custo/benefício trocá-la e descartá-la adequadamente, encaminhando-a a postos de coleta. Celulares trouxeram muita comodidade à nossa vida, mas utilizam de derivados de petróleo em suas peças e metais pesados em suas baterias. Além disso, na maioria das vezes sua produção é feita utilizando mão de obra barata em países em desenvolvimento. Utilize seus gadgets até o final da vida útil deles, lembre-se de que eles certamente não foram nada baratos.

8. Compre um ventilador de teto
Nem sempre faz calor suficiente pra ser preciso ligar o ar condicionado. Na maioria das vezes um ventilador de teto é o ideal para refrescar o ambiente gastando 90% menos energia. Combinar o uso dos dois também é uma boa idéia. Regule seu ar condicionado para o mínimo e ligue o ventilador de teto.

9. Use somente pilhas e baterias recarregáveis
É certo que são caras, mas ao uso em médio e longo prazo elas se pagam com muito lucro. Duram anos e podem ser recarregadas em média 1000 vezes.
11. Troque suas lâmpadas incandescentes por fluorescentes

Lâmpadas fluorescentes gastam 60% menos energia que uma incandescente. Assim, você economizará 136 quilos de gás carbônico anualmente.

10. Limpe ou troque os filtros o seu ar condicionado
Um ar condicionado sujo representa 158 quilos de gás carbônico a mais na atmosfera por ano.

12. Escolha eletrodomésticos de baixo consumo energético
Procure por aparelhos com o selo do Procel (no caso de nacionais) ou Energy Star (no caso de importados).

13. Não deixe seus aparelhos em standby
Simplesmente desligue ou tire da tomada quando não estiver usando um eletrodoméstico. A função de standby de um aparelho usa cerca de 15% a 40% da energia consumida quando ele está em uso.

14. Mude sua geladeira ou freezer de lugar
Ao colocá-los próximos ao fogão, eles utilizam muito mais energia para compensar o ganho de temperatura. Mantenha-os afastados pelos menos 15cm das paredes para evitar o superaquecimento. Colocar roupas e tênis para secar atrás deles então, nem pensar!

15. Descongele geladeiras e freezers antigos a cada 15 ou 20 dias
O excesso de gelo reduz a circulação de ar frio no aparelho, fazendo que gaste mais energia para compensar. Se for o caso, considere trocar de aparelho. Os novos modelos consomem até metade da energia dos modelos mais antigos, o que subsidia o valor do eletrodoméstico a médio/longo prazo.

16. Use a máquina de lavar roupas/louça só quando estiverem cheias
Caso você realmente precise usá-las com metade da capacidade, selecione os modos de menor consumo de água. Se você usa lava-louças, não é necessário usar água quente para pratos e talheres pouco sujos. Só o detergente já resolve.

17. Retire imediatamente as roupas da máquina de lavar quando estiverem limpas
As roupas esquecidas na máquina de lavar ficam muito amassadas, exigindo muito mais trabalho e tempo para passar e consumindo assim muito mais energia elétrica.

18. Tome banho de chuveiro
E de preferência, rápido. Um banho de banheira consome até quatro vezes mais energia e água que um chuveiro.

19. Use menos água quente
Aquecer água consome muita energia. Para lavar a louça ou as roupas, prefira usar água morna ou fria.

20. Pendure ao invés de usar a secadora
Você pode economizar mais de 317 quilos de gás carbônico se pendurar as roupas durante metade do ano ao invés de usar a secadora.

21. Nunca é demais lembrar: recicle
Recicle no trabalho e em casa. Se a sua cidade ou bairro não tem coleta seletiva, leve o lixo até um posto de coleta. Existem vários na rede Pão de Açúcar. Lembre-se de que o material reciclável deve ser lavado (no caso de plásticos, vidros e metais) e dobrado (papel).

22. Faça compostagem
Cerca de 3% do metano que ajuda a causar o efeito estufa é gerado pelo lixo orgânico doméstico. Aprenda a fazer compostagem: além de reduzir o problema, você terá um jardim saudável e bonito.

23. Reduza o uso de embalagens
Embalagem menor é sinônimo de desperdício de água, combustível e recursos naturais. Prefira embalagens maiores, de preferência com refil. Evite ao máximo comprar água em garrafinhas, leve sempre com você a sua própria.

24. Compre papel reciclado
Produzir papel reciclado consome de 70 a 90% menos energia do que o papel comum, e poupa nossas florestas.

25. Utilize uma sacola para as compras
Sacolinhas plásticas descartáveis são um dos grandes inimigos do meio-ambiente. Elas não apenas liberam gás carbônico e metano na atmosfera, como também poluem o solo e o mar. Quando for ao supermercado, leve uma sacola de feira ou suas próprias sacolinhas plásticas.

26. Plante uma árvore
Uma árvore absorve uma tonelada de gás carbônico durante sua vida. Plante árvores no seu jardim ou inscreva-se em programas como o SOS Mata Atlântica ou Iniciativa Verde.

27. Compre alimentos produzidos na sua região
Fazendo isso, além de economizar combustível, você incentiva o crescimento da sua comunidade, bairro ou cidade.

28. Compre alimentos frescos ao invés de congelados
Comida congelada além de mais cara, consome até 10 vezes mais energia para ser produzida. É uma praticidade que nem sempre vale a pena.

29. Compre orgânicos
Por enquanto, alimentos orgânicos são um pouco mais caros pois a demanda ainda é pequena no Brasil. Mas você sabia que, além de não usar agrotóxicos, os orgânicos respeitam os ciclos de vida de animais, insetos e ainda por cima absorvem mais gás carbônico da atmosfera que a agricultura "tradicional"? Se toda a produção de soja e milho dos EUA fosse orgânica, cerca de 240 bilhões de quilos de gás carbônico seriam removidos da atmosfera. Portanto, incentive o comércio de orgânicos para que os preços possam cair com o tempo.

30. Ande menos de carro
Use menos o carro e mais o transporte coletivo (ônibus, metrô) ou o limpo (bicicleta ou a pé). Se você deixar o carro em casa 2 vezes por semana, deixará de emitir 700 quilos de poluentes por ano.

31. Não deixe o bagageiro vazio em cima do carro
Qualquer peso extra no carro causa aumento no consumo de combustível. Um bagageiro vazio gasta 10% a mais de combustível, devido ao seu peso e aumento da resistência do ar.

32.Mantenha seu carro regulado
Calibre os pneus a cada 15 dias e faça uma revisão completa a cada seis meses, ou de acordo com a recomendação do fabricante. Carros regulados poluem menos. A manutenção correta de apenas 1% da frota de veículos mundial representa meia tonelada de gás carbônico a menos na atmosfera.

33. Lave o carro a seco
Existem diversas opções de lavagem sem água, algumas até mais baratas do que a lavagem tradicional, que desperdiça centenas de litros a cada lavagem. Procure no seu posto de gasolina ou no estacionamento do shopping.

34. Quando for trocar de carro, escolha um modelo menos poluente
Apesar da dúvida sobre o álcool ser menos poluente que a gasolina ou não, existem indícios de que parte do gás carbônico emitido pela sua queima é reabsorvida pela própria cana de açúcar plantada. Carros menores e de motor 1.0 poluem menos. Em cidades como São Paulo, onde no horário de pico anda-se a 10km/h, não faz muito sentido ter carros grandes e potentes para ficar parados nos congestionamentos.

35. Use o telefone ou a Internet
A quantas reuniões de 15 minutos você já compareceu esse ano, para as quais teve que dirigir por quase uma hora para ir e outra para voltar? Usar o telefone ou skype pode poupar você de stress, além de economizar um bom dinheiro e poupar a atmosfera.

36. Voe menos, reúna-se por videoconferência
Reuniões por videoconferência são tão efetivas quanto as presenciais. E deixar de pegar um avião faz uma diferença significativa para a atmosfera.

37. Economize CDs e DVDs
CDs e DVDs sem dúvida são mídias eficientes e baratas, mas você sabia que um CD leva cerca de 450 anos para se decompor e que, ao ser incinerado, ele volta como chuva ácida (como a maioria dos plásticos)? Utilize mídias regraváveis, como CD-RWs, drives USB ou mesmo e-mail ou FTP para carregar ou partilhar seus arquivos. Hoje em dia, são poucos arquivos que não podem ser disponibilizados virtualmente ao invés de em mídias físicas.

38. Proteja as florestas
Por anos os ambientalistas foram vistos como "eco-chatos". Mas em tempos de aquecimento global, as árvores precisam de mais defensores do que nunca. O papel delas no aquecimento global é crítico, pois mantém a quantidade de gás carbônico controlada na atmosfera.

39. Considere o impacto de seus investimentos
O dinheiro que você investe não rende juros sozinho. Isso só acontece quando ele é investido em empresas ou países que dão lucro. Na onda da sustentabilidade, vários bancos estão considerando o impacto ambiental das empresas em que investem o dinheiro dos seus clientes. Informe-se com o seu gerente antes de escolher o melhor investimento para você e o meio ambiente..

40. Informe-se sobre a política ambiental das empresas que você contrata
Seja o banco onde você investe ou o fabricante do shampoo que utiliza, todas as empresas deveriam ter políticas ambientais claras para seus consumidores. Ainda que a prática esteja se popularizando, muitas empresas ainda pensam mais nos lucros e na imagem institucional do que em ações concretas. Por isso, não olhe apenas para as ações que a empresa promove, mas também a sua margem de lucro alardeada todos os anos. Será mesmo que eles estão colaborando tanto assim?

41. Desligue o computador
Muita gente tem o péssimo hábito de deixar o computador de casa ou da empresa ligado ininterruptamente, às vezes fazendo downloads, às vezes simplesmente por comodidade. Desligue o computador sempre que for ficar mais de 2 horas sem utilizá-lo e o monitor por até quinze minutos.

42. Considere trocar seu monitor
O maior responsável pelo consumo de energia de um computador é o monitor. Monitores de LCD são mais econômicos, ocupam menos espaço na mesa e estão ficando cada vez mais baratos. O que fazer com o antigo? Doe a instituições como o Comitê para a Democratização da Informática.

43. No escritório, desligue o ar condicionado uma hora antes do final do expediente
Num período de 8 horas, isso equivale a 12,5% de economia diária, o que equivale a quase um mês de economia no final do ano. Além disso, no final do expediente a temperatura começa a ser mais amena.

44. Não permita que as crianças brinquem com água
Banho de mangueira, guerrinha de balões de água e toda sorte de brincadeiras com água são sem dúvida divertidas, mas passam a equivocada idéia de que a água é um recurso infinito, justamente para aqueles que mais precisam de orientação, as crianças. Não deixe que seus filhos brinquem com água, ensine a eles o valor desse bem tão precioso.

45. No hotel, economize toalhas e lençois
Use o bom senso... Você realmente precisa de uma toalha nova todo dia? Você é tão imundo assim? Em hotéis, o hóspede tem a opção de não ter as toalhas trocadas diariamente, para economizar água e energia. Trocar uma vez a cada 3 dias já está de bom tamanho. O mesmo vale para os lençois, a não ser que você mije na cama...

46. Participe de ações virtuais
A Internet é uma arma poderosa na conscientização e mobilização das pessoas. Um exemplo é o site ClickÁrvore, que planta árvores com a ajuda dos internautas. Informe-se e aja!

47. Instale uma válvula na sua descarga
Instale uma válvula para regular a quantidade de água liberada no seu vaso sanitário: mais quantidade para o número 2, menos para o número 1!

48. Não peça comida para viagem
Se você já foi até o restaurante ou à lanchonete, que tal sentar um pouco e curtir sua comida ao invés de pedir para viagem? Assim você economiza as embalagens de plástico e isopor utilizadas.

49. Regue as plantas à noite
Ao regar as plantas à noite ou de manhãzinha, você impede que a água se perca na evaporação, e também evita choques térmicos que podem agredir suas plantas.

50. Frequente restaurantes naturais/orgânicos
Com o aumento da consciência para a preservação ambiental, uma gama enorme de restaurantes naturais, orgânicos e vegetarianos está se espalhando pelas cidades. Ainda que você não seja vegetariano, experimente os novos sabores que essa onda verde está trazendo e assim estará incentivando o mercado de produtos orgânicos, livres de agrotóxicos e menos agressivos ao meio-ambiente.

51. Vá de escada
Para subir até dois andares ou descer três, que tal ir de escada? Além de fazer exercício, você economiza energia elétrica dos elevadores.

52. Faça sua voz ser ouvida pelos seus representantes
Use a Internet, cartas ou telefone para falar com os seus representantes em sua cidade, estado e país. Mobilize-se e certifique-se de que os seus interesses - e de todo o planeta - sejam atendidos.

53. Divulgue essa lista!
Envie essa lista por e-mail para seus amigos, divulgue o link do post no seu blog ou orkut, reproduza-a livremente, e, quando possível, cite a fonte. O Mude o Mundo agradece, e o planeta também!

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

É urgente rever os fundamentos

Por Leonardo Boff [Sexta-Feira, 20 de Fevereiro de 2009]

A conjugação das várias crises, algumas conjunturais e outras sistêmicas, obriga a todos a trabalhar em duas frentes: uma intrasistêmica buscando soluções imediatas dos problemas para salvar vidas, garantir o trabalho e a produção e evitar o colapso. Outra transsistêmica, fazendo uma crítica rigorosa aos fundamentos teóricos que nos levaram ao atual caos e trabalhar sobre outros fundamentos que propiciem uma alternativa que permita, num outro nivel, a continuidade do projeto planetário humano.

Cada época histórica precisa de um mito que congregue pessoas, galvanize forças e confira novo rumo à história. O mito fundador da modernidade reside na razão, desde os gregos, o eixo estruturador da sociedade. Ela cria a ciência, transforma-a em técnica de intervenção na natureza e se propõe dominar todas as suas forças. Para isso, segundo Francis Bacon, o fundador de método científico, deve-se torturar a natureza até que entregue todos os seus segredos. Essa razão crê num progresso ilimitado e cria uma sociedade que se quer autônoma, de ordem e progresso. A razão suscitava a pretensão de tudo prever, tudo gerir, tudo controlar, tudo organizar e tudo criar. Ela ocupou todos os espaços. Enviou ao limbo outras formas de conhecimento.

Eis que, depois de mais de trezentos anos de exaltação da razão, assistimos a loucura da razão. Pois só uma razão enlouquecida organiza a sociedade na qual 20% da população mundial detém 80% de toda riqueza da Terra; as três pessoas mais ricas do mundo possuem ativos superiores à toda riqueza de 48 paises mais pobres onde vivem 600 milhões de pessoas; 257 indivíduos sozinhos acumulam mais riqueza do que 2,8 bilhões de pessoas, o equivalente a 45% da humanidade; no Brasil 5 mil famílias detém 46% da riqueza nacional. A insanidade da razão produtivista e consumista gerou o aquecimento global que trará desiquilíbrios já visíveis e a dizimação de milhares de espécies, inclusive a humana.

A ditadura da razão criou a sociedade da mercadoria com sua cultura típica, um certo modo de viver, de produzir, de consumir, de fazer ciência, de educar, de ensinar e de moldar as subjetividades coletivas. Estas devem se afinar à sua dinâmica e valores, procurando sempre maximalizar os ganhos, mediante a mercantilização de tudo. Ora, essa cultura, dita moderna, capitalista, burguesa, ocidental e hoje globalizada entrou em crise. Ela se expressa nas várias crises atuais que são todas expressão de uma única crise, a dos fundamentos. Não se trata de abdicar da razão, mas de combater sua arrogância (hybris) e de criticar seu estreitamento na capacidade de comprender.

O que a razão mais precisa neste momento é de ser urgentemente completada pela razão sensível (M.Maffesoli), pela inteligência emocional (D.Goleman), pela razão cordial (A. Cortina), pela educação dos sentidos (J.F.Duarte Jr), pela ciência com consciência (E. Morin), pela inteligência espiritual (D. Zohar), pelo concern (R.Winnicott) e pelo cuidado como eu mesmo venho propondo há tempos.

É o sentir profundo (pathos) que nos faz escutar o grito da Terra e o clamor canino de milhões de famélicos. Não é a razão fria mas a razão sensível que move as pessoas para tira-las da cruz e faze-las viver. Por isso, é urgente submeter à crítica o modelo de ciência dominante, impugnar radicalmente as aplicações que se fazem dela mais em função do lucro do que da vida, desmascarar o modelo de desenvolvimento atual que é insustentável por ser altamente depredador e injusto.

A sensibilidade, a cordialidade, o cuidado levados a todo os níveis, para com a natureza, nas relações sociais e na vida cotidiana, podem fundar, junto com a razão, uma utopia que podemos tocar com as mãos porque imediatamente praticável. Estes são os fundamentos do nascente paradigma civilizatório que nos dá vida e esperança.

http://www.revistaforum.com.br/sitefinal/NoticiasIntegra.asp?id_artigo=6373
Leonardo Boff

Natura é acusada de Biopirataria

Enviado em Notícias, Tradição Virtual, Biopirataria de Anderson Porto | 18 de Fevereiro de 2009 @ 11:00

Acusada de cometer biopirataria ao usar o ativo de murmuru (Astrocaryum ulei Burret), a indústria de cosméticos Natura enfrenta hoje uma audiência de conciliação na Justiça Federal, em Rio Branco (AC), decorrente de ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal (MPF) em defesa dos índios ashaninka da aldeia Apiwtxa do Rio Amônea, na fronteira Brasil-Peru.

A ação do MPF, contra a exploração indevida de conhecimento tradicional ashaninka, começou em agosto de 2007. Ela também envolve o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), a Chemyunion Química LTDA, e o empresário Fábio Dias Fernandes, proprietário da empresa Tawaya, de Cruzeiro do Sul (AC), fabricante de sabonete de murmuru.

O MPF no Acre chegou a recomendar ao Inpi a suspensão do pedido de patente relativo à formulação do sabonete de murmuru, obtido a partir do conhecimento tradicional dos ashaninka. A patente de nº PI0301420-7 foi homologada pelo proprietário da empresa Tawaya.

De acordo com o MPF, a elaboração da manteiga de murmuru se deu mediante o acesso a conhecimentos tradicionais da comunidade, quando o empresário realizava projeto de pesquisa e levantamento de produtos florestais em parceria com a organização não-governamental Núcleo Cultura Indígena, sediada em São Paulo.

Ao final da pesquisa, Dias decidiu implantar a empresa de beneficiamento para produzir a manteiga de murmuru em escala industrial. Os índios forneceriam as sementes e teriam direito a 25% dos rendimentos obtidos pela empresa. Com isso, os ashaninka preocuparam-se em formar e capacitar a comunidade para exploração da semente de murmuru de forma sustentável, sem que o conhecimento da fabricação do produto fosse externalizado.


Murmuru: antepassado transformado em árvore

Inicialmente, a empresa Tawaya funcionava no Vale do Juruá, mas logo foi transferida para Cruzeiro do Sul, distante da área indígena, impedindo a comunidade de participar da fabricação. Tawaya é o nome que os ashaninka atribuem para o Rio Amôena, que foi percorrido durante as pesquisas feitas por Fábio Dias.

Uma vez iniciados os preparativos para a produção, o empresário passou a tratar os ashaninka como meros fornecedores de matéria-prima, deixando de cumprir com tudo que prometera durante os anos de convívio e de utilização do conhecimento tradicional da comunidade indígena.

O MPF sustenta que o empresário não tinha a necessária autorização para patentear o produto. A Medida Provisória nº 2.186/2001, que diz respeito à proteção ao conhecimento tradicional das comunidades indígenas e locais, associado ao patrimônio genético, anota o reconhecimento pelo estado do direito dessas comunidades para decidir sobre o uso de seus conhecimentos tradicionais, reconhecidos como patrimônio cultural brasileiro.

Na ação civil pública, o procurador da República Lucas Perroni Kalil assinala que o conhecimento tradicional refere-se a todo conhecimento, inovações e prática das comunidades indígenas e locais, concebidas a partir da experiência empírica adquirida através dos séculos, e adaptado à cultura e aos entornos locais.

- O conhecimento tradicional se transmite por via oral, de geração em geração e tende a ser de propriedade coletiva. Adquire a forma de histórias, canções, folclore, refrões, valores culturais, rituais, leis comunitárias, idioma local e práticas agrícolas, inclusive de espécies vegetais e raças animais. O murmuru tem origem lendária para os ashaninka. Não se trata de uma simples árvore, mas sim de um antepassado que foi transformado em árvore - acrescenta Kalil.

Cacho de murmuru (Astrocaryum ulei Burret) separado entre frutos e raque (A); semente ou “caroço”(B); endosperma inteiro (C); endodosperma cortado, mostrando a parte interna (D) e endocarpo quebrado para se retirar o endosperma (E) - imagem cedida pelo botânico Evandro Ferreira, especialista em palmeiras, do blog Ambiente Acreano
Ligações perigosas

Os ashaninka fazem diversos usos da palmeira de murmuru. O caule da palmeira serve para a construção de casas. A árvore produz palmito usado como alimento. Dos lugares em que são extraídos os palmitos, surge uma seiva, que é usada como alimento e também, misturada com urucum, como pintura facial. As folhas e as cascas da palmeira são utilizadas no artesanato. O óleo da castanha, extraído por meio do uso de um pilão, misturado com água, serve de medicamento para feridas e coceiras.

O empresário é acusado de ter realizado bioprospecção utilizando o conhecimento tradicional como guia, valendo-se de séculos de experiências com o murmuru para obter um produto com finalidade comercial. De 120 componentes à base de plantas usados na produção farmacêutica mundial, 75%, em média, têm o seu derivado ou associado a plantas medicinais que sempre foram utilizadas por comunidades.

- Na pior das hipóteses, ainda que se admita, a título de argumentação, que os ashaninka nada sabiam sobre o uso emoliente do murmuru, ainda assim foi usado conhecimento tradicional sobre o manejo sustentável do murmuru, fato que Fábio Dias tanto se gaba na publicidade de seu sabonete - argumentar o procurador da República.

Embora negue, o MPF sustenta que a empresa Chemyunion passou também a explorar produtos fabricados a partir do murmuru, após tomar conhecimento das atividades de Fábio Dias, que confirmou em laboratório as características emolientes do murmuru em meados de 1996.

- Como empresas voltadas a esse ramo específico de atuação, sempre atentas a “novidades” deste naipe, as demais demandadas privadas (Chemyunion e Natura) certamente passaram a estudar o uso de murmuru em seus produtos após a confirmação do demandado Fábio - afirma Kalil.


Reparação equânime de benefícios e de dano moral coletiv
o
Segundo o MPF, embora negue, a Natura Cosméticos S.A. acessou conhecimento tradicional sobre o murmuru. Em correspondência à Procuradoria da República, a empresa disse que utilizou “como fonte de informação de aplicação do ativo murmuru” obra de Barrera-Arellano. Segundo a Natura, ele seria o químico “inventor” da utilização de óleo e gordura de murmuru em pedido de patente formulado pela Chemyunion Química.

- Ademais, não é digno de crença que, como gigante do ramo, a Natura não tivesse obtido dados a partir dos resultados das pesquisas junto aos ashaninka - afirma o procurador da República.

O MPF pleiteia a reparação equânime dos benefícios e reparação de dano moral coletivo, sendo que o valor de indenização que venha a ser definido pela Justiça Federal seja destinado metade ao Fundo Federal de Direitos Difusos e metade à Apiwtxa, associação que representa o povo ashaninka do Rio Amônea.

O Inpi foi envolvido pelo MPF na ação civil pública porque não acatou recomendação para suspender o pedido de patente relativo a formulação do sabonete de murmuru. O MPF tenta convencer o Inpi a conferir patente ou registro aos seus pleiteantes daquilo que tiver sido originado a partir de acesso ao conhecimento tradicional somente após informada a origem do conhecimento tradicional e realizada a repartição equânime dos benefícios.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Romaria da Terra relembra desastre ambiental no Rio do Sinos

Chasque Agência de Notícias
Reportagem: Raquel Casiraghi

Com o tema "Água, Sangue da Terra", a 32ª Romaria da Terra relembra a impunidade que marcou as investigações sobre a poluição do rio do Sinos. Mais de 100 toneladas de peixe foram encontrados mortos há dois anos atrás. Expectativa é de que 20 mil romeiros e romeiras participem da atividade no próximo dia 24, em Sapucaia do Sul (RS)

Porto Alegre (RS) - A impunidade que marcou o desastre ambiental cometido no Rio do Sinos motivou a 32ª Romaria da Terra. Com o tema "Água, Sangue da Terra", neste ano a romaria acontece na cidade de Sapucaia do Sul (RS), na região metropolitana. A expectativa é de participem 20 mil romeiros e romeiras de todo o Rio Grande do Sul.

A coordenadora estadual da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Terezinha Sallet Ruzzarin, reclama que depois de dois anos do desastre, ninguém foi responsabilizado. No final de 2006, 102 toneladas de peixes foram encontrados mortos no rio, caracterizando o maior crime ambiental nas últimas décadas na região.

"Faz dois anos daquele crime ambiental cometido do Rio do Sinos. Foram identificadas três grandes poluidoras, mas nenhuma delas foi punida. Ficou o dito pelo não-dito, mas os malefícios continuam aí, continuam presentes. E a nossa expectativa não é das melhores, porque o descaso é total. Não há cobrança disso aí e no Cristão permanece essa angústia", argumenta.

Para chamar a atenção para a importância de preservar nossas fontes de água, como rios e lagos, cada romeiro levará uma garrafa de água limpa, que será derramada no rio do Sinos no final da caminhada. No entanto, Terezinha alerta que não é só a poluição que degrada a água. Ela aponta também atividades econômicas, como a monocultura de eucalipto, e a falta de posturas mais enérgicas dos governos.

“O zoneamento ambiental, que não foi feito na questão dos eucaliptos, agora está invadindo a retirada de areia dos nossos rios”, diz.

A Romaria inicia às 08:30h da próxima terça-feira (24) em frente à Igreja Sagrada Família, no bairro Colonial, em Sapucaia do Sul. Os romeiros irão caminhar em torno de 2 km até o Pesqueiro, onde ocorre uma celebração ecumênica e a partilha dos alimentos. A 32ª Romaria da Terra é organizada pela CPT, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e Dioceses gaúchas.

No ano passado, a Romaria ocorreu na cidade de Três Passos, na região Celeiro, e teve como tema a Juventude.

Por que Yeda acabou com a Escola Itinerante?

http://www.capuchinhosrs.org.br/artigos.php
Yeda proibiu a educação nos acampamentos do MST porque a "missão" do seu governo é enfraquecer a organização do povo, criminalizar as instituições que garantem a vigência da Democracia em nosso Estado.

Se me perguntarem quantos prêmios a governadora do Estado recebeu pelo seu trabalho em favor da Educação, sinceramente, não saberia responder. Parece-me que ela, a Yeda Crusios, nunca fez nada de bom para a Educação ao ponto de ser premiada. Mas, quanto ao MST, a resposta é diferente. O Movimento dos Sem Terra, o MST, já recebeu vários prêmios por seu bom trabalho realizado na área de Educação. Vamos lembrar de, pelo menos, dois. Em novembro de 1999 o MST recebeu o Prêmio Itaú-Unicef "Por uma Educação Básica no Campo" e em 1995 recebeu o prêmio "Por uma Escola de Qualidade no Campo". O MST, um movimento social que muito fez pela educação, acabou entrando em disputa pela questão da educação com uma governadora que nada de bom realizou nesta área. E, com o apoio de uma parcela do Ministério Público, a governadora Yeda venceu a batalha. E os perdedores, nesta batalha, são crianças, cujos pais não tiveram acesso a terra. E agora o poder público nega para seus filhos o direito à educação.

Em se tratando de educação, é inacreditável que uma governadora como esta tenha vencido o MST. Não podemos comparar a importância do MST para a educação com a tranqueira que esta governadora representou para a educação no Rio Grande do Sul. Se andássemos pelos assentamentos perguntando quem aprendeu a ler e a escrever na Escola Itinerante do MST, com certeza encontraríamos milhares de jovens e adultos confirmando com orgulho que foram alfabetizadas numa escola coberta de lona.

A governadora e o Ministério Público deveriam agradecer ao Movimento Sem Terra por tantos milhares de pessoas alfabetizadas na Escola Itinerante. Pessoas que não apenas aprenderam a ler e a escrever, mas descobriram que poderiam reescrever suas histórias e redesenhar a sociedade. São pessoas que aprenderam a ler muito mais que o alfabeto, e sabem compreender a realidade e o que dela deve ser transformado. Os estudantes da Escola Itinerante tiveram aulas de cidadania e não receberam apenas um certificado escolar, mas reconquistaram o título de cidadão consciente, livre e transformador.

É lamentável que o poder público, por pura truculência e perseguição ideológica, tenha acabado com a Escola Itinerante. E o que é pior, isto aconteceu como parte das ações da melancólica ideia de banir o Movimento dos Sem Terra, defendida por um grupo radicalmente ideológico de promotores e procuradores de Justiça do Estado e o governo da Yeda Crusius do PSDB. Impressionante como que um governo tão manchado pela falta de ética e moralmente destruído, se atreve a tomar uma atitude profundamente impopular como esta de acabar com a Escola Itinerante. Então, fica o questionamento.

Por que um governo que não se aguenta a si próprio no lamaçal da corrupção, ainda segue com ações antidemocráticas e com um caráter declaradamente ideológico? Entendemos que este governo não veio para edificar, mas para destruir o que já foi feito como conquista popular.

Ao acabar com a Escola Itinerante, Yeda mostra para que veio. Ela proibiu a educação nos acampamentos do MST porque a "missão" do seu governo é ser uma tranqueira para os movimentos sociais e populares e para o progresso humano e social. Querem enfraquecer a organização do povo, criminalizar as instituições que garantem a vigência da Democracia em nosso Estado. Fechar a Escola Itinerante, vergonhosamente, faz parte da estratégia antidemocrática de criminalizar e até banir o MST no Rio Grande do Sul.

Uma atitude dessas, após mais de duas décadas do fim da ditadura militar, nos indica que o governo Yeda e esta parcela do Ministério Público que está com ela, ainda estão com a cabeça, a alma e o coração empedrados com as ideologias da tirania militar que governou o Brasil a partir de 1964 até a poucos anos.

Frei Pilato Pereira

sábado, 7 de fevereiro de 2009

O adeus ao Adão

Abaixo um vídeo gravado em 2007, em Curitiba, em uma reunião que ocorreu na ONG Terra de Direitos. A gravação nos mostra um pouco da ação e do pensamento do Deputado Adão Pretto, além da sua simpatia. E, a seguir, um depoimento pessoal, emocionado, do nosso companheiro Gervásio Paulus, sobre a morte e a vida de Adão Pretto.



Gervásio Paulus
Extensionista rural e Presidente da
ASAE - Associação dos Servidores da Ascar/Emater


Tive oportunidade de acompanhar, assim como vários companheiros nossos, algumas das manifestações feitas ontem e hoje nas homenagens ao Adão Pretto, que passou para outra dimensão da existência no dia de ontem, como todos por certo sabem. No velório estavam muitas lideranças e militantes dos movimentos sociais, particularmente do MST e da Via Campesina, além de políticos e religiosos, como Dom Tomás Balduino, Suplicy, Rosseto, Olívio, Lula e vários ministros.

Em sua fala, o Darci Maschio, por exemplo, liderança nacional do mst, assentado da Fazenda Annoni, lembrou os primeiros tempos de organização do movimento, quando iam a pé pelas comunidades, e a insistência do Adão em fazer sempre uma reunião depois de cada reunião no interior, para ver se o povo havia compreendido a mensagem, se teve chance de participar, se a reunião ajudou a aumentar o grau de consciência e de organização de quem participou. Antônio Marangon disse que Adão Pretto não defendia a Reforma Agrária e os movimentos sociais, mas ele era isso, encarnava isso em sua vida. Outros militantes se sucederam lembrando passagens da trajetória do Adão. Dom Balduíno destacou que Adão foi um camponês que se tornou deputado por várias legislaturas, mas que não ficou rico com isso, diferentemente de outros políticos. E pediu que a governadora Yeda fizesse uma homenagem a Adão, em vez de decretar luto oficial, parasse com a repressão aos movimentos sociais, no que foi longamente aplaudido. O Olívio lembrou, emocionado, que quando conheceu o Adão, ainda não existia MST, nem PT, nem CUT, mas que a semente estava sendo preparada para germinar e que o companheiro Adão sempre foi um semeador. E o Lula disse que foi um exemplo raro que conseguiu provar que é possível um agricultor simples, camponês, ser um guerreiro, tornar-se um parlamentar, e manter a mesma postura e coerência, e destacou o jeito de fazer política com paixão, com alegria, que o Adão fazia. Dos dos 9 filhos e esposa do Adão, o Edegar falou em nome da família e disse que o pai era do mesmo jeito que o político, espontâneo e alegre sempre. Leiam também o depoimento do Elvino, que foi divulgado nesta rede.

Na saída, encontrei-me com o Nilton, que além de lembrar alguns dos tantos projetos que o Adão viabilizou através de seu mandato dedicado integralmente a serviço dos movimentos sociais, disse algo que me fez refletir. Tudo o que aqui foi dito a respeito do Adão é a mais pura verdade, nada foi dito por hipocrisia, lembrou muito bem o Nilton. Isso me fez lembrar daquele dito de que existem homens que tem grandes idéias, e existem alguns que são tão grandes quanto o são suas idéias.

Conheci o Adão Pretto quando fazia Agronomia na UFSM e, junto com um pequeno grupo de estudantes, militamos no GAMST e começamos a fazer estágios em assentamentos de Reforma Agrária (Tupã e, no meu caso, Erval Seco). Lembro o entusiasmo do Mauro, um dos primeiros técnicos a trabalhar em assentamentos no estado e talvez no Brasil. Em 1986 saíamos, o João Erculano, o Lauro, a Suzana, e outros "pombalinos", de casa em casa pelas vilas de SMaria, fazer campanha pro Adão, Marangon e Olívio. Percebo agora que havia em nós naquela época um tanto de espontaneísmo e até de ingenuidade, mas seguramente compensado por um idealismo e um desprendimento próprios dos estudantes.

Depois de formados vários de nós trabalhamos com assentamentos de Reforma Agrária e vivenciamos uma realidade da qual a academia estava muito distante. No meu caso, jamais irei negar que aprendi muito com as famílias acampadas e assentadas na Fazenda Anoni.

Desculpem este já longo relato em tom pessoal e de desabafo, eu apenas queria repartir com vocês esse sentimento, ao mesmo tempo de uma certa tristeza mas também de profunda gratidão pela oportunidade de viver esse tempo, e também partilhar um sentimento de esperança e de ânimo, porque pessoas como o Adão nos deixam com sua trajetória de vida, enfrentando tudo que enfrentaram, com determinação e coragem, uma clara mensagem de que vale a pena lutar por nossos ideais, acreditar sempre em nossos sonhos e participar da construção coletiva de um novo mundo possível.

Há braços solidários,
Gervásio.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Companheiro Adão Pretto

Esse poema foi dito por João Pedro Stedile, integrante da coordenação nacional do MST, hoje, no Parque Jardim da Paz. A leitura foi durante o sepultamento do Deputado Adão Pretto, um dos fundadores do MST e valoroso lutador em defesa das causas do povo gaúcho e brasileiro.

Como soldados em terras perseguidas, trilhamos as mesmas serras e campos. Sem estradas.
Você foi na frente abrindo as picadas e nos alertando dos cuidados.
Crescemos, com o espírito, revoltado, buscando com as massas as soluções.
Vencemos, tempestades, e frustrações, sem nunca perder de vista a utopia pendurada no horizonte.
Bebemos, a água límpida das fontes, de nossos formadores que plantaram nas montanhas, o otimismo.
Defendemos com eles o socialismo. E todas as conquistas verdadeiramente humanitárias.
Cerzimos as costuras da reforma agrária, em todos os recantos das belas terras brasileiras.
Plantamos esperanças em todas as trincheiras, sem nunca rejeitar nenhuma missão.
Cantamos a revolução, em versos, trovas e poesias. Sem nunca tropeçar na métrica das rimas.
Cultivamos os valores e os ideais, procurando por em ordem o comportamento e a coerência.
E, juramos com a força da consciência, de jamais se render, vender ou se deixar cooptar.
Agora, nesta hora, no momento de partida, não queremos que seja uma despedida, mas um compromisso de continuidade.
Continuarás presente em todos os momentos, principalmente em nossas lutas e movimentos, que se orgulham de tê-lo gerado, como um dos filhos mais queridos do povo brasileiro.

Um abraço de cada militante e de todos nós!

Parque Jardim da Paz, 06 de fevereiro de 2009.
Poema de Ademar Bogo

MST está de luto

Nota de Solidariedade e Pesar

Por Michelle Amaral da Silva
Brasil de Fato

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) manifesta publicamente seu pesar pelo falecimento do companheiro deputado federal Adão Pretto, soma-se e se solidariza com a família neste momento de perda para a sociedade brasileira.

Desde o início de sua militância social nas Comunidades Eclesiais de Base e no Sindicalismo Rural, Adão Pretto caracterizou-se pela defesa intransigente da reforma agrária, tendo papel destacado na articulação das famílias de trabalhadores sem terras e de apoiadores desde as primeiras ocupações de terra no Rio Grande do Sul, ainda durante o Regime Militar. Esteve presente na organização e fundação do MST, do Partido dos Trabalhadores e do Departamento Rural da Central Única dos Trabalhadores.

No Congresso Nacional, denunciou e combateu as ações da bancada ruralista, e tornou-se um dos pilares do Núcleo Agrário do Partidos dos Trabalhadores. Apresentou Projetos de Lei que buscavam acelerar o processo de reforma agrária, permitir o acesso à educação para os camponeses e melhorar a qualidade de vida no campo. No último ano, esteve empenhado em denunciar a alteração da faixa de fronteira para beneficiar a instalação de empresas transnacionais da celulose no Rio Grande do Sul.

Mais que um parlamentar, Adão sempre foi um camponês, com seu jeito simples, honesto e contundente, mas acima de tudo um lutador. Sempre presente nas lutas dos movimentos sociais, sempre levando as reivindicações e bandeiras populares para o parlamento, denunciando a criminalização e a repressão da luta do povo.

No ano em que completamos 25 anos, perdemos um de nossos fundadores e um de nossos mais valorosos companheiros. Em sua homenagem, seguiremos fazendo aquilo que Adão Pretto sempre fez em vida: lutar sempre.


Coordenação Nacional do MST

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

A utopia do desenvolvimento sustentável e suas implicações no imaginário coletivo

Por Ilese Schmidt
Integrante do Coletivo Desenvolvimento Sustentável do
Semapi Sindicato

"A evolução social depende fortemente do modelo civilizatório que a sociedade adota (embora não conscientemente) em determinados momentos cruciais de sua história. Por isso, para compreender o presente é necessário abrir uma ampla perspectiva de análise que possa contextualizá-lo adequadamente”. (Leis, Héctor)


Introdução

A Revolução Industrial e seu Impacto na Natureza – um pouco de história

A Revolução Industrial designa um processo de profundas transformações econômico-sociais que se iniciou, principalmente, na Inglaterra, em meados do século XVIII. Caracteriza-se pela passagem da manufatura à indústria mecânica com a introdução de máquinas fabris multiplicando o rendimento do trabalho e o aumento da produção global.

A Inglaterra adianta sua industrialização em 50 anos em relação ao continente europeu e sai na frente na expansão colonial. Nasce a sociedade industrial. Entre as principais características da sociedade industrial, podemos citar: a organização das mais diversas atividades humanas pelo capital; a predominância da indústria na atividade econômica e o crescimento da urbanização. Vários historiadores têm dividido o processo de criação das sociedades industriais em duas fases, a primeira com duração de 1760 a 1860 e a segunda iniciada por volta de 1860. A velha Europa agrária foi se tornando uma região com cidades populosas e industrializadas. O processo de industrialização entrou num ritmo acelerado, envolvendo os mais diversos setores da economia (na segunda fase da Revolução), com a difusão do uso do aço, a descoberta de novas fontes energéticas, como a eletricidade e o petróleo, e a modernização do sistema de comunicações. Assim a expansão industrial logo ativaria a disputa por novos mercados fornecedores de matérias-primas e consumidores de gêneros industrializados resultando no que se denominou neo-colonialismo.

A necessidade de ampliar os limites de suas relações comerciais e desenvolver mercados em outros continentes os países envolvidos nesse processo, como por exemplo: a Inglaterra, a França, Estados Unidos, a Alemanha, Japão e outros, aumentavam com rapidez a exploração de seus recursos minerais e fontes de energia, aumentando dessa forma a produção.

A crescente urbanização, o aumento progressivo da produção, a exploração dos recursos naturais sem critérios e a necessidade de consumo dos bens produzidos são algumas das conseqüências desse processo iniciado no século XVIII.

Um ideal filosófico – a modernidade

A Revolução Industrial veio consolidar o ideário da Modernidade e o sistema de organização social conhecido como Capitalismo.

A Modernidade refere-se a um “estilo, costume ou organização social que emergiu na Europa a partir do século XVII, e que ulteriormente se tornou mundialmente influente”. As idéias principais associadas a esse novo estilo de vida são:

1.a idéia de progresso, considerando o novo melhor ou mais avançado que o antigo;
2.a valorização do indivíduo, ou da subjetividade, como lugar da certeza e da verdade, e origem dos valores;
3.a capacidade de estabelecermos verdade absolutas e inquestionáveis;
4.a objetividade;
5.e, no nosso caso, a principal característica a ser considerada: a razão.


A Razão

Muitos autores, entre eles: Max Weber, Max Horkheimer e Jüergen Habermas preocuparam-se em desvendar as novas bases da sociedade moderna, distinguindo uma nova forma de razão:

A Razão instrumental

A razão instrumental é aquela em que a ação racional mantém relação com os fins. O indivíduo passa a orientar sua ação pelos fins, sendo que os meios e as conseqüências ficam na forma secundária.

A razão instrumental nasce na crença de que exista um sujeito do conhecimento e quando este sujeito toma a decisão de que conhecer é dominar e controlar a NATUREZA e os SERES HUMANOS. Passando a ser um instrumento de dominação, poder e exploração.

Concluindo, a Revolução Industrial com bases filosóficas na Modernidade, trouxe um modelo sócio-econômico de exploração permanente e indiscriminada do ambiente e da natureza. A relação do homem passou a ser predatória e intencional, justificada pela necessidade de progresso e avanço social e econômico. Em outras palavras o homem atribuiu ao desenvolvimento, com base em uma ética do individualismo e do crescimento econômico, a solução de todos os problemas da vida social e do próprio homem e o seu destino natural.

Da sociedade de produção para a sociedade de consumo

A partir da Revolução industrial que propunha uma sociedade mais justa, com maior produtividade e benefícios para todos, o século XX avançou alterando uma sociedade dita de produção para uma considerada de consumo. Afinal os bens produzidos em larga escala, agora, precisavam ser consumidos. A produção exacerbada e sem limites dimensionados, pela crescente e indiscriminada industrialização, mercantilismo e liberdade capitalista só gera o consumo predatório e desenfreado que constatamos. É uma relação diretamente proporcional. E insistirmos na idéia de consumo é, em outras palavras, insistirmos na destruição do planeta e da vida. Esta análise é crucial quando queremos identificar as relações imbricadas nesta rede que, naturalmente visualizamos: desenvolvimento-produção-consumo. Há uma relação direta e as mudanças que precisamos orienatr são de ordem sócio-econômicas e políticas associadas a mudanças comportamentais e ético-valorativas. Anular uma destas proposições seria insistir no modelo dos chamados “ecocapitalistas”, aqueles defensores da sustentabilidade orientada pelos próprios agentes de mercado. A compilação abaixo avalia o processo histórico iniciado após o marco da modernidade e sua utilização pelo modelo capitalista orientado para a produção e o consumo:
“Um tempo marcado por paradoxos onde convivem situações contrastantes de riqueza, fome e exclusão; de alta tecnologia e ameaças e riscos tecnológicos; de avanço científico, grandes incertezas e degradação ambiental; de alta longevidade e descarte dos idosos; de profusão de equipamentos comunicacionais e empobrecimento do diálogo e da comunicação real; de globalização e maior interdependência material e econômica associadas ao crescimento do individualismo e da solidão; de expansão da esfera pública e perda de credibilidade na política; de secularização crescente da vida social e multiplicação de novas espiritualidades; de complexificação dos problemas e reducionismos na compreensão; de muita atenção sobre os meios técnicos para satisfazer os objetivos de conquista de riqueza, do poder e do sucesso e escassa discussão sobre seus significados para os indivíduos e coletividades e sobre as alternativas possíveis de projetos civilizatórios e sociais.” (Leonardo Boff, Anthony Giddens, Ulrich Beck)

Representações, crenças e imaginário social

Nietzsche, segundo Viviane Mosé, nos traz o questionamento do que sejam os valores. Melhor, ele pergunta da existência mesma dos valores o que implica em suspeitar do valor dos valores. Quando afirma que a verdade é um valor ele nos revela que a verdade é uma idéia, uma construção do pensamento, ela tem história. Em Genealogia da Moral, ele afirma que “precisamos conhecer as circunstâncias em que os valores nasceram, sob as quais se desenvolveram e se modificaram”. Os valores são circunstanciais, não há uma verdade originária. Pelo contrário, os valores, e desta forma a verdade, são criações humanas e respondem ao jogo de forças temporal da história.

A linguagem, considerada como uma ferramenta para comunicar idéias, está constituída dentro deste arcabouço de construção que veio a efetivar comportamentos preponderantes e formas de poder. Na medida em que ela, a linguagem, naturaliza relações de dominação uma vez que o entendimento dos significados e sentidos decorrem de intervenções humanas, de intenções de construção de valores, de sentido e de representações das experiências adquiridas no agir social(Hall apud Santana, 2000).

Para Fiorin, a partir do nível fenomênico da realidade, constroem-se as idéias dominantes numa dada formação social. Essas idéias são racionalizações que explicam e justificam a realidade. Na sociedade capitalista, a partir do nível aparente, constroem-se os conceitos de individualidade, de liberdade como algo indivi¬dual etc.

Aparecem as idéias da desigualdade natural dos ho¬mens, uma vez que uns são mais inteligentes ou mais espertos que os outros. Daí se deduz que as desigualdades sociais são na¬turais. Outras idéias pias, presas às formas fenomênicas da rea¬lidade, vão construindo-se: a riqueza é fruto do trabalho (só se omite que é fruto do trabalho dos outros); pobres e ricos vão sempre existir; a pobreza é uma bênção, pois a riqueza só traz preocupações.

Assim perseverar na utilização de expressões como “consumo consciente” ou “desenvolvimento sustentável” como possibilidade de intervir na forma danosa que se configurou a ação do homem junto à natureza parece-me uma abreviatura deste mal necessário que se constituiu a produção, o desenvolvimento, o consumo e a desordem da vida neste planeta. Como provável sugestão insinuo que devemos, como tantos autores já o fizeram, inverter a lógica estabelecida e traçarmos novos capítulos da história pautados numa “ética da vida”. Estabelecermos a VIDA como ponto de partida e chegada. Ancorarmos nossos preceitos na sustentação do que é imprescindível a todos que compõe o tecido social e a tudo aquilo que existe antes mesmo da sua concepção: o ambiente – este planeta. E como já vimos, para utilizarmos da linguagem para perpetuarmos novas crenças, deixo a provocação de utilizarmos a expressão “ação pela vida”, ao invés de consumo consciente e/ou desenvolvimento sustentável.

REFERÊNCIAS

1.Fiorin, José Luís Linguagem e Ideologia.
2.Giddens, Anthony. As Conseqüências da Modernidade.
3.Leis, Héctor. A Modernidade Insustentável.
4.Marcondes, Danilo. Iniciação à História da Filosofia.
5.Mosé, Viviane.Nietzsche e a grande política da Linguagem.
6.Santana, Leila Navarro. Identidade do corpo: uma questão de interpretação.
7.Silva, Sérgio Luís. Razão Instrumental e Razão Comunicativa